quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sem pagamento, barca da China está parada há 5 meses

13/04/2016 07:21 - O Globo

Uma superbarca chinesa de dois andares, com ar-condicionado, televisão, janelas panorâmicas, espaço para cadeirantes, bicicletários e 18 banheiros completa hoje cinco meses sem ter transportado sequer um passageiro. Com capacidade para até duas mil pessoas, a embarcação, batizada de Itacoatiara, desembarcou no Porto do Rio no dia 13 de novembro, com a promessa de entrar em operação em até 60 dias. Como o governo não terminou de pagar ao fabricante até hoje, os responsáveis pelo estaleiro chinês Afai Southern Shipyard não homologaram sua liberação junto à Capitania dos Portos. Sem previsão de uma solução a curto prazo diante da crise financeira enfrentada pelo estado, a embarcação permanece atracada na Estação Arariboia, em Niterói, bem ao lado das outras duas que já recebem passageiros.

COMPRAS TAMBÉM DO CEARÁ

Das sete embarcações chinesas prometidas para melhorar a travessia e trazer mais conforto nas viagens entre Praça Quinze e Arariboia até o final de 2015, somente duas estão operando: a Pão de Açúcar, que começou a circular em março do ano passado, e a Corcovado, que faz a travessia desde agosto. As outras quatro barcas permanecem no estaleiro chinês. Segundo a secretaria estadual de Transportes, a barca Copacabana, que será a próxima a chegar, já está pronta, enquanto a Parque da Cidade, Forte Santa Cruz e Arariboia estão em diferentes fases de produção.

Ao final do processo de aquisição, as novas barcas aumentarão a capacidade de transporte da frota de 12,8 mil passageiros por hora para 24 mil/h, em cada sentido nos períodos de pico. O tempo médio de travessia Rio-Niterói, que hoje é de 18 minutos, passaria para 12 minutos.

Além das chinesas, o estado também encomendou duas embarcações menores ao estaleiro cearense Inace para a linha de Paquetá. O primeiro catamarã, chamado de Ilha Grande, opera desde outubro. Já o Angra dos Reis também aguarda os pagamentos do estado.

O governo terá que desembolsar R$ 221 milhões pelas sete barcas da China e R$ 42 milhões pelas duas do Ceará