08/09/2014 - A Notícia - Joinville/SC
O velho sonho de ver embarcações lotadas de passageiros atravessando todos os dias o percurso entre Joinville e São Francisco pela baía da Babitonga, que teve seu auge mais recente em 2009, com o Jetbus, volta com força a partir de outubro. O Deter autorizou novamente uma empresa de Florianópolis a fazer a linha que sai do bairro Espinheiros e vai até o terminal do Centro Histórico de São Francisco do Sul, passando pela Vila da Glória.
A autorização é de dezembro do ano passado, mas só agora há todas as condições para retomar o projeto. Segundo, Pablo Balbis, dono da empresa Marinebuss Transporte Marítimo e Fluvial de Passageiros, as equipes estão em treinamento, à espera da autorização da Marinha. O transporte prevê que dois barcos com capacidade para 60 lugares façam pelo menos cinco horários todos os dias. Uma terceira embarcação, menor, fará uma espécie de limpeza da baía, retirando entulho, lixo e até parte do lodo que dificulta a navegação até o Centro de Joinville pelo rio Cachoeira.
Como o sobe e desce da maré no Cachoeira impede a programação de horários, o ponto de partida e chegada em Joinville será o trapiche do Parque Porta do Mar, no bairro Espinheiros. O terminal construído no Centro para o projeto Jetbus deve ser reformado para servir como ponto de venda de bilhetes e para fazer a integração com os ônibus.
Assim, as pessoas poderiam fazer o passeio completo do Centro de Joinville ao Centro de São Francisco do Sul pagando uma passagem integrada. O que impede a empresa de começar a operar é a falta de uma boia de sinalização da hidrovia na baía da Babitonga. A hidrovia foi refeita no começo deste ano, mas a boia foi furtada e é preciso que ocorra um novo processo de compra do equipamento. O prazo para exploração dos serviços é de cinco anos, com a possibilidade de ser prorrogado por mais cinco.
Novo modelo permite mais horários
Segundo o gerente de desenvolvimento sustentável e agricultura da SDR de Joinville, Ciro Harger, esse é o melhor modelo de projeto de transporte de passageiros na baía da Babitonga.
- Já temos toda a hidrovia sinalizada, embora falte uma boia. Pelo rio Cachoeira ficou impossível devido ao assoreamento, não dá mais para navegar ali - diz Harger, lembrando que no Espinheiros não existe o movimento de maré que ocorre no rio Cachoeira e inviabiliza o tráfego contínuo, com vários horários durante o dia.
Segundo o gerente, agora será possível navegar durante o dia e também à noite, mas é preciso que todas as pessoas que atravessam a baía ajudem a conservar e impedir ações de vandalismo.
- Arrancaram as sinalizações na primeira vez, a Marinha notificou o Estado e tudo ficou arrumado. Só que agora levaram uma boia de novo. Então, é preciso fazer um apelo para que as pessoas cuidem e ajudem a manter a sinalização da hidrovia - diz Harger.
A hidrovia tem sinalização náutica de acordo com as normas internacionais, com boias, lanternas (sinais luminosos), balizas (placas, como as de trânsito) que orientam a navegação. A reforma de toda a hidrovia custou cerca de R$ 150 mil ao Deter.
Todo o levantamento foi feito pela empresa Giramar Apoio Marítimo, que ganhou uma concorrência em pregão presencial no mês de março. Foi a Giramar que fez o trabalho em 2009, quando o trecho foi limitado para o uso do Jetbus.
COMO VAI FUNCIONAR
23 quilômetros
- É a distância da viagem entre Joinville e São Francisco do Sul pelas águas da baía da Babitonga.
Terminal Hidroviário Conde D´Eu
- Ao lado do Mercado Público de Joinville, no Centro. Ali serão vendidas as passagens e os tíquetes para a travessia. A ideia é fazer um transporte integrado. A pessoa poderá comprar a passagem do barco e já tomar um ônibus até o bairro Espinheiros.
Parque Porta do Mar
- É onde fica o trapiche de partida e chegada de passageiros em Joinville. No Espinheiros não há o mesmo problema do rio Cachoeira, que não permite o tráfego contínuo e com vários horários durante o dia, por causa do movimento da maré.
Terminal Marítimo no Centro Histórico de São Francisco do Sul
- É o ponto de partida e chegada dos barcos em São Francisco. A ideia é montar uma estrutura parecida com a de Joinville, com transporte integrado para as praias, durante a temporada.
Vila da Glória
O trapiche da Vila da Glória será uma das paradas do Marinebus. Como já existe uma estrutura montada, basta organizar os horários e criar um ponto de venda de bilhetes.
O transporte
- Serão dois barcos, com 60 lugares cada. A previsão da empresa contratada é fazer pelo menos cinco viagens diárias.
Quanto custa
- Ainda não há um valor definido para a passagem. Estima-se que o valor fique muito próximo do que é pago pela passagem de ônibus, cerca de R$ 15.
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