01/04/2015 - G1 ES
O atual governo do Espírito Santo decidiu contratar um novo projeto para a reativação do Sistema Aquaviário, em substituição ao que chegou a ser anunciado pela administração do governador Renato Casagrande. Segundo afirmou o secretário Estadual dos Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli, nesta terça-feira (31), o projeto apresenta custo alto de manutenção e subsídio permanente 'altíssimo'. Ele explicou ainda que será prevista a integração do Sistema Aquaviário com o transporte coletivo por ônibus.
O valor do projeto era de R$ 1,2 milhão, apresentado por uma empresa privada por meio de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI). O secretário garantiu que o governo não desembolsou dinheiro, explicando que, na PMI, sem aprovação e aceitação do projeto, não é feito pagamento.
O governo Casagrande chegou a lançar a licitação do Aquaviário, mas o Ministério Público de Contas (MPC-ES) pediu a suspensão imediata do processo, apontando irregularidades na concorrência pública, como quebra do sigilo da licitação, falhas no projeto básico e ausência de estudos de impacto ambiental.
A proposta do governo, na época, era efetuar uma concessão com duração de 20 anos, com valor estimado em R$ 1,4 bilhão. Segundo a atual gestão da Secretaria de Transportes e Obras Públicas, falta no projeto do antigo governo até estudo de demanda de passageiros, havendo velocidades de navegação incompatíveis com a Baía de Vitória.
Sem viaduto
Além do projeto do aquaviário, o do Portal do Príncipe, na entrada Sul de Vitória, amplamente anunciado pela administração de Casagrande – que realizou desapropriações para executá-lo –, também vai ser substituído por outro, sem a inclusão de um viaduto que favoreceria a saída de caminhões do Porto de Vitória.
Paulo Ruy resumiu em poucas palavras a explicação para a não-execução da obra do viaduto, que sairia do porto, passando sobre a Avenida Elias Miguel e desembocando nas proximidades da Ponte Florentino Avidos: técnicos consideram o projeto feio, inadequado, não sendo a solução viária correta para a região.
Ele disse que a prefeitura já concebeu uma solução para o local, sem o viaduto, mas não informou qual. Sobre o custo do projeto, disse que ele está incluído no pacote de todo o BRT - corredor exclusivo para ônibus, de R$ 32 milhões.
Corredor exclusivo
O governo garantiu que vai priorizar a adequação de vias de acesso com a infraestrutura necessária à implantação da primeira fase do projeto do BRT na Grande Vitória. Dentro do que ele definiu como obras estratégicas para os principais gargalos de trânsito na área metropolitana, está a ampliação da capacidade viária na BR-101 Norte, entre o viaduto sobre a linha férrea da Vale, em Carapina, na Serra, e a descida do Aeroporto, em Vitória.
Ali, segundo o secretário Paulo Ruy Carnelli, vai ser aberta uma passagem subterrânea de veículos, com acesso à Avenida João Palácio. Atualmente, no local, há um cruzamento com semáforo.
O Portal do Príncipe – sem o viaduto – também faz parte das obras a serem executadas, dentro do BRT, visando à eliminação da retenção de tráfego no lado Sul da Capital.
Outra obra anunciada pelo secretário, nesse "pacote" de intervenções, é a construção de um túnel sob o Morro de Monte Belo, na altura da Faesa, para que a Avenida Cesar Hilal seja ligada à Avenida Vitória, logo após a Fábrica de Ideias. Mas Carnelli não informou quando esse viaduto poderá ser, efetivamente, utilizado. A conclusão das obras da Avenida Leitão da Silva, da Rodovia Leste-Oeste e dos corredores Sudeste e José Sette também foram prometidas por Carnelli.
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