04/05/2015 - O Dia
Rota hidroviária entre condomínios da Barra da Tijuca e futura estação do metrô seria alternativa para melhorar a mobilidade no bairro carioca
Gustavo Ribeiro
Projeto sugere integração balsa-metrô no Rio
créditos: Ecobalsas Rio/Divulgação
Um projeto da iniciativa privada em estudo com a Prefeitura do Rio pretende criar uma rota hidroviária para transportar os moradores dos condomínios da Barra da Tijuca em balsas até a futura estação do metrô no Jardim Oceânico. A obra está prevista para ser inaugurada em junho de 2016.
A ideia seria uma alternativa para melhorar a mobilidade no bairro, que teve o maior crescimento populacional da última década no Rio. Segundo a empresa Ecobalsas, autora da proposta, o projeto esbarra na falta de compromisso do governo do estado para dragar e despoluir a Lagoa da Tijuca e o Canal de Marapendi. Junto com a Lagoa de Marapendi, eles serviriam de caminho até a estação do metrô, mas não possuem condições favoráveis à navegação.
De acordo com um dos sócios, Ricardo Herdy, a frota de 16 embarcações, que atende 36 condomínios e transportam os moradores em sete rotas na Barra, tem capacidade para transportar até 4.296 pessoas por dia, cerca de 128.880 por mês.
"Todos os empreendimentos que estão num raio de 6 km do metrô poderiam ser atendidos, o que abrange desde a área do condomínio Novo Leblon, próximo à Alvorada, até o Jardim Oceânico. O tempo de viagem seria de 25 a 30 minutos", diz Herdy. Moradores afirmam que percurso por terra pode chegar a uma hora. Cada balsa tem capacidade para entre 20 e 140 passageiros, e a empresa ainda estuda a possibilidade ampliar a frota.
Alternativa para melhorar trânsito
O engenheiro de Transportes Alexandre Rojas, da Uerj, acredita que a iniciativa seria capaz de melhorar as condições de tráfego na Barra. Ele ressalta que o percurso planejado para a passagem das ecobalsas garantiria melhor fluidez ao trânsito em avenidas importantes, como a Ayrton Senna, e ajudaria a equilibrar a demanda de outros modais.
"Embora a prefeitura deva inaugurar em breve a extensão do BRT Transoeste entre a Alvorada e o Jardim Oceânico, a intermodalidade é interessante para dar ao usuário opções diverisificadas de transporte. Até porque, quando um não funcionar, tem o outro."
O biólogo Mário Moscatelli alerta que a ocupação desordenada da bacia hidrogáfica é a responsável pelo assoreamento. "Desmatou-se o que podia e o que não podia, e aí tem chegada de sedimento brutal no sistema lagunar, como lixo e esgoto. Quando o estado começou a fazer a dragagem da Lagoa de Camorim, em junho, o Ministério Público questionou a natureza técnica do projeto e a obra foi embargada. Só não acho adequado continuar transformando as lagoas em latrinas". Procurado pelo DIA , o Ministério Público não respondeu.
Segundo Ricardo Herdy, da Ecobalsas, o transporte nas embarcações custa até três vezes menos do que os convencionais, como ônibus. A Linha 4 do metrô vai transportar mais de 300 mil pessoas por dia entre Ipanema e a Barra.
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