27/12/2015 - O Dia
A intenção é expandir os trilhos até Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João de Meriti
O DIA
Rio - Um dos maiores gargalos da Região Metropolitana é a mobilidade. Mas, como diz o coordenador da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, Vicente Loureiro, “sonhar não custa caro”. Responsável pela retomada da gestão compartilhada com os municípios do Grande Rio, Loureiro revela que o estado vai estudar alternativas para levar o metrô à Baixada. A intenção é expandir os trilhos até Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João de Meriti. Outra medida é o monitoramento do Arco Metropolitano com drones no início de 2016. O governo quer coibir ocupações irregulares e conhecer potenciais da região. Para isso, planeja uma parceria com a iniciativa privada.
Vicente Loureiro, coordenador da Câmara Metropolitana de Interação Governamental
Foto: Uanderson Fernandes 27.08.2014
ODIA: A Firjan constatou viabilidade econômica para criação de 11 linhas de barcas na Baía de Guanabara, que poderiam melhorar a mobilidade na Região Metropolitana. O estado pretende tirar do papel?
VICENTE LOUREIRO: É claro que algumas ligações podem ser realizadas, mas é preciso fazer contas, ouvir o mercado. Estamos numa fase em que a CCR quer devolver o serviço, porque só a rota Rio-Niterói se sustenta. Precisamos fazer estudos de viabilidade para saber que outras linhas são oportunidades concretas.
A ligação para São Gonçalo foi descartada?
Tanto em São Gonçalo quanto em Duque de Caxias temos um problema urbanístico a resolver, porque os centros dessas cidades funcionam longe do contorno do mar. O centro de São Gonçalo tem uma série de comodidades, onde o sujeito chega, faz compras e vai para casa. Como fazer isso ao lado da Baía de Guanabara onde não existe quase nada de vida urbana? São necessárias medidas além da construção de atracadouros e compra de embarcações.
Quais são as soluções?
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, que ficará pronto até o final de 2016, vai dizer que caminhos a gente terá que seguir para reverter esses cenários, como mudanças em linhas de ônibus e no uso e ocupação do solo.
O estado estuda levar o metrô para a Baixada?
O primeiro desafio é a linha Estácio-Carioca-Praça 15. Ela vai aumentar a capacidade da Linha 2, que está sobrecarregada na Pavuna, onde recebe a demanda de toda a Baixada. Feito isso, a gente vai poder estudar as alternativas técnicas para que o metrô possa avançar pelo menos seis, oito quilômetros na Baixada. Isso é possível. Buscar soluções em parcerias público-privadas, como temos feito, viabiliza mudança de paradigmas.
Aonde o metrô poderia chegar naquela região?
O ideal é que o metrô possa ir a Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti. Não sei o itinerário mais adequado nem quanto custa isso, mas, aumentando a capacidade da Linha 2, não é caro sonhar que ele pode chegar um dia à Baixada. Enquanto não acontece, precisamos estimular as prefeituras a promoverem integrações físicas e tarifárias para abastecer estações de trem mais movimentadas e o metrô da Pavuna. O passageiro deveria sair do ônibus e estar na estação em três minutos.
Existe plano B para a Linha 3 se a União não liberar os recursos previstos?
A Secretaria de Transportes está desenhando as alternativas para que possa lançar mão da Linha 3. É um objetivo do governo tocar esse projeto importante no setor.
Como resolver os problemas do Arco Metropolitano? Ele tinha a promessa de integrar a região, mas está subutilizado, com má conservação e favelização.
Vamos iniciar um sistema de monitoramento do entorno do Arco com drones para sabermos como acontece o processo de ocupação e evitar degradação. Quanto à capacidade de utilização, acreditamos que os números serão atingidos quando a via estiver toda pronta. Os drones também vão nos permitir conhecer áreas potenciais para a expansão de atividades industriais e logísticas. O estado estuda o modelo de gestão mais eficiente.
Como estimular atividades econômicas em áreas com muita moradia e pouco emprego, a fim de diminuir os deslocamentos?
O STF decidiu que a gestão dos serviços públicos nas regiões metropolitanas tem que ser compartilhada entre estado e municípios. Essa é a tarefa que a gente vai ter que aprender a construir para decidir os investimentos na metrópole. A criação da autarquia que vai regular essa relação deve ser votada na Alerj após o recesso.
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