03/03/2015 - Folha de S. Paulo
Três barcas farão o transporte de moradores e turistas entre as praias da Ilhabela. Sistema será integrado ao transporte terrestre e funcionará em forma de concessão
Ricardo Hiar
Embarcação do sistema de transporte marítimo público da Ilha
créditos: Divulgação
Para tentar reduzir os congestionamentos na alta temporada, a cidade de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, começou a testar um sistema público de transporte marítimo. A primeira embarcação, construída sob medida, chegou na última quarta (25) à cidade, onde passará por testes e ajustes até junho. A partir de então, três barcos devem realizar o transporte de moradores e turistas entre as praias.
O sistema será integrado ao terrestre e funcionará em forma de concessão para o setor privado. Não foi decidido ainda se os barcos irão operar durante o ano todo ou somente na temporada. De acordo com o prefeito Antonio Colucci (PPS), o objetivo do Aquabus, como foi batizado o novo modal, é reduzir o número de veículos em circulação e evitar congestionamentos, em especial na alta temporada, quando a frota chega a triplicar.
As embarcações foram pagas pelo município com recursos provenientes dos royalties da exploração do petróleo –cada uma delas custou R$ 1,46 milhão.
Os barcos acomodam 60 pessoas sentadas e possuem acesso para deficientes, banheiro adaptado, ar condicionado, TV e som ambiente, além de local para acomodar seis bicicletas e até quatro pranchas de surf ou stand-up paddle por vez.
Na primeira fase, haverá ao menos oito pontos de parada, nas praias de Portinho, Feiticeira e Praia Grande (no sul); Barra Velha, Perequê, Engenho D'Água e Vila (centro); e Ponta Azeda (norte).
A prefeitura não informou se os barcos poderão ser utilizados por moradores no período de testes.
Até 2016, está prevista a entrega de outros três píeres na região sul, nas praias do Curral, Cabaraú e Porto do Frade, e quatro na região norte, em Viana, Pedra do Sino, Ilha de Búzios e Ilha de Vitória.
De acordo com o prefeito, a oferta contínua do serviço, ao longo do ano todo, depende da adesão de moradores.
"Não há nenhum outro sistema como esse no Brasil, por isso não sabemos como serão os resultados. Vamos ter que experimentar até que o modelo seja ajustado às reais necessidades. Isso inclui até mesmo o horário de funcionamento, que pode variar nos finais de semana", diz.
O custo da tarifa deve ser diferente para moradores e turistas. Os primeiros poderão pagar a passagem com o cartão integrado do transporte coletivo, pelo mesmo preço do ônibus, que hoje custa R$ 2,70.
Já os turistas terão de adquirir um cartão válido por um dia, que dá direito a vários embarques em 24 horas. O custo estimado é de R$ 30.
O projeto também prevê a implantação de estações de locação de bicicletas nos pontos de embarque e desembarque, para estimular formas alternativas de locomoção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário