sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Catamarã apresenta problema, e passageiros têm que ser resgatados

06/01/2011 - O Globo

RIO - O catamarã Expresso-Macaé que saiu do terminal do Cocotá, na Ilha do Governador, às 9h20m, com destino à Praça Quinze, apresentou defeito e não conseguiu atracar. Houve problemas nos motores da embarcação, e ela teve que parar na altura da Ilha Fiscal. Os 170 passageiros que estavam na barca foram resgatados por um outro catamarã. Técnicos foram acionados para identificar o que ocorreu. Não houve feridos.

Gestão de Júlio Lopes tem sido pontuada por problemas

Os passageiros reclamaram que o alto-falante não funcionou e que, depois de cinco minutos de paralisação, os tripulantes informaram aos berros que a barca estava com problemas e que, em 20 minutos, resolveriam a situação. Segundo os passageiros, não houve mais qualquer comunicação até a chegada do resgate, 30 minutos depois.

Em nota, a Capitania dos Portos diz que notificou as Barcas S/A sobre o novo incidente envolvendo uma embarcação e divulgou o número do Disque-denúncia (21) 233-8412 para passageiros fazerem suas queixas. O atendimento funciona 24 horas. A capitania esclarece ainda que tomou conhecimento às 10h30m desta sexta-feira de que o catamarã “Expresso Macaé” apresentou problemas na propulsão. Uma equipe de inspeção naval foi ao local para acompanhar a atividade e realizar uma verificação do estado de conservação dos equipamentos da embarcação, acessórios e material de salvatagem.

"A Barcas S/A foi notificada a prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. O capitão dos Portos do Rio de Janeiro determinou a abertura de um inquérito administrativo para apurar o ocorrido, com prazo de conclusão de até 90 dias", diz nota.

O publicitário Anderson Carvalho França disse que demorou mais de 40 minutos para o outro catamarã chegar à Ilha Fiscal. O trajeto, que geralmente é feito em 55 minutos, demorou mais de 1h40m. Segundo ele, um funcionário pediu que todos colocassem coletes salva-vidas. No entanto, como havia muitas crianças na barca, houve dificuldade para encontrar o tamanho ideal.

— Alguns coletes estavam em estado precário e não tinham a data de validade — disse o publicitário.

Segundo o estudante Jefferson Souza, a maior preocupação das pessoas era o horário que a outra barca chegaria. O medo era que a outra embarcação demorasse, e as pessoas perdesses seus compromissos.

— A orientação foi para que todos colocassem o colete, mas teve gente que não quis usar porque eles estavam sujos. Falaram ainda que tinham uns coletes vencidos — disse Jefferson.
Morador da Ilha do Governador, o comerciante Marcelo Torquato, disse que os usuários precisam rezar antes de embarcar para conseguir chegar à Praça Quinze sem transtornos. Ele contou ainda que já perdeu as contas do número de vezes que enfrentou problemas no percurso.

— É um verdadeiro desleixo. Todos os dias faço esta travessia e sempre usam embarcações velhas e desconfortáveis. Constantemente problemas mecânicos provocam atrasos e ninguém faz nada para melhorar o serviço.

Marcelo estava acompanhado de um grupo de dez pessoas, entre elas, seis crianças. Segundo eles, a tripulação colocou coletes nas crianças e orientou os adultos, e a transferência de embarcações foi feita com segurança.

— Eles se preocuparam em fazer a nossa transferência com segurança, mas não se deram ao trabalho de nos comunicar sobre o problema. É um absurdo o alto-falante não funcionar — reclamou a psicologa Jaqueline Barroso.

A Agetransp informou que instaurou processo para apurar a causa do incidente.
Em novembro do ano passado, um acidente com o catamarã Gávea 1, na Praça Quinze, deixou 65 pessoas feridas. Na próxima segunda-feira, o Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do Rio começa a atender as vítimas. O termo de ajustamento de conduta (TAC), assinado entre a Defensoria Pública e a concessionária Barcas S.A, permitirá o pagamento de indenização de até R$ 9 mil pela via administrativa.

Os passageiros devem apresentar documentação que comprove que estavam no interior da embarcação, além dos danos sofridos. O atendimento será feito até o dia 18 de abril, na sede operacional da Defensoria, localizada no Edifício Garagem Menezes Côrtes. Os principais documentos exigidos são laudo, atestado e receituário médicos, além de nota fiscal de consultas, exames ou gastos com medicamentos.