quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasil contrata Exército dos EUA para planejar hidrovia no São Francisco

23/07/2012  - G1

Codevasf pagará R$ 7,8 milhões por projetos para navegabilidade do rio. Exército brasileiro diz não ver risco para a segurança nacional.

Engenheiros do Exército dos EUA (sem uniforme) visitam área do São Francisco com militares do Exército do Brasil (Foto: Codevasf/Divulgação)
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão do governo federal subordinado ao Ministério da Integração, contratou o Corpo de Engenharia do Exército dos Estados Unidos (Usace) para estudar alternativas que tornem navegável o Rio São Francisco, um dos mais importantes cursos d´água do país e da América Latina.

O contrato, de R$ 7,8 milhões (US$ 3,84 milhões), foi assinado em dezembro do ano passado e, em março deste ano, os primeiros engenheiros do Exército norte-americano chegaram ao Brasil com a missão de desenvolver projetos que contenham a erosão nas margens e facilitem a construção de uma hidrovia no São Francisco.

Na semana passada, o comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, brigadeiro Douglas Fraser (que responde diretamente ao secretário de Defesa e ao presidente Barack Obama), esteve em Brasília para saber como anda o trabalho.

“O contrato tem o prazo de três anos, em que os engenheiros do Usace devem nos apresentar 12 projetos de assessoria técnica para a navegação do rio. São estudos sobre dragagem, controle de erosão e estabilização das margens, geotecnia, dentre outros”, disse ao G1 o gerente de concessões e projetos especiais da Codevasf, Roberto Strazer.

Segundo ele, a parceria teve início após troca de e-mails entre funcionários da Codevasf e o Usace para aproveitar o conhecimento da engenharia militar dos EUA no Rio São Francisco.

“Eles possuem em um conhecimento incrível em navegação que queríamos usar. São técnicos e temos muito a ganhar com a parceria. A navegação do São Francisco é extremamente precária e subutilizada, principalmente na época de estiagem”, acrescentou Strazer.

O corpo de engenheiros militar dos EUA foi criado em 1882 para atuação em desastres, como enchentes, terremotos e furacões, e reconstrução, apoiando as ações militares no Iraque e Afeganistão.

O Usace é responsável pela navegação dos rios Mississipi e Ohio e também por parte do controle do transporte marítimo interno nos EUA. Todos os chefes do órgão são militares, com a patente de general, do Exército americano.

Engenheiros do Exército americano fazem medições no rio São Francisco (Foto: Codevasf/Divulgação)
“É preciso que se explore mais a navegação do São Francisco. Além de ter o menor custo por tonelada, o transporte através dos rios tem menor impacto no meio ambiente”, afirmou Strazer.

A Codevasf aponta que há grande potencial de navegabilidade em uma faixa de de 1.371 km, entre Pirapora (MG) até Juazeiro (BA)/Petrolina (PE), que é ainda inexplorado.

Estabilização de margens

Dois engenheiros civis do Usace ficam permanentemente no Brasil fazendo os estudos e avaliações nas margens dos rios e trabalhando, de forma coordenada, com um grupo de militares e civis do Exército norte-americano em Washington.

“Um dos projetos que eles desenvolvem é validar conhecimentos de navegação e estabilização de margens em um campo de provas que temos em Barras, na Bahia”, disse Strazer. A ideia é tornar todo o rio navegável a partir de pequenos trechos ao longo do seu curso.

Em Brasília, no último dia 10, o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, apresentou ao comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA – responsável por todas as ações militares norte-americanas na América Latina – o andamento dos trabalhos.

Só para cumprir a meta de tornar os primeiros 657 km do Velho Chico navegáveis, servindo de via de escoamento da produção, serão investidos até o final de 2012 mais de R$ 73 milhões.

O Rio São Francisco atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e serve de divisa natural entre Sergipe e Alagoas até desaguar no Oceano Atlântico.

Um projeto do Ministério da Integração busca transpor parte das águas do rio para aproveitá-lo também para irrigação no Ceará e Rio Grande do Norte, servindo de eixo de ligação do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste do país.

Comandante do Comando Militar Sul dos EUA, respon- sável pelas operações americanas na América Latina, recebe informações sobre o projeto (Foto: Codevasf/Divulgação)
Segurança nacional

O gerente de projetos da Codevasf disse não ver riscos à segurança nacional em trabalhar com o Exército norte-americano.

“Essa preocupação foi levantada na fase inicial do contrato. Eu já o recebi fechado, no início deste ano. Não vejo riscos, pois as informações que eles estão tendo acesso no local não são nada que se possa ocultar por imagens de satélite”, afirmou Roberto Strazer.

Ele acrescentou ainda que o Exército brasileiro também está trabalhando no rio com projetos de navegabilidade e está em contato com os miltiares americanos.

“Há engenheiros do Exército brasileiro em um projeto de estabilização das margens de Ilha da Tapera, na Bahia, que estão em contato com os americanos também. Há interesses nacionais envolvidos, mas buscamos intercâmbio técnico.”

O Exército informou, por meio da assessoria de imprensa, que visitou a sede do Usace, nos EUA, e que engenheiros militares brasileiros estão próximos à área onde os americanos estão trabalhando no São Francisco.

O Exército também disse que não vê riscos na parceria em relação ao vazamento de dados relativos à segurança nacional.

O chefe da missão do Usace no Brasil, Calvin Creech, confirmou que atualmente trabalham no país dois engenheiros civis do órgão, especializados em hidráulica e geotecnologia.

“O Usace está apoiando a Codevasf. Esse trabalho é importante para os Estados Unidos porque melhorar a navegação do Rio São Francisco trará benefícios sociais para a região, reduzindo os custos associados com o transporte de produtos agrícolas”, disse Creech ao G1.

Tahiane Stochero

Companhia Docas do Maranhão fará projeto de navegabilidade no Rio Madeira

25/07/2012 - DNIT

Primeiros resultados devem ser apresentados no fim deste ano.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assinou, nesta terça-feira (24), convênio com a Companhia Docas do Maranhão para a elaboração de estudos de navegabilidade no Rio Madeira. O Dnit vai investir R$ 6,9 milhões no projeto, que vai analisar os 1.056 quilômetros navegáveis do Rio. Desde 1989, esse será o primeiro planejamento capaz de resultar em intervenções significativas para melhorar a navegação no trecho.

O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental terá 18 meses de duração. A Hidrovia do Madeira, por sua posição, é estratégica para o desenvolvimento regional. Ela é uma das únicas vias de transporte para quem vive nas cidades às suas margens. A hidrovia começa em Porto Velho (RO) e vai até a foz do Rio Madeira, na confluência com o Rio Amazonas.

Além de servir de via de escoamento para a produção de grãos de Mato Grosso para Manaus (AM), de onde segue para exportação, o Rio Madeira também é usado para o transporte de vários tipos de cargas: fertilizantes, derivados de petróleo, cimento, frutas, eletroeletrônicos e até veículos.

Com informações do Dnit.​

terça-feira, 3 de julho de 2012

Grupo CCR conclui aquisição de 80% da Barcas S.A.

03/07/2012 - RP1 Comunicação

O Grupo CCR, um dos maiores grupos privados de concessões de infraestrutura da América Latina, anunciou hoje ao mercado que sua controlada Companhia de Participações em Concessões (CPC) concluiu a aquisição de 80% do capital social da concessionária Barcas S.A. – Transportes Marítimos, a quarta maior operadora de transporte aquaviário do mundo.
Concessionária de serviço público estadual, a Barcas S.A. detém a concessão das linhas regulares de transporte aquaviário de passageiros no Rio de Janeiro. O investimento da CCR no negócio é de R$ 72 milhões.

Com a aprovação do Poder Condedente e o cumprimento de outras condições obrigatórias para a conclusão do processo, o capital social da Barcas S.A. passa a ser dividido nas seguintes proporções: 80% pela CPC (Grupo CCR) e 20% pela SPTA. A partir de agora, a concessionária passa a se chamar CCR Barcas, em alinhamento ao posicionamento de marca de todas as unidades de negócio do Grupo CCR.

A conclusão da operação marca também a expansão do Grupo CCR no Rio de Janeiro e sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Estado, onde já atua desde 1995 por meio de suas concessionárias CCR Ponte, CCR NovaDutra e CCR ViaLagos.

Além da aquisição das Barcas S.A., o Grupo CCR faz parte da Concessionária Transolímpica, que no final de abril assinou com a prefeitura do Rio de Janeiro o contrato de concessão para implantação e operação do Corredor Expresso Transolímpica, que ligará as regiões da Avenida Brasil, em Magalhães Bastos, à Avenida Salvador Allende, em Jacarepaguá.

Investimentos

Dentro dos compromissos assinados entre o Governo do Estado e a CCR Barcas, estão previstos grandes investimentos que tornarão o transporte aquaviário de passageiros do Estado do Rio de Janeiro referência de qualidade no País. São eles:

• construção da nova estação da Praça XV, que aumentará a fluidez e o conforto dos passageiros nos acessos às embarcações;

• construção de nova estação no centro de Niterói, que vai oferecer mais conforto aos usuários da CCR Barcas;

• melhorias estruturais nas demais estações operadas pela concessionária, aumentando a segurança e o conforto dos usuários;

• aluguel e construção de novas embarcações, para aumentar a capacidade de transporte de passageiros e diminuir o tempo de espera.

CCR Barcas

A CCR Barcas navega 6,4 milhões de quilômetros por ano. Foi concedida por meio de licitação pública realizada em 1998 pela Cia. de Navegação do Estado do Rio de Janeiro. O contrato de concessão tem prazo de 25 anos, com possibilidade de extensão por outros 25. Atualmente, o término está previsto para fevereiro de 2023.

A CCR Barcas transporta, em media, 105 mil passageiros por dia. Em 2011, recebeu 29 milhões de passageiros em 81 mil viagens. A concessionária tem 1.100 colaboradores, opera atualmente seis linhas, possui cinco estações, três pontos de atracação e 19 embarcações em operação.

• 5 linhas sociais:

- Praça XV (Rio) – Araribóia (Niterói)

- Praça XV (Rio) – Paquetá (Rio)

- Praça XV (Rio) – Ilha do Governador (Rio)

- Angra dos Reis – Ilha Grande

- Ilha Grande - Mangaratiba

• 1 linha seletiva:

- Praça XV (Rio) – Charitas (Niterói)