sexta-feira, 8 de março de 2013

LLX tira foco do minério e investe em petróleo e gás no Superporto do Açu

03/03/2013 - Valor Econômico

A empresa informou que estão se instalando no TX2, o terminal terrestre, empresas como Technip, NOV e Intermoor, além da OSX.

Por Marta Nogueira e Francisco Góes - Valor Econômico

A LLX, braço logístico do grupo EBX, deu uma guinada no Superporto do Açu, principal projeto da empresa no município de São João da Barra, no norte fluminense. Construído para ter o minério de ferro como âncora, o Açu está voltando-se com força para a indústria de petróleo e gás. O primeiro embarque de minério de ferro da Anglo American pelo Açu está programado para o segundo semestre de 2014, com cerca de quatro anos de atraso em relação à previsão inicial. Mas ainda em 2013 devem começar no Açu operações de prestadoras de serviços à indústria de petróleo e gás, caso do estaleiro da OSX, empresa de construção naval e offshore da EBX, da Technip e da National Oil Varco (NOV).

Em nota, a LLX afirmou: "Com o início das operações previsto para este ano, o Superporto do Açu se qualifica como o hub [ponto concentrador] brasileiro para o setor de óleo e gás e como alternativa para a instalação de empresas que operam no Brasil neste setor", disse, em comunicado, Marcus Berto, diretor-presidente da LLX.

A empresa informou que estão se instalando no TX2, o terminal terrestre, empresas como Technip, NOV e Intermoor, além da OSX. Em fevereiro, a LLX assinou com a Asco contrato para a prestação de serviços de logística para empresas de exploração e produção de petróleo e fornecedores no Açu.

Em outra frente, o terminal marítimo, TX1, terá capacidade de receber navios de minério de ferro e petroleiros e realizar operações de transbordo, tancagem e blending (mistura). A LLX também tenta atrair a Petrobras para o Açu, projeto que tem investimentos previstos de R$ 4 bilhões, dos quais R$ 3,15 bilhões já realizados. O investimento remanescente será feito com recursos de financiamento enquadrado com o BNDES.

No ano passado, Eike Batista anunciou uma operação que poderia levar ao fechamento de capital da empresa, mas desistiu da operação. Na ocasião, a LLX disse que a decisão não afetava os planos e reafirmou que o Açu começaria a operar em 2013. O analista do UBS, Victor Mizusaki, descarta o risco de a companhia não conseguir financiar o projeto. Segundo ele, a LLX está capitalizada.

Em setembro, a companhia tinha R$ 877 milhões em caixa e endividamento de R$ 1,8 bilhão. Em dezembro, foi realizado o desembolso de R$ 318 milhões remanescentes referentes a um financiamento de R$ 518 milhões aprovado com o BNDES, alterando o caixa para R$ 1,2 bilhão e o endividamento para R$ 2,1 bilhões.

Mizusaki disse que a parte referente ao minério está garantida e vê boas possibilidades para o Açu no petróleo. "Nos últimos dois anos, o grupo se deparou com possibilidade de investir no business do petróleo. Era uma oportunidade, mas era distante e foi ganhando muito corpo."

Entretanto, a empresa tem enfrentado problemas. Dentre eles estão a desistência de algumas grandes empresas que se instalarem no local, como a norueguesa Subsea 7 e a chinesa Wuhan Iron and Steel, além de questionamentos ambientais e a forma como está sendo conduzida a desapropriação das terras. A LLX tem cerca de 60 memorandos de entendimentos com empresas interessadas em se instalar na retroárea do porto. Até agora, apenas nove fecharam contratos.

Fonte: Valor Econômico

Reforço antecipado nos trilhos e na baía no Rio de Janeiro

10/12/2012 - O Dia Online

Fabricação nacional de trens começará já no ano que vem. Rio recebe nesta terça-feira 2 barcas

Rio - Alívio à vista para usuários de transporte público no Rio. Dois catamarãs vão atracar nesta terça-feira, no Porto do Rio, com a promessa de reforçar as barcas em 1.600 lugares por hora nos horários de pico.

O serviço da SuperVia promete também entrar nos trilhos antes do esperado: até fevereiro de 2014, 20 novos trens montados em Deodoro, na Zona Oeste, devem entrar em operação com capacidade para mais 20 mil passageiros. A data prevista antes era 2016.

A nova fábrica de montagem é fruto da parceria com a empresa francesa Alstom e ficará pronta até junho. O contrato foi firmado na manhã desta segunda, com presença do governador Sérgio Cabral.

Composições das linhas 3 e 4 do metrô e os VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) poderão ser produzidos lá. "Vamos avaliar a locação do espaço para atender novos projetos", adiantou o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa.

As composições para a SuperVia serão parecidas com as da frota chinesa, com passagem interna entre vagões, TVs e painéis de LED. A capacidade para passageiros, no entanto, será 20% menor nos trens nacionais.

O mapa de linhas digital é a grande novidade nos carros: nos vagões, mostrará em que ponto do trajeto o trem está. "A ideia inicial seria fabricar os trens na França, mas decidimos trazer todo o trabalho para a nossa casa.

A grande vantagem é que vamos acompanhar todo o processo de fabricação e ainda gerar empregos na cidade", explica o presidente da SuperVia, Carlos José da Cunha, que garantiu 270 vagas diretas e indiretas. A implantação da fábrica e construção dos trens representam investimento de R$ 2,4 bilhões da concessionária em parceria com o estado.

Catamarãs ainda sem data

Os novos catamarãs alugados de Hong Kong atravessaram o oceano a bordo de um cargueiro e só vão entrar em operação após série de testes no mar, ainda sem data para começar.

A CCR Barcas também não divulgou oficialmente o itinerário das embarcações mas adiantou que o novo investimento será para desafogar os horário de pico na linha Praça 15-Praça Arariboia, a mais movimentada. De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes, a concessionária assumiu o compromisso de oferecer 1.600 lugares por hora nos horários de pico.

Por Angélica Fernandes

Barcas sob nova direção, mas com velhos problemas

08/03/2013 - O Globo

Mudanças só devem ocorrer no longo prazo, enquanto isso há previsão de mais aumentos

PEDRO MANSUR

Filas no catamarã que faz a linha Charitas-Praça XV da CCR Barcas Luisa Valle / O Globo

RIO - Os problemas de falta de embarcações, atrasos e longas filas nas estações das barcas registrados na última semana estão longe de serem resolvidos. Pelo menos em curto prazo. A previsão é que uma nova barca entre em operação na próxima segunda-feira, na linha Charitas, e uma terceira já está sendo negociada para o fim de março para operar, provavelmente, em Paquetá. Já as nove barcas encomendadas pelo governo por R$ 273 milhões só devem entrar em circulação entre 2014 e 2015. Enquanto isso, a CCR Barcas recebeu autorização da Agetransp para reajustar o valor da passagem da linha Charitas-Praça Quinze, que passaria de R$ 12 para R$ 13,50, apesar da recomendação de manter o valor promocional.

Na hora em que a gente resolver o problema de Charitas, quando estiver de acordo com o que o usuário precisa, aí nós vamos falar algo. Nós não planejamos aumentar agora explicou o atual presidente da CCR Barcas, Márcio Roberto de Moraes e Silva, referindo-se às obras para instalação de ar-condicionado e cadeiras no corredor de embarque da estação projetada por Oscar Niemeyer, que devem ficar prontas em julho.

Enquanto os usuários aguardam as mudanças e um possível aumento, os problemas continuam. Só nesta semana foram registradas pelo menos duas confusões em Charitas. Na quarta-feira, duas embarcações precisaram ser retiradas de circulação, o que provocou enormes filas e deixou os horários irregulares. O tempo de espera para embarque chegava a 40 minutos e as filas tomavam o calçadão da praia. Segundo a concessionária CCR Barcas, o intervalo entre as embarcações era de 20 minutos. Polícias militares foram acionados e ficaram posicionados no entorno da estação para evitar confusões e depredações.

Dois dias antes, na segunda-feira, uma grande confusão ocorreu na estação, após o catamarã que sairia às 8h35m apresentar defeito mecânico. Devido ao atraso, os passageiros ficaram cerca de quarenta minutos sob o sol, aguardando uma nova embarcação. Revoltados, alguns usuários pularam as roletas ao chegar à estação e, como embarcaram num catamarã já cheio, tiveram que ser transferidos para outro. A medida provocou discussão entre passageiros e funcionários, e, por isso, a barca só saiu de Niterói às 9h17m. Durante a travessia, pessoas ficaram em pé, protestando contra o atraso. Como a viagem só pode prosseguir com todos sentados, a tripulação foi obrigada a parar duas vezes. O catamarã só chegou ao Rio às 9h33m, pois teria excedido a velocidade padrão.

Para a jornalista Ana Leticia de Morais Ribeiro, que usa a linha diariamente, a situação da segunda-feira só foi diferente por que teve um atraso ainda maior.

É o cúmulo você ter que pagar por um serviço que, se o mundo fosse honesto, teria que ser público. Entendo a revolta das pessoas que pularam as catracas e as que ficaram em pé na embarcação. Eu paguei R$ 15, porque pego o integração Itaipu e me senti utilizando o serviço comum, que custa um preço não menos injusto (R$ 4,50). Se quiserem oferecer um serviço de péssima qualidade como este, para que segmentar preço e público? pergunta a moradora de Piratininga, de 26 anos.

O engenheiro Sergio Bruno, que usa a linha Charitas-Praça Quinze todos os dias, relata que já virou rotina os atrasos no catamarã.

Está cada vez mais ridículo. Quando assumiram, cheguei a ter a impressão que o serviço iria melhorar com a nova concessionária, mas eles estão fazendo coisas até piores do que a Barcas S/A (antiga concessionária). Estão maquiando os horários de saída tanto dos catamarãs quanto das barcas normais, dizendo que a operação está normal enquanto os horários estão irregulares contou o morador de São Francisco, que disse já ter visto um catamarã ser atrasado de propósito para mais pessoas embarcarem.

O presidente da CCR Barcas admite que atualmente o serviço das barcas não é o ideal. Ele, no entanto, explica que num primeiro momento o foco da concessionária é buscar novas embarcações e melhorar a infraestrutura das estações.

Sabemos da insatisfação do usuário, não é novidade para nós. Problema de falta de informação é até muito fácil (de resolver), com um sistema de som. Além disso, o site ainda está passando por uma reforma. Mas embarcação eu não resolvo de um dia para o outro. Então o nosso grande trabalho é colocar embarcação nova, esse é o foco disse ele, afirmando ainda que durante muito tempo a empresa funcionou sem equilíbrio financeiro:

Essa é uma empresa que passou 14 anos com o contrato desequilibrado, os custos e os investimentos não estão refletidos na tarifa praticada. E quando isso acontece, se você não tem o contrato equilibrado, você não está, de uma forma ou de outra, fazendo tudo aquilo que precisa ser feito, até porque você não está sendo remunerado por aquilo. Então naturalmente tem um passivo de toda ordem. E esse é o cenário que a gente pegou há oito meses.

Para a recém-nomeada secretária estadual de Proteção e Defesa do Consumidor , Cidinha Campos, o silêncio da CCR quando ocorrem problemas é "um absurdo".

A situação da informação é crítica. Eles tem que reconhecer essa situação e não reconhecem. A situação da comunicação com o público está muito ruim. Quem não se comunica se trumbica, já dizia o Chacrinha. Tem que colocar as informações nos painéis dentro da barca, no site. Estão fazendo um esforço nas operações, mas a comunicação é uma coisa básica, o consumidor precisa saber o que ocorre, até para evitar um tumulto.

Problemas também na linha Praça Quinze-Niterói

A situação também é complicada na linha principal das barcas, entre a Praça Quinze e o Centro de Niterói. Problemas mecânicos durante os horários de pico têm causado atrasos quase diários, o que já complica ainda mais um sistema sobrecarregado. Apesar disso, a tarifa da linha foi reajustada de R$ 4,50 para R$ 4,80, novo valor que vale a partir do começo de abril.

A situação dos banheiros é crítica. Encontramos uma barca com quatro banheiros, três dos quais não funcionavam. A CCR diz que tem um número limitado de embarcações e que não pode tirar todas para fazer manutenção. Mas prometeu resolver essa questão. Outra é o Riocard, que hoje só passa após as 7h. Isso será revisto afirma Cidinha, que acrescenta. Firmamos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), não-oficial, entre cavalheiros. Assinaremos um mais tarde. Temos que reconhecer que demora para chegarem as novas barcas, que já estão compradas. A previsão que a CCR me passou é para 2015, daqui a 24 meses. Me contam que estão tentando agilizar a situação, encurtar o prazo para 18 meses, e enquanto isso alugar outras, como essa nova para Charitas. Estamos corrigindo um descaso que vem de anos, de muitas administrações.

Atualmente a CCR Barcas administra 19 embarcações - sem contar com as duas novas previstas para entrar em operação ainda neste ano - que funcionam nas quatro linhas que fazem ligação com a Praça Quinze. De acordo com a concessionária, até dezembro está prevista a inauguração do novo terminal das barcas no Centro de Niterói com capacidade para 8 mil pessoas. Os catamarãs sociais também devem ganhar ar-condicionado, antiga reivindicação dos passageiros, após a chegada das novas embarcações encomendadas pelo governo.