sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

População aproveita transporte marítimo que faz o trajeto de Joinville a São Francisco do Sul

16/01/2015 - Diário Catarinense

Sessenta e um anos à espera de olhar o mar de pertinho, flutuando sobre as águas. Foi o tempo que a dona de casa Zeneide Tellis levou para ver, pela primeira vez, a terra de um outro jeito. Tudo começou com a folga do marido, o vigilante Arionaldo Tellis, 58 anos. Eles resolveram aproveitar o tempo livre gastando R$ 12 cada em uma passagem para viajar pela Baía da Babitonga, de Marinebus.

Saíram de Joinville para São Francisco, acompanhados do filho e da futura nora para a primeira viagem familiar de exploração do mar, mostrando que a nova embarcação está servindo como transporte turístico para joinvilenses.

Arionaldo se debruçava por cima de Zeneide para espiar a paisagem emoldurada pelas janelas de vidro plotado. Entre um furo e outro da película, ele olhava para baixo para ver onde a água estava. No ponto em que sentaram, bem no meio do casco, era o local em que mais se viam respingos nos vidros, tanto do lado em que estavam quanto do oposto.

A viagem, que se tornou passeio na companhia de Adiel Tellis, 33 anos, e da noiva dele, Fabiane Pereira, 32, mostrou um cenário que eles estavam desacostumados a ver.

Depois de 38 minutos de navegação, São Francisco do Sul se aproximava e eles tiveram, pela primeira vez, uma visão inteira do Centro Histórico, de frente. Descobriram que toda arquitetura foi pensada para ser vista também da água.

- É coisa que a gente nunca tinha imaginado - diz Zeneide.

- É bem diferente ver pela água - concordou Arionaldo.

- Só tinha medo de enjoar, mas deu para relaxar, sentindo esse balanço gostoso pela primeira vez - concluiu a esposa.

Ao subir o trapiche em São Chico, a família pretendia visitar o Museu do Mar. Lá, certamente esbarraram com a estudante de engenharia Alessandra Dias, 24 anos, e com a mãe dela, a funcionária pública Irene Sprung, 48. Todos estavam no mesmo barco com objetivos semelhantes: fazer turismo em terras francisquenses e voltar para Joinville no mesmo dia. A estudante também não conhecia a terra pelo lado do mar até a viagem no ônibus-barco.

Bate e volta

Ir e voltar rapidamente por terra é missão quase impossível para os visitantes das praias de São Chico durante o verão. Pelo mar, a família do advogado Ítalo Tomaselli fez o trajeto com tranquilidade. Deu tempo para o cafezinho na padaria e para os planos de almoçar em casa, mesmo saindo de Joinville às 9h30.

O advogado considera essa alternativa às rodovias mais do que motivo para empresários investirem mais na região e nos recursos marítimos. Ele considera importante "explorar a beleza" da Babitonga.

Ítalo reconhece que o Marinebus está em período de adaptação e descoberta do mercado, mas que algumas mudanças precisam ser feitas. Uma delas é a adaptação para pessoas com dificuldade de locomoção, desde idosos ao filho dele, Vitor Tomaselli, 17 anos. Com a ajuda do pai e da mãe, Ivone Tomaselli, 47 anos, Vitor conseguiu subir na embarcação e caminhar pelos trapiches. Cada um o apoiava de um lado e revezavam com a babá Helena Titon, 40 anos.

Período de adaptações

Desde o início das operações, a embarcação passou por alguns percalços. Primeiro a hélice, depois o trapiche e danos no motor a impediram de cortar a Babitonga. A chegada de outro barco promete acabar com o problema de interrupção do serviço em dez dias. Segundo o comandante da embarcação Carlos Alberto Vieira, a nova lancha terá acabamento mais aprimorado.

O perfil das viagens tende a mudar, de acordo com o comandante. Quanto mais perto do fim estiver o verão, menos turismo. Auxiliares de serviços gerais como Rosa Oliveira, 56 anos, diaristas tal qual Maria Rosa Silveira, 65, e ajudantes de produção feito Valdir Goulart, 50, que resolveram passear por São Chico, serão minoria. A tendência, conforme Carlos, é atender a pessoas que se deslocam para o trabalho.

Para isso, a linha de ônibus nº0403 atende aos joinvilenses interessados. Vai do terminal da Tupy até o trapiche do Espinheiros no qual atraca o Marinebus.

Horários atualizados

Saídas de São Francisco do Sul

— De segunda a sexta-feira: 6h20; 8h20, 12h; 14h; 18h

 — Sábado e domingo: 8h; 10h; 16h; 18h

Saídas de Joinville - Espinheiros

—Segunda a sexta-feira: 7h30 ; 9h30; 13h15; 15h30; 19h15

— Sábado e domingo: 9h; 12h; 17h; 19h

Contato

(48) 8823-4709

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Estações das barcas passam por obras para receber nova embarcação

Catamarã chinês deverá diminuir em até cinco minutos o tempo de viagem entre os terminais Arariboia e Praça Quinze

POR LEANDRA LIMA

09/01/2015 - O Globo


Adaptações são feitas nas estações Praça Quinze e Araribóia, para receber a embarcação Pão de Açúcar - Eduardo Naddar

NITERÓI — Para que a nova barca Pão de Açúcar possa operar no trecho Rio-Niterói, obras de adaptação dos píeres flutuantes estão sendo feitas nas estações Araribóia e Praça Quinze. A altura e a extensão do novo catamarã são diferentes das medidas das embarcações que fazem parte da frota. Operários trabalham atualmente na solda de vedação de novas estacas para a atracação do barco comprado. Uma rampa de estrutura metálica também foi montada para dar acesso a uma das portas laterais do barco.

Outra incompatibilidade é a extensão do píer, que não alcança a porta localizada na parte de trás da barca. Esta será destinada apenas à equipe de manutenção.

Atualmente, duas pontes são adaptadas às embarcações tradicionais e outras duas projetadas para dar acesso aos catamarãs. Uma das obras em curso visa à padronização das quatro pontes para poderem receber todos os tipos de embarcação. As obras são financiadas pela Secretaria estadual de Transportes.

A previsão é que os usuários comecem a utilizar o novo veículo no início de março. Até lá, além das obras das estações, a concessionária está adaptando equipamentos da embarcação às normas brasileiras, como coletes e extintores, e concluindo a comunicação visual das dependências. Funcionários também estão sendo treinados para operar a nova embarcação.

Hoje, as barcas tradicionais demoram em média 20 minutos na viagem, contemplando embarque, travessia da Baía de Guanabara e desembarque. A previsão da CCR Barcas é que o tempo médio da nova embarcação seja de 15 a 17 minutos. A barca faz parte de um lote de sete embarcações adquiridos, cada um com dois mil lugares e ar-condicionado, encomendadas a um estaleiro chinês, além de dois catamarãs nacionais, com 500 lugares. O custo total será de R$ 273 milhões para os cofres do governo estadual.

Os novos veículos já seguem os moldes do catamarã social, com duas proas — o que descarta a necessidade de manobras na hora da atracagem. A previsão da CCR Barcas é que mais uma embarcação chegue da China em abril.

O diretor de Operações e Manutenção da CCR Barcas, Francisco Pierrini, acrescenta ainda que a equipe responsável pela operação do catamarã passa pela última fase de treinamento:

— Nossa equipe passa pelos últimos treinamentos, para que esteja apta a operar a embarcação até março. Estamos ajustando também as últimas conformidades exigidas pela Capitania dos Portos.

A Pão de Açúcar pode transportar 30 mil passageiros por dia entre Rio e Niterói. Segundo a Secretaria estadual de Transportes, há 24 barcas operando no trajeto, das quais cinco são alugadas.

Inaugurada em outubro de 2013, a modernização da Estação Araribóia dobrou a capacidade das instalações antigas e hoje abriga quatro mil passageiros e 24 roletas, em ambiente monitorado por 18 câmeras conectadas ao Centro de Controle Operacional da CCR Barcas.

NÚMEROS

Dois mil passageiros

Capacidade na nova barca, que começa a operar em março

15 a 17 minutos

É o tempo de travessia da Pão de Açúcar

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/bairros/estacoes-das-barcas-passam-por-obras-para-receber-nova-embarcacao-15006465#ixzz3OKt2zlPd 
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