domingo, 27 de dezembro de 2015

Estado vai estudar alternativas para levar o metrô à Baixada

27/12/2015 - O Dia

A intenção é expandir os trilhos até Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João de Meriti

O DIA

Rio - Um dos maiores gargalos da Região Metropolitana é a mobilidade. Mas, como diz o coordenador da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, Vicente Loureiro, “sonhar não custa caro”. Responsável pela retomada da gestão compartilhada com os municípios do Grande Rio, Loureiro revela que o estado vai estudar alternativas para levar o metrô à Baixada. A intenção é expandir os trilhos até Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João de Meriti. Outra medida é o monitoramento do Arco Metropolitano com drones no início de 2016. O governo quer coibir ocupações irregulares e conhecer potenciais da região. Para isso, planeja uma parceria com a iniciativa privada.

Vicente Loureiro, coordenador da Câmara Metropolitana de Interação Governamental
Foto: Uanderson Fernandes 27.08.2014

ODIA: A Firjan constatou viabilidade econômica para criação de 11 linhas de barcas na Baía de Guanabara, que poderiam melhorar a mobilidade na Região Metropolitana. O estado pretende tirar do papel?

VICENTE LOUREIRO: É claro que algumas ligações podem ser realizadas, mas é preciso fazer contas, ouvir o mercado. Estamos numa fase em que a CCR quer devolver o serviço, porque só a rota Rio-Niterói se sustenta. Precisamos fazer estudos de viabilidade para saber que outras linhas são oportunidades concretas.

A ligação para São Gonçalo foi descartada?

Tanto em São Gonçalo quanto em Duque de Caxias temos um problema urbanístico a resolver, porque os centros dessas cidades funcionam longe do contorno do mar. O centro de São Gonçalo tem uma série de comodidades, onde o sujeito chega, faz compras e vai para casa. Como fazer isso ao lado da Baía de Guanabara onde não existe quase nada de vida urbana? São necessárias medidas além da construção de atracadouros e compra de embarcações.

Quais são as soluções?

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, que ficará pronto até o final de 2016, vai dizer que caminhos a gente terá que seguir para reverter esses cenários, como mudanças em linhas de ônibus e no uso e ocupação do solo.

O estado estuda levar o metrô para a Baixada?

O primeiro desafio é a linha Estácio-Carioca-Praça 15. Ela vai aumentar a capacidade da Linha 2, que está sobrecarregada na Pavuna, onde recebe a demanda de toda a Baixada. Feito isso, a gente vai poder estudar as alternativas técnicas para que o metrô possa avançar pelo menos seis, oito quilômetros na Baixada. Isso é possível. Buscar soluções em parcerias público-privadas, como temos feito, viabiliza mudança de paradigmas.

Aonde o metrô poderia chegar naquela região?

O ideal é que o metrô possa ir a Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti. Não sei o itinerário mais adequado nem quanto custa isso, mas, aumentando a capacidade da Linha 2, não é caro sonhar que ele pode chegar um dia à Baixada. Enquanto não acontece, precisamos estimular as prefeituras a promoverem integrações físicas e tarifárias para abastecer estações de trem mais movimentadas e o metrô da Pavuna. O passageiro deveria sair do ônibus e estar na estação em três minutos.

Existe plano B para a Linha 3 se a União não liberar os recursos previstos?

A Secretaria de Transportes está desenhando as alternativas para que possa lançar mão da Linha 3. É um objetivo do governo tocar esse projeto importante no setor.

Como resolver os problemas do Arco Metropolitano? Ele tinha a promessa de integrar a região, mas está subutilizado, com má conservação e favelização.

Vamos iniciar um sistema de monitoramento do entorno do Arco com drones para sabermos como acontece o processo de ocupação e evitar degradação. Quanto à capacidade de utilização, acreditamos que os números serão atingidos quando a via estiver toda pronta. Os drones também vão nos permitir conhecer áreas potenciais para a expansão de atividades industriais e logísticas. O estado estuda o modelo de gestão mais eficiente.

Como estimular atividades econômicas em áreas com muita moradia e pouco emprego, a fim de diminuir os deslocamentos?

O STF decidiu que a gestão dos serviços públicos nas regiões metropolitanas tem que ser compartilhada entre estado e municípios. Essa é a tarefa que a gente vai ter que aprender a construir para decidir os investimentos na metrópole. A criação da autarquia que vai regular essa relação deve ser votada na Alerj após o recesso.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Lançado edital de licitação do serviço de ferry-boat no Maranhão

17/11/2015 - G1

Vencedora assumirá serviço de transporte em dois terminais maranhenses. Licitação será do tipo concorrência internacional, segundo agência

A Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB) informou nesta segunda-feira (16) o lançamento do edital de licitação do tipo concorrência internacional para o fornecimento do serviço público de transporte aquaviário intermunicipal de passageiros, cargas e veículos, no trecho Terminal da Ponta da Espera, em São Luís, e Cujupe, em Alcântara (MA).

A empresa vencedora da concorrência vai firmar contrato de 20 anos e terá que atender a demanda e realizar investimentos necessários. De acordo com a agência, é a primeira vez que a prestação do serviço será licitada no Estado. O edital foi assinado na tarde desta segunda-feira (16) pelo presidente da Comissão Central de Licitação (CCL) Odair Neves e pelo presidente da MOB Artur Cabral. Neves informou que a publicidade do edital da licitação já está sendo articulada com as embaixadas dos Estados Unidos, Espanha, Grécia, China, Inglaterra e Japão.

O processo vai se estender até o próximo ano e é aberto a empresas nacionais e internacionais. Além da modernização do serviço, a previsão é de que o percurso seja realizado em menos de uma hora - uma redução de 30% no tempo no trajeto, de acordo com Cabral. A concorrência é do tipo "melhor oferta de pagamento", pela outorga mínima de R$ 5 milhões, após qualificação de propostas técnicas. A sessão pública será no dia 16 de fevereiro de 2016. As empresas podem consultar o edital na página da CCL (veja aqui) ou retirá-lo na sede.

Irregularidades

A medida foi tomada após uma série de irregularidades encontradas na prestação do serviço por órgão de fiscalização. Em julho deste ano, uma inspeção pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) para verificar cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) constatou irregularidades nos terminais de Ponta da Espera e Cujupe, e nas embarcações.

Foram descumpridos itens previstos no TAC como implementação de sistema de bilhetagem eletrônica e venda pela internet; padronização visual das embarcações (apenas uma empresa cumpriu); procedimentos de segurança; banheiros higienizados e longa espera por passagens; etc. Um mês antes, uma fiscalização do Procon realizada após queixas de consumidores constatou o descumprimento à Lei da Gratuidade para Idosos e da tabela de horários, além de condições estruturais inadequadas.

Durante a visita dos fiscais, foram encontrados problemas como ausência de toldos e pisos apropriados, como o piso tátil e antiderrapante. As condições de higiene da lanchonete do local também foram reprovadas.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Passageiros aprovam novo esquema

26/10/2015 - O Fluminense

Marina Assumpção 

Embarcações da linha Praça XV-Praça Arariboia sairão em intervalos de 10 minutos e não mais em horário fixo durante o rush

Quando a barca atingir lotação máxima, será liberada para fazer a viagem e a próxima embarcação sairá em 10 minutos
Júlio Silva

O novo sistema operacional da CCR Barcas, que organiza as partidas no esquema de intervalos, entrou em vigor nesta segunda-feira (26) na Estação Arariboia, no Centro de Niterói. Durante os horários de pico da manhã e da tarde, as embarcações da linha Praça XV-Praça Arariboia sairão em intervalos de 10 minutos e não mais em grade de horário fixo. A nova medida agradou passageiros, que acreditam que esta é a melhor forma para evitar esperas.

De acordo com a concessionária, quando a embarcação atingir lotação máxima, será imediatamente liberada para fazer a viagem e a próxima embarcação sairá no intervalo pré-determinado, reduzindo assim o tempo de espera para travessias. Para a gerente de negócios Renata Cruz, a medida vai agilizar as saídas.

“Não costumo utilizar a barca no horário de rush, mas no dia da pesquisa com os usuários fui a favor desta alteração. Acredito que vai diminuir o tempo das saídas, e com isso, reduzir problemas”, disse.

Já a recepcionista Carolina Andrade relatou que usa as barcas todos os dias para trabalhar, e destacou que a nova programação pode evitar filas.

“Acredito que este novo esquema vai diminuir as filas e evitar os atrasos. Com isso, é possível que exista uma melhora no serviço”, declarou.

O corretor André Oliveira pontuou que a medida deve ser melhor aproveitada por estudantes que utilizam o serviço.

“Acredito que os estudantes que costumam pegar a barca de manhã cedo e à tardinha são os maiores beneficiados, pois utilizam o serviço sempre em horário de rush”, relatou.
A corretora de seguros Katia Garcia declarou que o serviço já apresentou diversas melhoras e disse que esta é mais uma delas.

“Não tenho pego mais filas na estação e quase não existem atrasos. Acredito que as Barcas estão bem diferentes do que eram antes. Todas as medidas feitas para melhorias, são ótimas e bem-vindas”, disse.

Segundo a CCR, o objetivo da ação é melhorar os processos de gestão da operação, aumentar a transparência das informações operacionais com os usuários, reduzir os tempos de espera e evitar a formação de filas. O sistema de intervalos já funciona na linha Praça XV-Charitas desde o dia 19 deste mês

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Projeto de estação hidroviária na orla de POA será debatido hoje (19/10/2015)

19/10/2015 - R7 / EPTC

Estação na orla norte da capital gaúcha integra o plano de implantação do transporte hidroviário ao longo de 75 km do Guaíba

Hidrovias municipais: projeto prevê 11 estações na
Hidrovias municipais: projeto prevê 11 estações na orla
créditos: Divulgação/PMPA

A implantação de uma segunda estação hidroviária na orla da região norte da capital gaúcha é o objetivo do Projeto Hidroviárias Municipais/POA -Orla Norte, que está sendo desenvolvido pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). 

O projeto será apresentado em reunião pública nesta segunda-feira (19), às 19h, no Centro Universitário Metodista IPA - Unidade DC Shopping (rua Frederico Mentz, 1606 - Navegantes). 

Revitalização
O projeto integra o Programa Hidroviárias Municipais/Porto Alegre, que prevê a implantação de 11 estações hidroviárias ao longo dos 75 km da orla da capital, conforme previsto no Plano Hidroviário do Rio Grande do Sul. 

Segundo o secretário da Smurb, Valter Nagelstein, o projeto faz parte dos esforços da prefeitura para a revitalização do Quarto Distrito. “O objetivo é construir, em parceria com a comunidade, meios para a implementação desse novo modal de transporte e integrar Porto Alegre com toda a Região Metropolitana”. 

De acordo com o arquiteto da Smurb Marcelo Allet, o Plano Hidroviário do RS está em fase final de elaboração. A iniciativa é da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan/RS). 

Transporte público aquaviário

Este plano maior também será apresentado à população durante a reunião do dia 19. “Em breve, o setor privado será estimulado para a operação de um Sistema de Transporte Público Aquaviário de passageiros entre Porto Alegre e mais 15 cidades da nossa Região Metropolitana”, destaca Allet. 

No dia 26 de outubro será realizada uma Oficina Técnica de Planejamento para apresentação de cenários alternativos e coleta de percepções locais e, no dia 4 de novembro, acontecerá uma Oficina Técnica de Planejamento para avaliação final e validação dos resultados. Os locais serão divulgados em breve. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Desistência milionária

19/10/2015 -  O Globo

Cento e oitenta anos depois de inaugurada, a travessia marítima na Baía de Guanabara é hoje um transporte à deriva. Na semana passada, quando se comemorava a data histórica — o serviço regular de barcas a vapor começou a operar em 14 de outubro de 1835 —, veio à tona a informação que a concessionária CCR Barcas procurou o estado para propor a devolução da concessão, alegando desequilíbrio econômico e financeiro do contrato. Além de deixar o serviço no meio do caminho, a empresa quer ser ressarcida pela disparidade no contrato, pelo aluguel emergencial de barcas enquanto não chegam as que foram compradas pelo estado ( até agora só foram entregues três de um total de nove) e pela reforma das estações Praça Quinze e Arariboia, que teria consumido R$ 45 milhões. Segundo fonte do primeiro escalão do governo ouvida pelo GLOBO, o valor pretendido seria em torno de R$ 500 milhões.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, confirma que a CCR Barcas já manifestou a ele a intenção de fazer "uma solicitação” ao governo. Osorio, no entanto, diz que ainda não recebeu esse documento com o valor. O pedido que ele afirma estar em suas mãos é o de destrato do contrato de forma amigável, alegando não só desequilíbrio econômico- financeiro como também uma decisão estratégica da empresa. A proposta está sendo avaliada pela Procuradoria Geral do Estado, pela Secretaria da Casa Civil e pela Agência Reguladora de Transportes Públicos ( Agetransp).

— De qualquer forma, o fato de a empresa pedir ressarcimento não quer dizer que o governo vá aceitar. Vamos avaliar. — ressalta o secretário, que esta semana se reunirá com a presidência da CCR Barcas.

Formado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa ( empreiteiras às voltas com a Operação Lava- Jato) e Soares Penido, o grupo CCR assumiu o serviço há três anos, depois que os gestores anteriores decidiram abandonar o barco, em meio a prejuízos e uma enxurrada de reclamações de usuários sobre o serviço. Na época, o consórcio também controlava a Ponte Rio- Niterói. Três anos depois, a CCR Barcas acumula um déficit de R$ 124,2 milhões. E a crise toma corpo num momento em que a concessão ( feita em 1998, quando o estado se desfez da antiga e ineficiente Companhia de Navegação do Rio de Janeiro, a Conerj ) não atingiu sequer a maioridade.


MENOS USUÁRIOS QUE METRÔ E TREM

Ao analisar o contrato recentemente, a Agetransp entendeu que havia desequilíbrio nas contas e recomendou que o estado fizesse investimentos no sistema para não ter que aumentar a tarifa. Com as finanças desidratadas pela crise financeira — o governo está gastando R$ 273 milhões na compra de nove barcas —, o governador Luiz Fernando Pezão, depois de anunciar uma nova licitação para o transporte, corrigindo os erros do modelo atual e dando mais garantias ao estado, adotou um tom mais conciliador. E informou que tentaria negociar com a CCR Barcas uma saída para o imbróglio.

Enquanto a solução para o impasse não desponta no horizonte, os números mostram que o negócio não vai bem. A concessionária opera hoje seis linhas de barcas: Praça Quinze- Praça Arariboia; Praça Quinze- Charitas; Praça Quinze- Paquetá; Praça Quinze- Cocotá; Ilha Grande- Mangaratiba e Ilha Grande- Angra dos Reis, sendo que 90% dos passageiros estão concentrados em apenas duas, as que ligam o Rio a Niterói. Diferentemente do que ocorreu com trens e metrô ( cujos serviços também foram concedidos pelo estado na década de 90), que viram mais que dobrar o número de passageiros desde a concessão ( 143% e 113%, respectivamente), a quantidade de usuários nas linhas entre Rio e Niterói aumentou apenas 35% desde 1999. E, nos últimos anos, quando se multiplicaram os engarrafamentos na Zona Portuária por conta das obras para as Olimpíadas de 2016, fato que poderia estimular o uso das barcas, esse número se manteve praticamente estável.

Mas, por que o quase bicentenário transporte na baía, ligando a antiga e a atual capital do estado, não consegue navegar num mar de almirante?

Na visão da concessionária CCR, as obras no entorno da Praça Quinze atrapalham o desenvolvimento do sistema. Em comunicado enviado aos acionistas do Grupo CCR no fim de 2014, a empresa relaciona a queda no número de passageiros naquele ano ao fechamento do mergulhão. "Esse local concentrava pontos de ônibus de diversas linhas municipais e intermunicipais com integração às barcas”, diz o texto. Uma fonte com acesso à empresa também destaca que o estudo feito pela CCR quando obteve a concessão previa, a essa altura do contrato, número maior de passageiros.

Além das falhas de operação, alvo de constantes reclamações por parte dos usuários, especialistas apontam os problemas no modelo de concessão e a falta de integração com outros meios de transporte como algumas das principais causas para a baixa adesão ao sistema e a alegada falta de lucratividade.

Para o engenheiro de transportes José Eugênio Leal, professor da PUC- Rio, desde o momento da primeira concessão já se sabia que as barcas eram deficitárias. O sistema foi vendido como um todo, inclusive com as dívidas. O relatório que preparou a modelagem da privatização traz indícios dos problemas para fechar as contas. A Conerj foi vendida com um passivo trabalhista estimado em R$ 7,8 milhões, além de dívidas fiscais de R$ 2,1 milhões. Leal cita as deficiências na integração com outros modais e a baixa taxa de ocupação fora dos horários de pico como fatores relevantes para os problemas na operação:

— No horário de pico, provavelmente o sistema se paga. Fora do pico, está longe de se pagar. Seria mais viável se fosse possível pegar um ônibus, a barca e outro ônibus. O problema é que o estado não conseguiria arcar com esse custo do subsídio na tarifa ( do bilhete único).

De acordo com o engenheiro de transportes Alexandre Rojas, professor da Uerj, um alento para as barcas pode ser a extensão da malha do metrô, prometida por Pezão:

— Quando o metrô chegar à Praça Quinze, saindo da Carioca, aí as barcas poderão ser viáveis.

BILHETE ÚNICO PARA TRÊS TRANSPORTES

Professor da UFF, Ilton Curty ressalta que as barcas, por serem um sistema de alta capacidade, precisam de muitas pessoas circulando. Em um estudo que analisou o trecho Rio- Niterói, Curty detectou uma taxa de ocupação de 32%, abaixo de cidades como São Francisco, nos Estados Unidos, e Lisboa, em Portugal.

— Nos horários de pico, elas ficam lotadas, trazendo desconforto para os usuários. Mas em outros horários sobra espaço.

O professor Luiz Eduardo Brandão, da PUC- Rio, desenvolveu um estudo de demanda em que um único bilhete pudesse ser usado em um ônibus em Niterói, nas barcas, e em outro coletivo no Rio:

— Isso aumentaria a demanda e ajudaria na viabilidade do contrato.

O processo formal para uma nova licitação foi aberto no fim da semana passada na Secretaria estadual de Transportes.

ROTINA DE TRANSTORNOS

A chegada do Grupo CCR à administração do serviço de barcas, em julho de 2012, não significou o fim dos problemas que historicamente atingem o meio de transporte. Nem o catamarã Pão de Açúcar, o mais novo da frota, que passou a faz er a travessia Rio- Niterói em março deste ano, escapou das estatísticas de transtornos. No dia 5 de agosto, ele apresentou um defeito, e o resultado foram filas que ultrapassavam a estação e se estendiam pela Praça Arariboia, em Niterói. Outras quatro embarcações da concessionária fizeram a travessia até que o catamarã pudesse voltar à frota.

Pouco mais de três semanas antes, na manhã do dia 16 de julho, a barca Boa Viagem se chocou contra uma pilastra do atracadouro, ao lado da estação Praça Quinze. Ao menos 13 pessoas ficaram feridas e foram levadas ao Hospital Souza Aguiar, com suspeitas de fraturas. No mês seguinte, a concessionária informou que iria indenizar as pessoas que se machucaram no acidente.

No início de maio, outro trecho administrado pela CCR, a linha Cocotá- Praça Quinze, teve as atividades suspensas por mais de dez dias após a embarcação ter batido na plataforma da estação, no dia 7. Após o acidente, todos os passageiros só foram resgatados após mais de duas horas de trabalho do Corpo de Bombeiros, com o auxílio de lanchas, botes salva- vidas, escadas e cordas.

Desde que assumiu o serviço, em julho de 2012, a CCR foi multada cinco vezes pela Agetransp, agência reguladora dos transportes, com punições que somam cerca de R$ 1,5 milhão. O valor acumulado em pouco mais de três anos representa cerca de 30% dos R$ 4,9 milhões em multas aplicadas desde a privatização do transporte aquaviário, em 1998.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Empresa que explora transporte por barcas no Rio desiste do serviço

13/10/2015 - Agência Brasil

A empresa CCR Barcas, que explora o transporte aquaviário na região metropolitana do Rio e em duas cidades do litoral sul do estado informou hoje (13) a intenção de interromper o serviço. O governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Transportes, confirmou que recebeu o pedido da CCR Barcas, mas garantiu que a operação diária, que movimenta 100 mil passageiros, não sofrerá descontinuidade, até que haja decisão sobre o assunto, que poderá ser uma nova licitação.

A CCR Barcas pediu ao governo fluminense o distrato amigável do contrato de concessão para o transporte aquaviário de passageiros. A empresa argumentou que a medida se fundamenta em estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que apontaria desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.

Em nota enviada à imprensa, a empresa ressaltou que manterá o transporte diário de passageiros até que seja feita nova licitação. A CCR Barcas opera quatro linhas na região metropolitana: Praça 15 (Rio) – Praça Araribóia (Niterói), Praça 15 – Charitas (Niterói), Praça 15 – Ilha do Governador e Praça 15 – Ilha de Paquetá. A empresa também é responsável pelas linhas Mangaratiba – Ilha Grande e Angra dos Reis – Ilha Grande.

A Secretaria de Transportes reiterou que o contrato de concessão das barcas tem validade até 2023. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse que é preciso ver os motivos que estão levando as empresas concessionárias a desistirem de explorar as barcas, pois a CCR Barcas é a terceira a desistir de operar o transporte, desde a privatização do serviço.

“É um jogo de mercado. As empresas às vezes acham que vão faturar muito e não faturam. O estado também tem que ter suas garantias. Tem um contrato [estipulando] que a empresa não pode sair unilateralmente. Vamos ver onde estão as falhas e os desequilíbrios desse contrato, porque não é trivial já ser o terceiro grande grupo que abandona essa concessão. Temos que ver desde 1997, quando este serviço foi concedido, onde estão essas falhas”, disse.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Estado confirma que CCR quer deixar a operação das barcas

12/10/2015 -  O Globo

Concessionária já formalizou intenção ao governo, que analisa o caso
  
MARCO GRILLO 

CCR pretende deixar operação das barcas - Marcos Tristão / Agência O Globo/11-03-2014

RIO — O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, confirmou na manhã desta segunda-feira que a CCR Barcas comunicou ao estado a intenção de deixar a operação do serviço de barcas, conforme antecipou o colunista Ancelmo Gois, do GLOBO. A concessionária explora seis linhas: Praça XV-Praça Arariboia, Praça XV-Charitas, ambas em Niterói, Praça XV-Paquetá, Praça XV-Ilha do Governador, Ilha Grande-Mangaratiba e Ilha Grande-Angra dos Reis.

De acordo com Osorio, a CCR alega “desequilíbrio no contrato” e “falta de interesse estratégico de seguir com a operação”. A questão ainda está no âmbito administrativo e é analisada pelas secretarias de Transportes e da Casa Civil e pela Procuradoria-Geral do Estado. Procurada, a concessionária ainda não se manifestou.

— O contrato não está servindo ao seu propósito. Concessionária e estado estão insatisfeitos. Estamos analisando a questão juridicamente — afirma Osorio.

O contrato, assinado em 1998, determina que a concessão pode ser encerrada de seis maneiras: término do prazo, encampação dos serviços, caducidade, rescisão unilateral ou bilateral, anulação e falência ou extinção da concessionária. Segundo Osorio, a CCR propôs um entendimento entre as partes e não mencionou a possibilidade de uma ação judicial. O documento prevê que, caso o assunto não seja resolvido na esfera administrativa, a concessionária pode acionar o estado judicialmente, “no caso de descumprimento, pelo poder concedente, de normas estabelecidas”. Neste caso, a CCR não poderia interromper o serviço enquanto não houver ação transitada em julgado determinando a extinção do contrato. Osorio garante que a operação não será afetada em nenhum momento e afirma que a a concessionária se colocou à disposição para manter o serviço até que uma nova concessão seja definida, por meio de um edital.

— O estado tem segurança jurídica e não vê espaço para que a concessionária saia de forma unilateral — disse Osorio, descartando a possibilidade de o estado retomar a gestão do serviço, como ocorria até 1998. — O estado não tem interesse em assumir a operação do sistema.

O contrato de concessão foi assinado em 1998. Em 2012, o Grupo CCR comprou 80% das ações da Concessionária Barcas S/A e passou a comandar a operação. O documento é válido até 2023 e tem uma cláusula que prevê a possiblidade de renovação por mais 25 anos.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/estado-confirma-que-ccr-quer-deixar-operacao-das-barcas-17754039#ixzz3oOzalZl3 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Barcas passarão a operar por sistema de intervalos nos horários de pico

Medida vale para os serviços Arariboia e Charitas e é resultado da pesquisa de opinião dos usuários

06/10/2015 - Jornal do Brasil

A Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), com a Agetransp, informa que será implantado novo sistema operacional no serviço de barcas nos horários de pico nas linhas Praça XV - Arariboia e Praça XV - Charitas. Durante os horários de pico da manhã e da tarde, as embarcações sairão em esquema de intervalos: a cada 10 minutos em Arariboia e 15 minutos em Charitas, e não mais em grade de horário fixo como em vigor atualmente.  Com isso, quando uma embarcação atingir a lotação máxima será imediatamente liberada para fazer a viagem e a próxima embarcação sairá no intervalo pré-determinado (10 minutos em Arariboia e 15 minutos Charitas), reduzindo assim o tempo de espera para as travessias.

O objetivo é melhorar os processos de gestão da operação, aumentar a transparência das informações operacionais com os usuários, reduzir os tempos de espera e evitar formação de filas. A mudança, que entra em vigor para o serviço Charitas dia 19/10 e dia 26/10 para o serviço Arariboia, é resultado de pesquisa realizada junto aos usuários do sistema aquaviário, que durou três semanas, e revelou que 82,43% dos passageiros de Charitas e 79,06% dos usuários de Arariboia preferem o novo modelo de operação por intervalos. Ao todo, 1.868 usuários foram ouvidos.

“O sistema de intervalos está baseado nas melhores práticas internacionais. Com a nova operação teremos mais flexibilidade para ajustar a grade de partidas nos horários de pico. O resultado para o passageiro será um serviço mais ágil e eficiente. Como toda mudança, teremos um período de adaptação e poderemos fazer ajustes sempre que necessário”, disse o secretário de Estado de Transportes, Carlos Roberto Osorio.

Para informação dos usuários, será implantada pela concessionária CCR Barcas, a partir da próxima semana, campanha de comunicação que incluirá distribuição de panfletos, avisos sonoros, cartazes, além de informações por meio do site da empresa e redes sociais. 

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Palafitas mudam plano de hidrovias em Recife

25/09/2015 - Diário de Pernambuco

TÂNIA PASSOS

O projeto de navegabilidade Rios da Gente terá que encolher um pouco mais para se manter viável, pelo menos temporariamente. O plano B será usar a Estação do Derby como alternativa de integração com o BRT, enquanto o metrô não é opção. Um dos entraves é a remoção da palafita da comunidade Roque Santeiro, nas imediações da futura Estação Central, que prevê integração com o metrô. De um total de 1,2 mil famílias, cerca de 241 ainda não têm solução habitacional.

A Secretaria das Cidades estuda trabalhar a rota Oeste com as estações da BR-101, Torre, Santana e Derby, até que todas as palafitas sejam removidas do caminho da Estação Central. De acordo com a secretária executiva de articulação, Ana Suassuna, a mudança não trará forte impacto na demanda prevista para a rota Oeste de 10,5 mil passageiros. "Os estudos estão sendo feitos pelo Consórcio Grande Recife em razão das linhas que poderão ser integradas à navegabilidade, mas já temos indicativos que não haverá redução significativa na demanda”, revelou.

Para quem mora nas imediações da BR-101, o rio é uma solução para escapar dos congestionamentos das avenidas Caxangá, Norte e a Rui Barbosa. A dona de casa Edvânia Silva, 36 anos, pega ônibus na BR-101 bem ao lado da futura estação de navegabilidade. "Moro na Iputinga e, para ir para o Centro, eu pego Monselhor Fabrício. Se tiver mesmo o transporte pelo rio, acredito que irá melhorar muito”, afirmou.

Das cinco estações previstas da rota Oeste, apenas a da Torre não teve o canteiro de obras implantado. O Diario foi em todas as estações e constatou que as obras continuam paradas. No terreno da estação Central do metrô está funcionando um estacionamento. Nas outras, a área está cercada com um ou dois trabalhadores. "A obra da Estação Santana está sendo retomada ainda este ano.

Na estação da BR-101, também não há sinal de obras e as embarcações usadas na dragagem do rio estão encalhadas em um terreno ao lado. A previsão é que os trabalhos sejam retomados em outubro. A nossa estimativa continua sendo até o final de 2016”, ressaltou Ana Suassuana.

Segundo a Secid, foram dragados nove dos onze quilômetros do ramal Oeste. O trecho que falta está localizado justamente na área das palafitas e a interrupção teria ocorrido para não provocar instabilidade nas edificações. Já o edital de licitação da concessão do serviço tem previsão de lançamento em janeiro de 2016.  

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sem clientes, porto idealizado por Eike começa a operar

06/09/2015 - Folha de S. Paulo

Com três anos de atraso em relação ao cronograma inicial, o porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), realizou, no fim de semana passado, seu primeiro embarque de minério de ferro. 

A chegada do primeiro navio, no entanto, não elimina as interrogações que pairam sobre o projeto idealizado por Eike Batista, que custou R$ 4,2 bilhões e ficou pronto em um momento de crise aguda nos preços das commodities. 

No dia 13, o porto demitiu 138 empregados, o equivalente a um terço de seu quadro de pessoal, segundo informações da seção de Itaguaí do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Prospecção, Pesquisa e Extração de Minérios (Sindimina-RJ). 

"Daqui, só contrataram um rapaz, que está com dois barcos para fazer amarração dos navios", reclama o barqueiro Delci Quirino, 56, que trabalha com uma pequena lancha no transporte de passageiros a partir da praia da vila da Ilha da Madeira, onde a gigantesca estrutura do píer chama a atenção. 

Assim como muitos moradores, Quirino tentou surfar na promessa de oportunidades com a chegada dos empreendimentos –além do porto, a vila sedia a fábrica de submarinos da Marinha. 

"Juntei minhas economias e abri um bar, acreditando que iria atrair o pessoal das firmas... Foi um fracasso total." 

Em 2012, quando o porto assinou contrato para o embarque de minério da Usiminas, a previsão era fechar 2015 com uma movimentação de 46 milhões de toneladas –12 milhões da siderúrgica mineira e 34 milhões da MMX, do grupo de Eike. 

Na primeira operação, foram embarcadas 80 mil toneladas no navio AM Ghent, com destino à China. Um segundo embarque está previsto ainda para este mês. 

Até lá, os dois carregadores de navios, cada um com capacidade para movimentar 12 mil toneladas por hora, permanecem parados. 

Os dois principais clientes suspenderam os embarques: a MMX está em recuperação judicial e fechou suas minas; a Usiminas anunciou em junho a intenção de romper o contrato, alegando atrasos no início das operações do porto, hoje operado pela Impala Terminals, subsidiária da Trafigura, baseada em Genebra. 

"Dada a previsão atual de demanda por minério e a conclusão da fase de trabalho intensivo, o porto Sudeste está tomando medidas essenciais para alinhar a sua base de custos com volumes [de movimentação de minério]", diz a empresa, quando questionada sobre as demissões. 

A Impala e o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, anunciaram acordo para comprar 65% do projeto em setembro de 2013, quando o minério custava US$ 134 por tonelada. Pagaram US$ 400 milhões e assumiram uma dívida de R$ 1,3 bilhão da MMX, antiga controladora. 

Em julho, a cotação era de US$ 51,50 por tonelada. 

Os controladores do porto minimizam a situação difícil, afirmando que se trata de um projeto de longo prazo. "É um ativo-chave para mineradores localizados ao longo da malha ferroviária da MRS Logística", defenderam, em nota. 

A Trafigura aposta na compra da unidade Serra Azul, da MMX, para garantir movimento no porto. 

O negócio foi aprovado no dia 28 em assembleia de credores da mineradora de Eike. Por R$ 70 milhões, a Trafigura terá 51% do projeto. O restante ficará com outros credores.

Fonte: Folha de S. Paulo
Publicada em:: 06/09/2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Passagem do Catamarã fica mais cara a partir de terça-feira

04/09/2015 - Zero Hora - Porto Alegre

A tarifa do transporte hidroviário pelo Catamarã passará de R$ 7,35 para R$ 9,10 a partir da 0h da próxima terça-feira, informou a Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). As informações são do blog Estamos em Obras, da Rádio Gaúcha.

O reajuste de 23% foi aprovado pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) no começo desta semana. Este é o segundo aumento no preço da passagem desde o início das operações, em 2011.

A Catsul, empresa responsável pela administração do Catamarã, justifica que, desde 2013, o serviço não passava por um reajuste nas tarifas. Já a linha do Catamarã que vai do Centro de Porto Alegre até o BarraShoppingSul, na zona sul da Capital, não sofrerá reajuste e permanece a R$ 5.

Este é o segundo aumento no preço da passagem desde o início das operações, em 2011. A Catsul, empresa responsável pela administração do Catamarã, justifica que, desde 2013, o serviço não passava por um reajuste nas tarifas.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Firjan propõe mais 14 linhas de barcas

26/08/2015 - O Dia

Firjan propõe mais 14 linhas de barcas
Novas estações podem tirar mais de 100 mil carros das ruas

GUSTAVO RIBEIRO
Rio - A solução para desafogar o trânsito no Grande Rio pode estar na Baía de Guanabara. Estudo realizado há dois anos mostrou que os congestionamentos na Região Metropolitana chegam a 130 quilômetros por dia, o que equivale a pouco mais de duas Avenidas Brasil, a maior via expressa da cidade, ou dez pontes Rio-Niterói completamente paradas — e muita paciência envolvida. A Firjan (federação das indústrias do estado), que fez o cálculo na ocasião, deu a receita que seria capaz de reduzir a quase um terço os engarrafamentos. Nota técnica divulgada ontem pela entidade aponta que existe demanda suficiente, e, portanto, viabilidade comercial, para a criação de 14 novas linhas hidroviárias na Baía de Guanabara e nas lagoas da Barra da Tijuca. 

Se todos os projetos fossem implementados, essas rotas teriam potencial para absorver 272,4 mil viagens por dia e tirar 100,9 mil veículos das ruas. A extensão diária dos congestionamentos diminuiria 84,1 km. "Comprovamos que existe demanda. O que resta para essas propostas saírem do papel é estratégia de governo para optar por torná-las realidade", diz Riley Rodrigues, especialista em competitividade industrial e investimentos do Sistema Firjan. 
 

Foto:  Arte O Dia

Só no eixo da Baía de Guanabara, que hoje conta com apenas quatro rotas de barcas, são propostas 11 novas ligações. Dessas, cinco conectam a cidade do Rio ao Leste Fluminense: Praça 15-Gradim (São Gonçalo), Botafogo-Praça Arariboia (Niterói), Botafogo-Charitas (Niterói), Praça 15-Itaipu (Niterói) e Cocotá (Ilha do Governador)-Gradim. Partindo da Praça 15, haveria ainda a possibilidade de oferecer transporte aquaviário até Duque de Caxias, ao Aeroporto do Galeão, à Ilha do Fundão e à Ribeira (ligação desativada há pouco tempo). Outros dois serviços propostos seriam entre o Aterro do Flamengo, na altura do Museu de Arte Moderna, e o Galeão, além do deslocamento dentro de Niterói entre a Praça Arariboia e Itaipu. Em conjunto, estas novas linhas poderiam prover mais de 156 mil viagens por dia, 57,8 mil veículos a menos no trânsito. 

A universitária Carolina Zacharski, de 23 anos, que se desloca frequentemente entre Botafogo e Charitas, onde estuda, gasta até 1h10 no percurso, indo de ônibus. De acordo com Riley Rodrigues, o tempo cairia para entre 15 e 20 minutos apenas, dependendo se o tipo de embarcação escolhido fosse um catamarã, como os que são operados pela CCR Barcas nas linhas atuais, ou aerobarco. "Seria perfeito! Muitos estudantes das faculdades do Rio moram em Niterói e São Gonçalo e seriam beneficiados", comenta a futura enfermeira. 

A também estudante Camila Lopes, 23, leva 45 minutos da Central do Brasil até Caxias entre o trabalho e a faculdade. O trajeto pelo mar seria traçado de 25 a 40 minutos, conforme o estudo da Firjan, o que também dependeria do modelo de barco. "Os trens não estão mais tão ruins como antigamente, consigo até vir sentada. Mas, se eu puder chegar em 20 minutos, com certeza vou de barca", planeja. 

A federação também sugere ligação entre a Barra da Tijuca e o Centro com o uso de embarcações próprias para navegação em mar aberto, o que seria capaz de liberar, ao longo do dia, 32,8 km de vias rodoviárias. Estima-se que o serviço hidroviário tenha potencial para realizar até 106,4 mil viagens diárias, o equivalente a 15,6% das 679, 3 mil viagens/dia feitas hoje nesse trajeto por meios convencionais.A nota técnica também defende a criação de linhas internas na Barra, utilizando as lagoas de Marapendi e de Jacarepaguá. 

"As ligações hidroviárias no complexo lagunar da Barra possibilitariam aos usuários saltarem próximo à futura estação da Linha 4 do metrô, no Jardim Oceânico, que fará a conexão da Barra da Tijuca com a Zona Sul e o Centro. A partir da combinação das hidrovias com a Linha 4 do metrô, seria possível retirar milhares de veículos ao longo do trajeto Barra da Tijuca-Centro, reduzindo ainda mais os congestionamentos", sustenta o estudo. 

A Secretaria Estadual de Transportes vai apresentar, neste semestre, o resultado do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) e do Plano Estratégico de Logística de Cargas (PELC), que projetam o desenvolvimento da mobilidade e direcionam os investimentos em infraestrutura no estado. O órgão também fará avaliação técnica se é possível viabilizar as linhas. 

Parte das linhas apontadas já havia sido cogitada, mas, segundo Riley, a teoria de que não havia demanda sempre derrubou os projetos. Em alguns casos, são necessários investimentos maiores, como a complexidade de dragagem na região de São Gonçalo e Duque de Caxias e a necessidade de abertura de um canal na Ilha do Fundão. "Esse momento de crise financeira é o ideal para se pensar em soluções que potencializam a economia. Os engarrafamentos na Região Metropolitana geraram um custo de R$ 29 bilhões em 2013 (os números levam em conta a remuneração média do trabalhador local por minuto que ele perde no trânsito). O governo deve estabelecer parcerias com a iniciativa privada." 

Engenheiro de Transportes da Uerj, Alexandre Rojas critica o estudo. "Essas linhas não têm demanda e mais operações na Baía só seriam possíveis se ela fosse despoluída e se houvesse controle do tráfego de navios. Isso é um pesadelo." Já Eva Vider, engenheira de Transportes da UFRJ, é a favor. "A maioria dessas rotas foi proposta no Plano Diretor de 2003. Um modal não compete com os outros, eles devem se somar." 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Novo catamarã que vai operar na linha de Paquetá chega ao Rio

24/08/2015 - O Fluminense

Embarcação, que possui 500 lugares e tem espaço para transporte de cargas, deverá entrar em operação em setembro


Embarcação Ilha Grande substituirá a antiga embarcação, da década de 60, que será retirada de operação
Foto: Divulgação / Governo do Estado / Henrique Freire

A Secretaria de Transportes (Setrans) informou nesta segunda-feira (24) que o novo catamarã Ilha Grande, que vai operar na linha Praça XV-Paquetá, chegou ao Rio de Janeiro. A embarcação, fabricada pelo estaleiro INACE, do Ceará, tem capacidade para transportar 500 passageiros e segue o mesmo padrão das embarcações chinesas adquiridas pelo Governo do Estado para o trajeto Praça XV-Arariboia. A embarcação Ilha Grande passará por registro, homologação, vistoria, teste de mar e deve entrar em operação até o final do mês de setembro.

A Ilha Grande tem acessibilidade plena e conta com sistema de ar-condicionado, poltronas acolchoadas, bicicletário, maior espaço interno e velocidade. A novidade é o espaço para cargas, antiga reivindicação dos moradores d​e​ Paquetá, que agora poderão utilizar a barca para transportar, por exemplo, compras, móveis e eletrodomésticos. ​Além disso, por ser uma barca mais rápida e moderna, o tempo de travessia será reduzido em 20 minutos.

A embarcação Ilha Grande substituirá a antiga embarcação, da década de 60, que será retirada de operação. A compra dessas barcas faz parte do processo de modernização da frota do sistema aquaviário. 

Além de dois catamarãs fabricados no Brasil, outras sete barcas de 2 mil lugares foram compradas do estaleiro chinês Afai Southern Shipyard para atender a travessia Rio-Niterói. O primeiro novo catamarã a chegar no Rio, Pão de Açúcar, está em operação desde março. O segundo, Corcovado, entrou em circulação no dia 10 de agosto. A próxima embarcação chinesa a ser entregue será o catamarã Itacoatiara, que já está fazendo teste de mar na China. ​

sábado, 8 de agosto de 2015

Catamarã quebra e atrasa saída de moradores da Estação de Cocotá, na Ilha do Governador

Embarcação deveria substituir uma das barcas tradicionais que operam na Baía de Guanabara há mais de seis décadas

POR TAÍS MENDES

07/08/2015 - O Globo

Catamarã Harpia apresentou defeito e atrasou viagem de Cocotá em 28 minutos - Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - Na manhã desta sexta-feira, a CCR Barcas optou por trocar a costumeira embarcação tradicional por um catamarã mais moderno na viagem das 7h, que sairia da estação de Cocotá, na Ilha do Governador. A medida deveria servir como alento para os usuários do sistema de barcas que nos últimos dias enfrentaram problemas no transporte. Com capacidade menor, um catamarã não daria para transportar todos os moradores da região. Foi necessário enviar uma segunda embarcação, a Harpia, mas no caminho para Cocotá ela quebrou. Resultado: uma terceira barca foi necessária, mas deixou a estação da ilha após 28 minutos de atraso. A concessionária afirma que funcionários comunicaram o problema pelo alto-falante e que foram distribuídos cartões para quem quisesse utilizar outro meio de transporte. Ainda de acordo com a CCR, nenhum passageiro aceitou a oferta.

Quando as barcas começaram a fazer o transporte de passageiros para a Ilha do Governador, nos anos 1980, eram apenas dois horários, pela manhã saindo da Ilha, e retornando à noite. E mesmo assim pegando uma carona com a barca que fazia a linha de Paquetá, que parava na Ribeira antes de seguir viagem. Trinta anos se passaram, a Ilha do Governador ganhou uma linha própria e uma nova estação em Cocotá, mas as barcas são as mesmas. Hoje chamadas de tradicionais, elas ainda são indispensáveis ao sistema que transporta cerca de 110 mil passageiros por dia pela Baía de Guanabara. As mais novas são de 1986 e a mais velha é de 1951.

O embarque na estação de Cocotá é rápido, embora a estação não seja nada confortável (poucos bancos e um único bebedouro, que na manhã desta quinta-feira estava quebrado por fora, mas funcionando). As barcas tradicionais, com capacidade para até duas mil pessoas, deixam o cais de Cocotá cheias durante boa parte da manhã. A viagem de 55 minutos em bancos de madeira e, às vezes até em pé, também não é nada confortável. Os banheiros estão frequentemente sujos e há poucos bebedouros que ainda funcionam. É preciso também viajar atento para espantar as baratinhas que dividem espaço com os passageiros.

Moradora da Ilha do Governador há 32 anos, a jornalista Luzia Barbosa da Silva, de 62 anos , é do tempo em que a barca era compartilhada com os moradores de Paquetá e parava em Ribeira:

— Não mudou muita coisa. Temos mais horários de partida e chegada, mas ainda são insuficientes para a demanda. Com a falta de segurança nos ônibus, aumentou muito os passageiros das barcas, que continua a mesma, um horror. Cheia de baratas. Os banheiros estão sempre imundos. Nem uso — criticou.

A jornalista destacou, ainda, o isolamento da estação de Cocotá.

— Não há acesso por ônibus. Pago uma fortuna de estacionamento, mas ainda é melhor do que ir para o centro de carro.

A partir das 11h, as barcas tradicionais saem de cena e entram os catamarãs sociais. Eles são mais novos, com capacidade de 600 a 1,3 mil passageiros, mas já começam a apresentar sinais de desgastes e falta de manutenção. O Harpa, que fez o trajeto da ilha para a Praça Quinze no horário das 11h40m, é moderno, confortável e bem refrigerado. Mas nem todos são assim. No início desta semana, o passageiro Olímpio Rodrigues fotografou o compartimento do catamarã social Gávea I e, onde deveria estar disponíveis os coletes infantis, havia apenas um colete e uma lata de lixo.

— Levei um susto. Isso é muito grave — comentou.

Não há previsão de barcas novas para a Ilha do Governador. As oito embarcações que chegam até o primeiro semestre do ano de 2016 farão as linhas Niterói, Charitas e Paquetá. O Secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, já havia anunciado que ainda não há previsão orçamentária para melhorar o transporte aquaviário para a ilha.

— Moramos em uma ilha e o transporte por barcas deveria ser priorizado — comentou Luzia.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/catamara-quebra-atrasa-saida-de-moradores-da-estacao-de-cocota-na-ilha-do-governador-17113078#ixzz3iEd5vAZk 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Novo catamarã em operação dia 10 de julho de 2015

06/08/2015 - O Fluminense

Secretário de Estado de Transportes passa o dia acompanhando o serviço na travessia entre a Praça Arariboia e a Praça XV



O catamarã Corcovado, que chegou da China recentemente, entrará em operação na próxima segunda-feira
Divulgação

O catamarã Corcovado, uma das embarcações compradas na China, entrará em funcionamento na próxima segunda-feira. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6), pelo secretário de Estado de Transportes, Carlos Roberto Osório, que passou o dia acompanhando as operações de travessia entre as estações da Praça Arariboia e Praça XV, realizadas pela concessionária CCR Barcas. Na ocasião, o secretário ainda confirmou que a embarcação Itacoatiara deverá chegar ao Rio de Janeiro no final de setembro.  

De acordo com o secretário, hoje, a capitania dos portos entregará a documentação e a homologação do catamarã Corcovado. 

"Para liberar a embarcação Pão de Açúcar levamos 60 dias. A Corcovado será libera com 35. Solicitamos urgência no pedido, visando aumentar a oferta e melhorar o atendimento aos usuários que utilizam o meio de transporte. Com esta nova embarcação em funcionamento, os passageiros logo sentirão a diferença", contou.

Osório ainda explicou que o catamarã Itacoatiara já está fazendo testes na água.

"A nova embarcação já foi para água. O estaleiro que a produziu nos enviará no início de setembro, e ela deve chegar no final do mês. Até regularizamos a documentação, no final de outubro ela também já estará funcionando", explicou.

Nesta quinta-feira, entre os horários de 8h e 9h, os usuários tiveram que enfrentar fila novamente na estação da Praça Arariboia. Segundo eles, apesar do catamarã Pão de Açúcar estar operando normalmente, as saídas para a Praça XV tiveram atraso. Osório avaliou a maior parte das reclamações com relação à falta de pontualidade e pelo estado de conservação das embarcações. 

"Passei o dia me deslocando entre as duas estações. Ouvi as reivindicações, críticas e sugestões dos passageiros que utilizam o serviço diariamente. É inaceitável que uma concessionária desse porte receba tantas críticas. A CCR Barcas ainda será multada em R$ 400 mil, pela Agetransp por conta do acidente no mês passado na praça XV, que deixou 12 feridos", disse.

Carlos Roberto Osório se reuniu com o comandante da Capitania dos Portos. Na reunião ficou decidido que não haverá mais vistorias durante os horários de pico nas travessias Rio-Niterói, pois segundo o secretário, a remoção da embarcação Pão de Açúcar, das 17h às 19h, para uma vistoria foi a responsável pelas filas na Praça XV, na quarta-feira.

O secretário disse ainda que está trabalhando no projeto da Linha 3 do metrô entre Niterói e São Gonçalo, que ficará pronto em setembro.

"Queremos implantar o metrô por via aérea. Ele irá passar por um pontilhão, uma espécie de estrutura metálica, e não terá muros como uma via férrea", disse. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Osorio é vaiado por passageiros após fazer a travessia Rio-Niterói no catamarã Pão de Açúcar

Secretário de Transportes também anunciou que a barca Corcovado deve entrar em operação a partir de semana que vem

POR TAÍS MENDES

06/08/2015 - O Globo


Osório é vaiado na chegada à estação da Praça Arariboia, em Niterói - Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, fez a travessia Rio-Niterói, na manhã desta quinta-feira, na embarcação Pão de Açúcar, que apresentou problemas nesta quarta-feira e não pôde circular por duas horas, provocando extensas filas na Praça Arariboia. No desembarque em Niterói, a presença de Osorio foi logo percebida. Os passageiros que aguardavam o embarquecomeçaram a vaiá-lo. Muitos faziam sinais negativos e pediam que a CCR fosse retirada da concessão das barcas.

— Tudo isso é mentira. Hoje eles estão aqui com todo cuidado, passando as informações pelo alto-falante e com muitos funcionários para ajudar. Normalmente, não é assim. Foi só porque o secretário estava na barca — criticou a professora Maria de Fátima Braga Leite.

Diante das vaias e dos gritos da população: "Fora CCR", Osorio não se intimidou. Foi em direção aos passageiros na tentativa de explicar que está tentando melhorar o transporte.

— Tenho que falar com as pessoas. Eles não gostam da CCR porque há um histórico de dificuldades. E a população reclama com todo direito. Mas o governo tem que dialogar. O serviço está melhorando, mas ainda é deficitário porque ficou 30 anos sem investimentos — argumentou o secretário.

De acordo com o Osorio, o fabricante da Pão de Açúcar já foi notificado para esclarecer o que provocou o defeito.

— Não queremos e não podemos ter problemas com a barca nova. Os fabricantes estiveram na barca, solucionaram o problema, mas queremos saber o que aconteceu — disse o secretário.

Nesta quinta-feira, ele também terá uma reunião com a Capitania dos Portos para ajustar as vistorias em embarcações e evitar que sejam feitas em horários de rush.

— Vamos falar de tudo, das vistorias que podem ser feitas no meio da tarde ou no fim de semana; do que aconteceu nesta quarta com a Pão de Açúcar; e da Corcovado, que já está em Niterói e deve começar a funcionar na semana que vem. Essa é a boa notícia para o morador de Niterói.

Ainda de acordo com o secretário, as embarcações antigas Vital Brazil e Boa Viagem já foram aposentadas e, até o fim do ano, todas as barcas convencionais deixarão de funcionar

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/osorio-vaiado-por-passageiros-apos-fazer-travessia-rio-niteroi-no-catamara-pao-de-acucar-17101594#ixzz3i2OsZeLB 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Catamarã novo para duas vezes e causa transtornos

06/08/2015 -  O Globo

O mais novo catamarã da frota de barcas que fazem a travessia Rio-Niterói, o Pão de Açúcar, que entrou em operação em março deste ano, apresentou defeito técnico na manhã de ontem. O resultado foram filas que ultrapassavam a estação e se estendiam pela Praça Arariboia, em Niterói. Outras quatro embarcações da concessionária CCR Barcas fizeram a travessia até que o catamarã pudesse se unir à frota, o que só aconteceu às 9h, duas horas e meia após o problema ter sido detectado.

À noite, mais uma vez, os passageiros precisaram de paciência na volta para casa, porque a barca Pão de Açúcar — que só opera em horários de pico — precisou passar por uma vistoria da Capitania dos Portos. Ela só voltou a circular às 19h20, mais de duas horas depois do horário habitual, que é às 17h.

A espera pelo transporte chegou a demorar uma hora, provocando longas filas, desta vez, na estação da Praça Quinze. Sem informações sobre o atraso, passageiros chegaram a pular as roletas e tentaram quebrar as portas de vidro da estação.

Apesar de estar há menos de cinco meses em uso, esta não é a primeira vez que a embarcação, com capacidade para duas mil pessoas, apresenta defeito. No dia 13 de julho, a barca parou no meio da Baía de Guanabara, mas o problema acabou sendo solucionado sem a necessidade de tirá-la de circulação.

Os atrasos atrapalharam a vida de muita gente. O professor Marcos Teixeira Filho, de 42 anos, contou que a espera na Praça Arariboia, pela manhã, foi de 25 minutos.

— Quando cheguei na estação, levei um susto, pois havia muita gente. Hoje (ontem) vou chegar atrasado na sala de aula — reclamava.

A médica Mônica Ferreira Gomes, de 35 anos, desembarcou quase correndo:

— Tenho que acelerar o passo porque já tenho pacientes me esperando.

Quem não estava com tanta pressa aproveitou para criticar o transporte.

— O transporte aquaviário é intenso na Baía e precisamos de barcas realmente novas, não essa que já chegou cheia de problemas — disse o advogado Mário Leitão, de 57 anos.

O secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto Osorio, disse que o catamarã Pão de Açúcar ainda está na garantia. Segundo ele, a fabricante, uma empresa chinesa, já foi notificada para explicar os motivos das falhas técnicas.

OUTROS PROBLEMAS

Há três semanas, uma falha no motor fez com que a barca Boa Viagem batesse de frente contra o cais da extinta Transtur, na Praça Quinze. O acidente deixou 13 pessoas feridas. No mesmo dia, Osorio ordenou a retirada definitiva da embarcação de circulação, além de outras três também construídas nos anos 60, que só fariam o transporte de passageiros após uma vistoria técnica. Mesmo assim, no dia seguinte, uma delas, a Martim Afonso, apresentou defeito no trajeto Paquetá-Praça Quinze.

Desde 2012, quando assumiu a operação das barcas, a CCR Barcas recebeu 14 multas por falhas operacionais e em equipamentos, totalizando R$ 4,9 milhões, segundo a Agetransp. Ainda segundo a agência, somente sete penalidades, que chegam a R$ 2,8 milhões, foram pagas ou estão sendo pagas.


Em nota, a CCR Barcas afirmou que, pela manhã, a Pão de Açúcar apresentou "problemas técnicos" por volta das 6h30, e uma equipe da empresa fabricante da embarcação, em conjunto com técnicos da CCR, trabalhou para solucionar o problema. Já à noite, segundo a CCR, a vistoria no catamarã deixou os horários das viagens até Niterói irregulares. 

Osorio é vaiado por passageiros após fazer a travessia Rio-Niterói no catamarã Pão de Açúcar

RIO - O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, fez a travessia Rio-Niterói, na manhã desta quinta-feira, na embarcação Pão de Açúcar, que apresentou problemas nesta quarta-feira e não pôde circular por duas horas, provocando extensas filas na Praça Araribóia. No desembarque em Niterói, a presença de Osorio foi logo percebida. Os passageiros que aguardavam o embarque embarcação começaram a vaiá-lo. Muitos faziam sinais negativos e pediam que a CCR fosse retirada da concessão das barcas.

— Tudo isso é mentira. Hoje eles estão aqui com todo cuidado, passando as informações pelo alto falante e com muitos funcionários para ajudar. Normalmente não é assim. Foi só porque o secretario estava na barca — criticou a professora Maria de Fátima Braga Leite.

Diante das vaias e dos gritos da população: "Fora CCR", Osorio não se intimidou. Foi em direção aos passageiros na tentativa de explicar que está tentando melhorar o transporte.

— Tenho que falar com as pessoas. Eles não gostam da CCR porque temos um histórico de dificuldades. E a população reclama com todo direito. Mas o governo tem que dialogar. O serviço está melhorando, mas ainda é deficitário porque ficou trinta anos sem investimentos — argumentou o secretário.

De acordo com o Osorio, o fabricante da Pão de Açúcar já foi notificado para esclarecer o que provocou o defeito.

— Não queremos e não podemos ter problemas com a barca nova. Os fabricantes estiveram na barca, solucionaram o problema, mas queremos saber o que aconteceu — disse o secretário.

Nesta quinta-feira, ele também terá uma reunião com a Capitania dos Portos para ajustar as vistorias em embarcações e evitar que sejam feitas em horários de rush.

— Vamos falar de tudo, das vistorias que podem ser feitas no meio da tarde ou no fim de semana, do que aconteceu ontem com a Pão de Açúcar e da Corcovado, que já está em Niterói e deve começar a funcionar na semana que vem. Essa é a boa notícia para o morador de Niterói.

Ainda de acordo com o secretário, as embarcações antigas Vital Brazil e Boa Viagem já foram aposentadas e, até o fim do ano, todas as barcas convencionais deixarão de funcionar.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Justiça anula decretos favoráveis à CCR Barcas

22/07/2015 - O Globo

Leia: Barcas: estado cria grupo para rever contrato - O Globo

Uma travessia acidentada - O Globo

A juíza Natascha Maculan Adum Dazzi, da 8 ª Vara de Fazenda Pública da Capital, anulou dois decretos estaduais que concediam benefícios à concessionária que opera o serviço hidroviário no Rio. Com isso, a CCR Barcas terá que devolver ao estado valores que deixaram de ser recolhidos em razão da redução do ICMS, além da verba pública recebida para o custeio de gratuidades.

A sentença é o desdobramento de uma ação popular ajuizada pelo engenheiro Fernando Peregr ino, que participou dos governos de Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.

O advogado de Peregrino, Antonio Maurício Costa, estima em R$ 500 milhões o valor a ser ressarcido ao Tesouro estadual. A CCR Barcas recorrerá da decisão.

A juíza menciona que o aumento de 60,7% da tarifa, de R$ 2,80 para R$ 4,50, ocorrido em fevereiro de 2012, não foi precedido por "evento imprevisível" e que, portanto, não se justificava. À época, o governador Sergio Cabral atribuiu a majoração da tarifa — objeto do decreto 43.441/ 2012 — à necessidade de restabelecimento do equilíbrio econômico- financeiro do contrato.

O outro decreto tornado nulo pela juíza é o 42.897/ 2011, que concedeu isenção total de ICMS à concessionária Barcas S/ A. Em abril de 2012, o Grupo CCR, que tem as concessões da Rodovia Presidente Dutra, da Via Lagos e à época da Ponte Rio- Niterói, adquiriu, por R$ 72 milhões, 80% das ações da Barcas S/ A.

DANOS AOS COFRES PÚBLICOS

Na avaliação de Fernando Peregrino, a decisão judicial repara um erro histórico.

— Durante anos, a operação das barcas implicou danos não apenas aos usuários, mas também aos cofres públicos — disse o autor da ação.

A decisão acontece em meio a relatos de insatisfação da CCR Barcas com os prejuízos decor rentes da operação do sistema hidroviário. Há cerca de uma semana, a barca Boa Viagem bateu na mureta da Praça Quinze, deixando 13 pessoas fer idas. O estado afir mou que avaliava a aplicação de multa de R$ 400 mil à concessionár ia, se ficassem comprovados problemas relacionados à manutenção.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Osorio, também afirmou que técnicos da pasta estão fazendo um relatório para rever o contrato de concessão, assinado em 1998.

O secretário evita falar em rompimento de contrato. Já o Grupo CCR estaria estudando repassar a concessão, mas oficialmente nega o fato.

De acordo com Osorio, a empresa precisaria ter uma autorização do estado para repassar a concessão ou mesmo para fazer qualquer mudança na composição acionária. O contrato de concessão expira em 2023.

terça-feira, 21 de julho de 2015

CCR Barcas aguarda definição de reajuste

20/07/2015 - Valor Econômico

Leia: Barcas: estado cria grupo para rever contrato - O Globo

A CONCESSIONÁRIA CCR segue no aguardo do processo de revisão tarifária para o serviço de barcas na Baía da Guanabara (RJ), do qual detém a operação, e nega que esteja negociando a venda do ativo. A companhia ressalta que qualquer mudança nessa posição será comunicada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A agência reguladora do setor (Agetransp) deve definir ainda este ano o novo valor das tarifas.

Enquanto a revisão não termina, as atividades da CCR Barcas, que controla as operações, seguem normalmente, afirma a empresa em comunicado. O grupo diz manter "a confiança no poder concedente, na agência reguladora e no marco regulatório que disciplina a operação do transporte aquaviário no Rio de Janeiro".

A CCR afirma ainda que está focando no aumento da qualidade dos serviços prestados, "não obstante a idade média das embarcações que servem à concessão". Segundo a nota, pesquisas recentes mostram que a população carioca reconhece os esforços para melhorar o serviço.

Controlada pela Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e grupo Penido, a empresa já manifestou o interesse em disputar ativos na nova rodada de concessões que o governo federal pretende realizar. O grupo estuda os aeroportos de Salvador e Fortaleza, além de trechos de rodovias.

sábado, 11 de julho de 2015

Moradores da Ilha do Governador criam sua própria linha de barca pela Baía de Guanabara

Uso de coletes é obrigatório. Insatisfação com transportes oficiais que atendem o bairro foi motivação para serviço alternativo

POR TAÍS MENDES

11/07/2015 - O Globo


Moradores da Ilha vão da Praia da Bica à Praça Quinze em 20 minutos: barco não leva 'passageiros desconhecidos' - Márcia Foletto / Agência O Globo

RIO — Os passageiros embarcam na Praia da Bica, num cais ao lado do Esporte Clube. São três viagens pela manhã partindo da Ilha do Governador rumo ao Centro da cidade, às 7h30m, 8h30m e 9h30m. No final da tarde, a volta acontece a partir da Praça Quinze, às 17h30m e às 18h30m. Como nos aviões, um dos tripulantes fala sobre as regras de segurança. O uso de coletes é obrigatório e ninguém pode viajar em pé. Protegido por um toldo, o bote corta o mar sem dar banho de água nos passageiros. Em vez de durar quase uma hora — tempo habitual do trajeto — a viagem acaba no cais da Praça Marechal Âncora em 20 minutos.

Engana-se quem pensa que se trata de uma nova linha oferecida pela CCR Barcas, que tem a concessão do transporte marítimo no Rio. Esta é uma ação entre amigos, que estavam cansados do serviço público prestado. Passageira de primeira viagem, Daniela Czerwinski, já tinha até adotado o ônibus, mas voltou ao mar com a expectativa de que ganhará três horas diárias com a novidade:

— A viagem de ônibus leva em média duas horas. Mas, se tiver um acidente na entrada da Ilha, pode levar o dobro.

A insatisfação com o serviço de barcas e os constantes assaltos nas linhas de ônibus que atendem ao bairro fizeram com que um grupo da Ilha do Governador buscasse uma alternativa. Eles contrataram uma empresa de turismo que opera em Angra dos Reis. Preferem pagar R$ 15 aos R$ 5 cobrados pela barca convencional, que faz o percurso em 55 minutos.


Os 21 passageiros vão sentados e têm que usar coletes salva-vidas - Márcia Foletto / Agência O Globo

O bote inflável tipo flexboat tem capacidade para 20 passageiros. A novidade chegou ao GLOBO via Whatsapp (9999-9110). Operada pela empresa Avant Tour, a embarcação começou a navegar na quarta-feira passada. Até agora, 30 pessoas (quase todas do Jardim Guanabara) usam nova linha, mas cada candidato a uma vaga no barco precisa ser aprovado por todos do grupo. Eles frisam que o serviço não está disponível a estranhos.

— Eu soube por intermédio de um amigo e estou gostando muito. Não aguentava mais os assaltos nos ônibus — conta a administradora de empresa Renata Assunção, de 40 anos.

O serviço da CCR Barcas também contribuiu. As queixas vão desde barcas infestadas por baratas a horários espaçados.

— Esse novo transporte é qualidade de vida. Não chego mais atrasado no trabalho e nem em casa. Agora, tenho mais tempo para ficar com a família — argumentou o servidor público Lopes Alves, de 63 anos.

A representante legal da empresa, Alda da Silva, fez questão de explicar que é um atendimento privado e não um serviço aberto à população em geral.

A Capitania dos Portos informou que não tem conhecimento do transporte compartilhado na baía, e acrescentou que cabe ao órgão apenas fiscalizar se a embarcação está regularizada e com tripulantes habilitados.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, disse que não tem ainda como afirmar se o transporte compartilhado é irregular. O secretário, que foi informado da novidade na sexta-feira, está consultando a Agetransp, a Capitania dos Portos e a Procuradoria do Estado:

— A CCR Barcas tem exclusividade nos roteiros que opera, e a Ilha é um deles. Minha preocupação é com a segurança dos usuários, e também com a legalidade da operação.

Em nota, a CCR Barcas informou que a linha Cocotá-Praça Quinze foi a primeira beneficiada desde que a empresa assumiu a operação do transporte, com reforma da estação e um aumento de 40% na demanda de passageiros. A CCR Barcas afirmou ainda que sete embarcações novas serão integradas à frota até o inicio de 20

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/moradores-da-ilha-do-governador-criam-sua-propria-linha-de-barca-pela-baia-de-guanabara-16734299#ixzz3fanY4yVZ 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Porto Sudeste está concluído, mas falta clientes

23/06/2015 - Valor Econômico

Pronto para começar a operar, o porto Sudeste, criado por Eike Batista em Itaguaí (RJ), vive um dilema. O terminal recebeu investimentos superiores a R$ 4 bilhões para montar estrutura capaz de exportar até 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Mas hoje não tem garantias firmes de embarque do produto, dizem fontes do setor. A situação tornou­se mais delicada depois de a Mineração Usiminas (Musa) ter anunciado a rescisão do contrato que tinha com o porto. Controlada pela Usiminas, a Musa cobra do Porto Sudeste cerca de R$ 700 milhões em multas por descumprimento contratual relacionado a atrasos de mais de três anos no início da operação do terminal, que ainda não tem data para fazer o primeiro embarque de minério de ferro. 

No intervalo de poucos anos, a perspectiva do Porto Sudeste modificou­se por completo. Quando ainda estava em construção, havia expectativa de que houvesse muito minério disponível para ser embarcado pelo terminal, controlado desde 2014 por consórcio formado pela trading Trafigura e por Mubadala, empresa de investimentos de Abu Dhabi. Mas as obras atrasaram e, ao mesmo tempo, o preço do minério de ferro despencou quase 75% entre 2011 e 2015, situando­se hoje na faixa dos US$ 50 por tonelada. 

No mercado, a avaliação é que hoje o Porto Sudeste procura volumes de minério para embarcar. O porto tem a situação de caixa agravada por não gerar receitas, disse uma fonte. Em 2011, a mineradora MMX, de Eike, que na época ainda controlava o porto, fechou um acordo firme ("take or pay") com a Musa que previu volumes crescentes de embarque. Pelo acordo, no primeiro ano de operação, em 2012, o porto embarcaria 3 milhões de toneladas da Musa. Esse volume iria aumentando até chegar a 12 milhões de toneladas em 2016. Para 80% do volume embarcado, fixou­se a cláusula de "take or pay", o que significa que os volumes teriam que ser honrados. 

No contrato, fixou­se a tarifa de US$ 12,63 a tonelada para os serviços portuários executados. Na sexta­feira, em fato relevante, a Usiminas disse que a rescisão do contrato se deu em razão de "reiterado inadimplemento" pelo Porto Sudeste. O Valor apurou que existe desde 2014 um processo arbitral contra o porto instaurado pela Musa, incluindo as multas. A expectativa da mineradora, com base em casos similares, é que o caso seja resolvido em um ou dois anos. O escritório BM&A representa a Musa e o Andrade & Fichtner Advogados, o Porto Sudeste. 

Hoje, com os preços do minério de ferro deprimidos, o porto precisará oferecer tarifa mais competitivas se quiser atrair exportadores, dizem fontes no mercado. As mineradoras de ferro de Minas Gerais que exportam utilizando a malha ferroviária da MRS têm um custo total, incluindo mina e logística, superior a US$ 50 por tonelada para colocar o produto no porto em Itaguaí. Isso significa que, incluindo o frete marítimo até a China, o minério chega ao mercado chinês por um custo superior ao preço de venda. Daí que uma saída para o Porto Sudeste seria reduzir a tarifa para um valor na faixa de US$ 8 por tonelada, calculam as fontes. 

A pergunta que o mercado se faz hoje é se o porto estaria disposto a pagar parte da multa com a Musa, recebendo um desconto em troca. Em 31 de março deste ano, o valor da multa, incluindo juros, atingiu R$ 624 milhões, valor que será atualizado com as penalidades previstas para o segundo trimestre. Adicionalmente, a companhia está pleiteando ressarcimento de lucros cessantes, além de demais perdas e danos, decorrentes do atraso na entrada em operação do porto. "A companhia foi prejudicada diante da não entrada em operação do Porto o que fez com que a companhia fizesse suas exportações com custos mais altos do que os previstos em contrato, através de contratos spots ou através de leilões", disse a Usiminas em nota. 

A Musa exportou 1,34 milhão de toneladas em 2012. Em 2013, foram 499 mil toneladas e, em 2014, 680 mil. "Temos capacidade de produção de 12 milhões de toneladas por ano após um investimento de R$ 800 milhões", disse a Usiminas. A exportação de minério da Musa vai para a Ásia. 

No mercado, há quem levante a hipótese de que o porto talvez pudesse garantir demanda firme de minério se os controladores (Trafigura e Mubadala) aceitassem negociar a compra de uma fatia acionária minoritária na Musa, que é 70% da Usiminas e 30% da Sumitomo Corp. O negócio não é simples, inclusive considerando a dificuldade da Usiminas de aprovar uma operação como essa quando seus acionistas (Ternium e Nippon Steel) estão em "guerra" declarada. 

A direção do porto declarou: "O Porto Sudeste está pronto para iniciar as operações com a obtenção das licenças necessárias. A última etapa é a autorização da Marinha brasileira para a liberação do canal marítimo de acesso. Com essa aprovação, o Porto Sudeste estará pronto para o primeiro carregamento. Seus proprietários acreditam no projeto a longo prazo, no qual vêm investindo R$ 4,2 bilhões. A empresa irá entrar com o processo de arbitragem para garantir que o contrato com a Usiminas seja cumprido. Respeitando o contrato, a arbitragem será conduzida em caráter confidencial."

Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 23/06/2015