sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um ano após a inauguração, Porto de Itapoá começa a pensar na expansão

23/12/2011 - Diário Catarinense

Expectativa para 2012 é aumentar em mais de cinco vezes a movimentação de cargas

Um dos principais gargalos para a expansão do terminal de Itapoá, que completa hoje um ano de inauguração, foi derrubado.

A entrada em operação da SC-415, rodovia que liga o porto ao acesso à BR-101, vai facilitar a entrada e saída de mercadorias e estimular a ampliação na circulação de cargas.
Nos seis meses de efetiva operação de navios, foram movimentados 51 mil contêineres. E a expectativa para 2012 é aumentar em mais de cinco vezes o movimento.

Segundo o diretor superintendente, Patrício Júnior, a ambição é superar 270 mil movimentações no ano.

— Com essa meta e sabendo que nossa capacidade de movimentos está entre 360 mil e 400 mil por ano, nós entraríamos em 2013 já batendo no nosso limite. Nada mais natural que comecemos a pensar e a projetar já o que faremos para ampliar nossa estrutura, afinal, nós queremos ser o porto de Joinville —, afirma.

O executivo diz que o começo de 2012 representa uma fase de desenvolvimento do mercado, de conquista de parceiros comerciais e de saída de um período de lentidão, caracterizada pela desconfiança das empresas no projeto.

— A gente tem tudo ainda para melhorar. O porto estava como um cachorro correndo atrás do rabo, e hoje o cachorro saiu da inércia.
O que acontecia era que a gente tinha um projeto, mas as pessoas viam apenas como um projeto, não como uma realidade.

Hoje, eles veem o porto funcionando, com contêineres entrando e saindo. Estamos provando que Itapoá é uma opção.

A melhoria na infraestrutura, com a entrada em operação da rodovia, é uma carta na manga para atrair novos clientes, diz o executivo.

— Agora é esperar que 2012 traga também a expansão ferroviária para Itapoá.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Alerj: moradores de Paquetá e Ilha Grande terão gratuidade nas barcas

10/12/2011 - Agência Rio

Da Redação

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) incluiu, nesta segunda-feira (19), no projeto que trata das tarifas cobradas pela empresa Barcas S/A, uma viagem gratuidade, de ida e volta, de barcas por dia para os moradores de Paquetá e Ilha Grande. Segundo a Alerj, os moradores destes dois lugares deverão estar cadastrados e também poderão usar o Bilhete Único para transporte intermunicipal.

O texto do Governo, aprovado com mais dez emendas, seguirá para a sanção do governador Sérgio Cabral. “Não faz sentido que estes moradores, que não têm outra opção de transporte não tenham esse direito”, falou a deputada Inês Pandeló em nome da bancada do PTe de seu colega Gilberto Palmares, que assina a emenda da gratuidade.

Outra emenda relevante imposta pela Alerj determina que o Governo realize uma auditoria externa e independente nas contas da concessionária Barcas S/A em até 120 dias após a sanção da lei que institui as tarifas de equilíbrio, turística e social – esta, temporária e subsidiada pelo Governo, que vai fixar seu valor por decreto. “O Governo vai subsidiar a população que não tem como pagar”, frisou o líderdo Governo, deputado André Corrêa (PSD), em resposta aos que tratavam o auxilio como benefício para a empresa. Corrêa informou ainda que o subsídio que manterá a tarifa a “algo em torno de R$3” custará cerca de R$ 30 milhões ao ano para o Governo. Além disso, o Governo comprará sete novas barcas “o que aumentará em2,5 mil a capacidade do serviço”, contabilizou.

Os resultados obtidos pela auditoria deverão ser apresentados em audiência pública conjunta das comissões de Transporte e de Orçamento, Finanças, Fiscalização Financeira e Controle da Alerj.

 

PB

Trajeto Rio-Niterói terá novo catamarã em janeiro

19/12/2011 - O Globo

Outras duas embarcações vão entrar em operação em março

ROGÉRIO DAFLON

RIO - Após o acidente com a embarcação Gávea I e em meio à polêmica sobre o aumento da tarifa — que o governo quer subsidiar —, o estado anunciou que a operadora Barcas S/A terá uma frota maior a partir do início de 2012. A medida tem por objetivo atender à crescente demanda de passageiros, causa de grandes filas nas estações da Praça Quinze, no Rio, e de Arariboia, em Niterói.

O governo adquiriu o catamarã Jumbo Cat II, com 420 lugares, que funcionará já a partir de janeiro, segundo a Secretaria Estadual de Transportes. A aquisição aconteceu depois de concessão de liminar para a desapropriação da embarcação, que pertencia à empresa Transtur, e o pagamento de R$ 8,714 milhões, feito semana passada, em juízo. A concessionária Barcas S/A, por sua vez, alugará mais duas embarcações, com mil lugares cada — sob custo de R$ 7 milhões —, que devem passar a operar em março.

A cada hora, os barcos alugados vão transportar dois mil passageiros. Com capacidade para fazer duas travessias por hora, o Jumbo Cat II, no mesmo período, transportará 840 usuários. No último dia 7, o governador Sérgio Cabral exigiu que a concessionária alugasse mais embarcações para servir mais 3.500 passageiros.

— Essas medidas visam a resolver o problema de maneira mais imediata. Mas, em janeiro, haverá uma licitação para adquirir outras oito embarcações. Daqui a dois anos, quando esses barcos estiverem prontos, contaremos com estrutura para um movimento de passageiros ainda maior — disse o secretário estadual de Transporte, Júlio Lopes.
Barca acidentada voltará a operar no mês que vem

Atualmente, seis barcas circulam pela Baía de Guanabara, quase sempre lotadas, já que muita gente tem procurado o transporte marítimo para fugir dos engarrafamentos na Ponte Rio-Niterói causados pelo conjunto de obras por que passa a Região Portuária. A chegada do novo catamarã, em janeiro, trará alívio aos usuários, que também sentirão uma melhora no sistema quando o catamarã Gávea 1 estiver de volta. Isso deve ocorrer assim que a Capitania dos Portos concluir a perícia do acidente com a embarcação, também no mês que vem.

O acidente, que trouxe muitas críticas à Barcas S/A, aconteceu no último dia 28 de novembro. Ao se aproximar da estação Praça Quinze, o Gávea 1 se chocou contra um píer desativado. Sessenta e cinco pessoas foram hospitalizadas. As causas da colisão ainda não foram divulgadas.

Pouco depois do acidente, a Agência Reguladora de Transporte (Agetranspo) autorizou um aumento no preço da tarifa, de R$ 2,80 para R$ 4,40, para melhorar o sistema, o que gerou nova polêmica. De acordo com a Secretaria de Transporte, o governo vai passar a subsidiar R$ 1,30 do bilhete, levando o valor a R$ 3,10. O subsídio proposto pelo estado deverá representar um gasto de R$ 30 milhões para os cofres públicos. A Assembleia Legislativa decide esta semana se autoriza a majoração.

Hoje, 102 mil passageiros usam as barcas todos os dias. A frota é composta por três catamarãs com 1.300 lugares e três embarcações com 2 mil lugares. Daqui a dois anos, quando estima-se que as oito novas barcas a serem compradas pelo estado passem a operar, a previsão da Secretaria de Transporte é que 150 mil passageiros diários façam a travessia Rio-Niterói.

Histórico de problemas

Enquanto as novas embarcações não chegam para melhorar a travessia entre Rio e Niterói pela Baía de Guanabara, o que se acumula são os problemas enfrentados pelos usuários do serviço oferecido pela Barcas S/A.. Em agosto do ano passado, por exemplo, um catamarã, no sentido Rio-Niterói, chocou-se contra pedras no Gragoatá, deixando 18 pessoas feridas. Naquela ocasião, a concessionária alegou que houve uma manobra de emergência devido a uma pane eletrônica na embarcação.

Em 2009, aconteceu um grande quebra-quebra na Estação da Praça-Quinze, no Rio, por causa de atrasos na chegada e na saída das barcas, em pleno horário do rush, na véspera de um feriadão. Policiais militares foram acionados para tentar conter o tumulto. Como a estação estava lotada, algumas pessoas levaram até 1h30m para embarcar.
Pelo contrato de concessão, a Barcas S/A deveria disponibilizar barcas a cada dez minutos no horário do rush.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Europeus utilizam cruzeiro para se mudarem para o Brasil

09/12/2011 - Panrotas

Com a crise financeira na Europa, muitas pessoas estão a fazer o inverso de um caminho que, tempos atrás, soava naturalmente. Ao invés de brasileiros tentarem a vida no Velho Continente, o número de europeus que vem ao Brasil para trabalhar só tem aumentado.

Para realizar a mudança intercontinental, com roupas, livros e eletroeletrônicos na bagagem, o preço não é nada convidativo. Uma alternativa, porém, surge de maneira inesperada para tal feito: um cruzeiro.

“Como nos navios não há limite de bagagem e o preço é menor do que se realizado de outro modo, algumas pessoas têm optado por fazer mudanças de navio”, explica a gerente de Marketing da Royal Caribbean, Fernanda Dominicis.

O fato fez até com que a companhia alterasse o modelo de contrato firmado com os passageiros, para evitar inconveniências. “As mudanças realizadas em navios não constituem uma prática muito comum. Certa vez, entretanto, teve um passageiro que queria levar uma geladeira na cabine. E não coube. Foi decidido, então, que o limite de bagagem seria a capacidade total deste espaço”, disse. O cliente poderá levar quantas malas ou caixas couberem em sua cabine.

No cruzeiro realizado pelo Splendour of the Seas, Fernanda afirma que há um passageiro vindo de Portugal que trouxe mais de trinta malas e caixas. “Esta pessoa alugou duas cabines: uma para colocar as caixas e outra, para caixas, malas e para ele dormir também”, disse.

Para a gerente de Marketing da Royal Caribbean, a tendência é que a companhia encontre outros dispositivos legais para cercear este tipo de ação.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Governo vai subsidiar parte do valor da tarifa das barcas

08/12/2011 - O Globo

Estado pretende contribuir com até R$ 1,30 para que passagem custe R$ 3,10. Agência fixará valor

WALESKA BORGES
CARLA ROCHA
RAFAELA SANTOS


Uma barca faz a travessia Rio-Niterói, na Baía de Guanabara
DOMINGOS PEIXOTO / O GLOBO

RIO - Privatizaram os lucros e querem estatizar os prejuízos. Apesar de problemas como frota velha e críticas dos usuários, a Barcas S/A tem navegado em águas abrigadas em 13 anos de operação. Este ano, a companhia — que só comprou sete embarcações das 20 que opera — obteve isenção de ICMS, o que representa uma renúncia fiscal de R$ 3 milhões ao ano, cancelou as travessias de madrugada alegando prejuízios e conseguiu o compromisso de que o governo estadual vai pagar R$ 350 milhões por sete novos barcos, o que, por contrato, seria uma obrigação da concessionária. Nesta quarta-feira, a Barcas S/A teve outra boa notícia: para o reajuste da tarifa autorizado a partir de janeiro de 2012 não pesar tanto no bolso do usuário, o estado vai subsidiar parte da passagem, o que pode representar um gasto anual de mais R$ 30 milhões para os cofres públicos.
A decisão foi anunciada nesta quarta-feira pelo secretário da Casa Civil, Régis Fichtner. O estado deve desembolsar cerca de R$ 1,30 para complementar a tarifa. A previsão é que a passagem Rio-Niterói, que hoje custa R$ 2,80, seja reajustada para R$ 4,40, um aumento de 57,14%. Com o aporte de recursos públicos, os passageiros deverão pagar como valor final parte do reajuste: R$ 3,10 (ou 10,71%).
O secretário disse ainda que a ajuda financeira vai ocorrer independentemente da venda da Barcas S/A para o grupo CCR, que administra a Ponte Rio-Niterói.
— O que adianta o estado ter um concessionário que está com prejuízo? Ele precisa estar bem para prestar serviço com qualidade ao passageiro — argumentou Fichtner.
O estado calcula que este subsídio provocará um impacto menor em seu orçamento anual: R$ 24 milhões. Mas, a se considerar apenas as cerca de 90 mil viagens diárias entre Rio e Niterói, o valor pode superar os R$ 30 milhões — isso, sem contabilizar as viagens feitas nos fins de semana. A ajuda financeira sairia de verba da Secretaria estadual de Transportes e, de acordo com Fichtner, seria temporária até que a Barcas S/A recuperasse seu equilíbrio financeiro.
De acordo com a assessoria de imprensa da Barcas S/A, a empresa deverá fechar este ano com R$ 27 milhões no vermelho, o mesmo déficit de 2010. Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina, encomendado pela Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), concluiu que há desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão. A concessionária queria um reajuste ainda maior, de 67,85%, elevando a tarifa Rio-Niterói para R$ 4,70.
Decisão causa polêmica na Alerj
A proposta do estado será encaminhada na quinta-feira para a Assembleia Legislativa (Alerj). A ideia não foi bem recebida nesta quarta-feira na Casa, onde aconteceu uma audiência pública sobre o acidente com um catamarã, há menos de duas semanas, em que 65 pessoas ficaram feridas. Presidente da CPI que investigou a concessionária entre 2008 e 2009, o deputado Gilberto Palmares (PT) disse que subsídios às vezes são necessários, mas ele acredita que não é o caso no momento.
— A linha Rio-Niterói tem tudo para ser lucrativa. Eu não acredito que eles tenham prejuízo. A planilha de custos da companhia não é transparente e, sendo assim, os dados do balanço não são confiáveis. A Agetransp aceitou o argumento de que a Barcas S/A é deficitária. Mas hoje (quarta-feira), os próprios representantes da empresa disseram, durante a audiência, que o número de passageiros aumentou cerca de 30% nos últimos anos, passando de 75 mil para 105 mil — rebate Palmares. — A Barcas S/A explora estacionamento, tem um restaurante em Charitas e um monte de loja. Tudo isso é receita.
Palmares também chama a atenção para os valores das passagens. Ele considera as tarifas da linha Praça Quinze-Charitas, que custa R$ 12,00, e da Praça Quinze-Ilha do Governador, R$ 3,90, absurdas:
— Embora cara, a linha Charitas ainda é seletiva, há mais conforto e é mais rápida. Mas como uma linha deteriorada como a do trajeto para a Ilha do Governador, em que circulam as embarcações mais velhas, com mais de 50 anos, pode custar mais do que uma passagem de ônibus?
Outro parlamentar que criticou a medida foi Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB). Para ele, não caberia mais qualquer negociação com a concessionária. A saída, na opinião de Luiz Paulo, seria cassar a concessão.
— A concessionária Barcas S/A já deu demonstrações cabais de sua incompetência gerencial. Os acidentes passaram a ser uma constante e o transporte não atende ao nível de satisfação que o usuário deseja. Não há outra alternativa a não ser cancelar o contrato e realizar uma outra licitação. E esta concorrência tem que deixar bem claro quais são as responsabilidades da concessionária e do poder público. Até mesmo se cabe ao estado comprar embarcações — afirma.
Uma das poucas vozes dissonantes era a do deputado Domingos Brazão (PMDB), da base governista. Para ele, o último acidente foi de "baixo impacto", uma vez que não houve sequer um passageiro com o braço quebrado. Para ele, o número de acidentes nem é alto pelo número de embarcações que circulam diariamente. Brazão defendeu o subsídio:
— O valor de R$ 4 é o que o governo do estado paga para custear o bilhete único (intermunicipal).
Em 1998, a Barcas S/A assumiu o controle da antiga Companhia de Navegação do Estado do Rio (Conerj). Na época, a tarifa era uma das mais baratas entre os meios de transporte: custava R$ 0,90. O negócio, que deu o monopólio da exploração do serviço à empresa, foi fechado por R$ 33 milhões. O prazo da concessão de 25 anos termina em 2023. No fim dos anos 90, já havia problemas e acreditava-se que a privatização poderia resolvê-los.
O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, que também esteve na Alerj nesta quarta-feira, defendeu que o subsídio seria temporário. Ele afirmou que as novas embarcações que serão adquiridas vão aumentar a capacidade de transporte de passageiros, contribuindo para resolver o problema de déficit financeiro. Segundo Lopes, o estado vai comprar sete embarcações, para dois mil passageiros, e uma para 500 pessoas. O prazo para a entrega seria de 24 meses após a conclusão do processo de licitação.
— Já estamos negociando um empréstimo de R$ 350 milhões com o Banco do Brasil. Para o próximo semestre, já estudamos a possibilidade de locação de barcas para ampliar o número de travessias — disse Lopes, sem revelar o número de barcas que serão alugadas.
Numa outra frente, o estado negocia duas embarcações da Transtur, que deixou de operar na Baía, como mais um reforço para as operações da Barcas S/A. Uma delas custaria cerca de R$ 8 milhões.
Perigoso balanço a caminho do mar
O último acidente com o catamarã Gávea 1, no dia 28 passado, trouxe à tona os problemas crônicos do sistema de transporte marítimo. Sessenta e cinco pessoas ficaram feridas. Sem conseguir reduzir a velocidade com que vinha de Niterói, a embarcação chocou-se com um píer da Praça Quinze. Houve pânico a bordo com passageiros caindo uns sobre os outros. Segundo testemunhas, a comandante, ainda em Niterói, teria comentado com a tripulação que a embarcação estava com problemas e seria necessário "fazer uma manobra arriscada". A Agetransp e a Capitania dos Portos ainda investigam o acidente.
Em agosto de 2010, um catamarã que seguia do Rio para Niterói se chocou contra pedras do Aterro do Gragoatá, ferindo 18 pessoas. Segundo a Barcas S/A, o acidente ocorreu durante uma manobra de emergência devido a uma pane eletrônica.
Em 2009, houve um quebra-quebra na Estação da Praça-Quinze por causa de atrasos nas barcas, em pleno horário do rush, na véspera de um feriadão. Irritados, os passageiros chegaram a arremessar cadeiras para o alto e quebraram uma vidraça que separava uma lanchonete da área de embarque. A PM precisou ser acionada. Com a estação lotada, algumas pessoas levaram até 1h30m para embarcar. Pelo contrato de concessão, a Barcas S/A deveria disponibilizar barcas a cada dez minutos no horário do rush.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Governo fará licitação em janeiro para compra de oito barcas

07/12/2011 - Agência Rio

Da Redação

O Secretário de Estado de Transporte, Júlio Lopes, afirmou que para o mês de janeiro do ano que vem será aberta uma licitação para a compra de oito barcas. O objetivo é melhorar a capacidade de transporte de passageiros na linha Rio-Niterói. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (7) na audiência pública da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Marcelo Simão (PSB). O encontro tem o objetivo de discutir os motivos do acidente, que deixou 65 feridos.

Lopes julgou o acidente que envolveu o Catamarã Social das Barcas S.A., no último dia 28 de novembro, como inaceitável. Segundo ele, todo acidente desse tipo é intolerável e reconheceu que é preciso investir na infraestrutura do setor. “O governo Sérgio Cabral assumiu esse compromisso com a população, de trazer melhorias e qualidades no transporte do cidadão fluminense. Todo acidente desse tipo é inaceitável e queremos que esse tipo de acidente não volte a ocorrer. Hoje, é notória de que o setor necessita de uma infraestrutura melhor”, afirmou o secretário.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Travessia da Baía pode ser monopolizada

02/12/2011 - O Globo

Estado confirma negociação para mudança do controle da Barcas S/A; grupo interessado já controla a Ponte

LUDMILLA DE LIMA



Barca faz a travessia da Baía: estado deve alugar até 4 embarcações
DOMINGOS PEIXOTO / O GLOBO

RIO - O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, confirmou na sexta-feira que há uma discussão em curso para a mudança do controle da empresa Barcas S/A, hoje dirigida pelo Grupo JCA, que, é liderado pela Auto Viação 1001. Um dos interessados no negócio é o Grupo CCR, que já administra a Ponte Rio-Niterói, a Via Dutra e a Via Lagos.
— Há uma negociação em curso para a substituição do controle da Barcas S/A por parte da CCR e de outras empresas. O estado vê com bons olhos a perspectiva de um novo controlador, com mais capacidade de investimento e respostas — confirmou Lopes.
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Professor de análise de sistemas de transportes do Departamento de Engenharia Industrial da PUC do Rio, José Eugenio Leal lembra que a Ponte Rio-Niterói é hoje concorrente da Barcas S/A. Caso a CCR venha a controlar o sistema aquaviário, dominará todo o transporte na Baía de Guanabara.
— A questão é até que ponto eles (CCR) vão se interessar por garantir um ótimo serviço para as barcas. Ponte e barcas são concorrentes. Não sei como o estado pretende administrar isso — analisa o especialista.
Em relação à negociação, a CCR disse que adota a prática de informar ao mercado, por seus canais oficiais, apenas quando concretiza sua entrada num novo negócio. A Barcas S/A não se pronunciou sobre o assunto.
As barcas que serão alugadas pelo governo do estado para a travessia entre Rio e Niterói começam a operar no ano que vem. A promessa é do secretário Júlio Lopes, que ontem voltou a falar sobre o acidente com o catamarã social Gávea 1, que deixou 65 feridos na segunda-feira, ao bater contra o píer da Praça Quinze. O número de embarcações deverá chegar a três ou quatro, segundo o secretário.
As barcas alugadas funcionarão até que novas sejam compradas pelo governo do estado, com um financiamento de R$ 350 milhões do Banco do Brasil. A princípio, serão adquiridos sete catamarãs, com capacidade para dois mil passageiros cada, e duas embarcações para 500 usuários.
— O próprio banco falou da possibilidade de nós alugarmos essas embarcações para suprir o prazo de carência de construção das novas barcas — afirmou o secretário, sem deixar claro de onde viriam os recursos para o aluguel.
Empresas especializadas, segundo o secretário, já buscam no mercado internacional embarcações adequadas à travessia na Baía de Guanabara.