sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Palafitas mudam plano de hidrovias em Recife

25/09/2015 - Diário de Pernambuco

TÂNIA PASSOS

O projeto de navegabilidade Rios da Gente terá que encolher um pouco mais para se manter viável, pelo menos temporariamente. O plano B será usar a Estação do Derby como alternativa de integração com o BRT, enquanto o metrô não é opção. Um dos entraves é a remoção da palafita da comunidade Roque Santeiro, nas imediações da futura Estação Central, que prevê integração com o metrô. De um total de 1,2 mil famílias, cerca de 241 ainda não têm solução habitacional.

A Secretaria das Cidades estuda trabalhar a rota Oeste com as estações da BR-101, Torre, Santana e Derby, até que todas as palafitas sejam removidas do caminho da Estação Central. De acordo com a secretária executiva de articulação, Ana Suassuna, a mudança não trará forte impacto na demanda prevista para a rota Oeste de 10,5 mil passageiros. "Os estudos estão sendo feitos pelo Consórcio Grande Recife em razão das linhas que poderão ser integradas à navegabilidade, mas já temos indicativos que não haverá redução significativa na demanda”, revelou.

Para quem mora nas imediações da BR-101, o rio é uma solução para escapar dos congestionamentos das avenidas Caxangá, Norte e a Rui Barbosa. A dona de casa Edvânia Silva, 36 anos, pega ônibus na BR-101 bem ao lado da futura estação de navegabilidade. "Moro na Iputinga e, para ir para o Centro, eu pego Monselhor Fabrício. Se tiver mesmo o transporte pelo rio, acredito que irá melhorar muito”, afirmou.

Das cinco estações previstas da rota Oeste, apenas a da Torre não teve o canteiro de obras implantado. O Diario foi em todas as estações e constatou que as obras continuam paradas. No terreno da estação Central do metrô está funcionando um estacionamento. Nas outras, a área está cercada com um ou dois trabalhadores. "A obra da Estação Santana está sendo retomada ainda este ano.

Na estação da BR-101, também não há sinal de obras e as embarcações usadas na dragagem do rio estão encalhadas em um terreno ao lado. A previsão é que os trabalhos sejam retomados em outubro. A nossa estimativa continua sendo até o final de 2016”, ressaltou Ana Suassuana.

Segundo a Secid, foram dragados nove dos onze quilômetros do ramal Oeste. O trecho que falta está localizado justamente na área das palafitas e a interrupção teria ocorrido para não provocar instabilidade nas edificações. Já o edital de licitação da concessão do serviço tem previsão de lançamento em janeiro de 2016.  

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sem clientes, porto idealizado por Eike começa a operar

06/09/2015 - Folha de S. Paulo

Com três anos de atraso em relação ao cronograma inicial, o porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), realizou, no fim de semana passado, seu primeiro embarque de minério de ferro. 

A chegada do primeiro navio, no entanto, não elimina as interrogações que pairam sobre o projeto idealizado por Eike Batista, que custou R$ 4,2 bilhões e ficou pronto em um momento de crise aguda nos preços das commodities. 

No dia 13, o porto demitiu 138 empregados, o equivalente a um terço de seu quadro de pessoal, segundo informações da seção de Itaguaí do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Prospecção, Pesquisa e Extração de Minérios (Sindimina-RJ). 

"Daqui, só contrataram um rapaz, que está com dois barcos para fazer amarração dos navios", reclama o barqueiro Delci Quirino, 56, que trabalha com uma pequena lancha no transporte de passageiros a partir da praia da vila da Ilha da Madeira, onde a gigantesca estrutura do píer chama a atenção. 

Assim como muitos moradores, Quirino tentou surfar na promessa de oportunidades com a chegada dos empreendimentos –além do porto, a vila sedia a fábrica de submarinos da Marinha. 

"Juntei minhas economias e abri um bar, acreditando que iria atrair o pessoal das firmas... Foi um fracasso total." 

Em 2012, quando o porto assinou contrato para o embarque de minério da Usiminas, a previsão era fechar 2015 com uma movimentação de 46 milhões de toneladas –12 milhões da siderúrgica mineira e 34 milhões da MMX, do grupo de Eike. 

Na primeira operação, foram embarcadas 80 mil toneladas no navio AM Ghent, com destino à China. Um segundo embarque está previsto ainda para este mês. 

Até lá, os dois carregadores de navios, cada um com capacidade para movimentar 12 mil toneladas por hora, permanecem parados. 

Os dois principais clientes suspenderam os embarques: a MMX está em recuperação judicial e fechou suas minas; a Usiminas anunciou em junho a intenção de romper o contrato, alegando atrasos no início das operações do porto, hoje operado pela Impala Terminals, subsidiária da Trafigura, baseada em Genebra. 

"Dada a previsão atual de demanda por minério e a conclusão da fase de trabalho intensivo, o porto Sudeste está tomando medidas essenciais para alinhar a sua base de custos com volumes [de movimentação de minério]", diz a empresa, quando questionada sobre as demissões. 

A Impala e o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, anunciaram acordo para comprar 65% do projeto em setembro de 2013, quando o minério custava US$ 134 por tonelada. Pagaram US$ 400 milhões e assumiram uma dívida de R$ 1,3 bilhão da MMX, antiga controladora. 

Em julho, a cotação era de US$ 51,50 por tonelada. 

Os controladores do porto minimizam a situação difícil, afirmando que se trata de um projeto de longo prazo. "É um ativo-chave para mineradores localizados ao longo da malha ferroviária da MRS Logística", defenderam, em nota. 

A Trafigura aposta na compra da unidade Serra Azul, da MMX, para garantir movimento no porto. 

O negócio foi aprovado no dia 28 em assembleia de credores da mineradora de Eike. Por R$ 70 milhões, a Trafigura terá 51% do projeto. O restante ficará com outros credores.

Fonte: Folha de S. Paulo
Publicada em:: 06/09/2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Passagem do Catamarã fica mais cara a partir de terça-feira

04/09/2015 - Zero Hora - Porto Alegre

A tarifa do transporte hidroviário pelo Catamarã passará de R$ 7,35 para R$ 9,10 a partir da 0h da próxima terça-feira, informou a Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). As informações são do blog Estamos em Obras, da Rádio Gaúcha.

O reajuste de 23% foi aprovado pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) no começo desta semana. Este é o segundo aumento no preço da passagem desde o início das operações, em 2011.

A Catsul, empresa responsável pela administração do Catamarã, justifica que, desde 2013, o serviço não passava por um reajuste nas tarifas. Já a linha do Catamarã que vai do Centro de Porto Alegre até o BarraShoppingSul, na zona sul da Capital, não sofrerá reajuste e permanece a R$ 5.

Este é o segundo aumento no preço da passagem desde o início das operações, em 2011. A Catsul, empresa responsável pela administração do Catamarã, justifica que, desde 2013, o serviço não passava por um reajuste nas tarifas.