sexta-feira, 27 de março de 2015

Agetransp estuda revisão de tarifa para as barcas no RJ

G1, 26/mar

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) estuda a revisão da tarifa das barcas que fazem a ligação entre Rio, Niterói, Paquetá, Ilha do Governador, Mangaratiba, Ilha Grande e Angra dos Reis, administradas pela concessionária CCR Barcas. A tarifa da ligação entre a Praça Quinze, no Centro do Rio, e a Praça Araribóia, em Niterói, é de R$ 5, caindo para R$ 3,50 com o Bilhete Único.

A Agetransp informou nesta quinta-feira (26) que a revisão das tarifas a cada cinco anos é um instrumento previsto em contrato para avaliar o equilíbrio econômico financeiro do contrato com a concessionária.

Ainda de acordo com a agência, existe um processo regulatório em andamento para apreciar a revisão quinquenal do contrato do sistema de transporte aquaviário e a Fundanção Getúlio Vargas foi contratada para realização de estudo, que já foi concluído. Segundo a Agetransp, a previsão é de que esse processo regulatório seja apreciado ainda em 2015 pelo conselho diretor da agência.

O contrato de concessão para exploração do serviço das barcas foi celebrado em 1998 e assumido pela CCR Barcas em 2012, quando a concessionária comprou a Barcas SA, que administrava o serviço.

A Agentransp informou ainda que não recebeu qualquer comunicado da concessionária a respeito de uma possível desistência da concessão. O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, também disse desconhecer essa possibilidade.

A CCR Barcas, por sua vez, não confirmou a intenção de desistir de administrar o serviço. A concessionária afirma que a revisão tarifária está em fase de avaliação pelo Agetransp e que a operação da empresa segue normalmente.

"A CCR Barcas continua à disposição do poder concedente e mantém a confiança no marco regulatório e na agência reguladora que disciplinam a operação do transporte aquaviário no Rio de Janeiro", diz a CCR Barcas em nota, afirmando ainda que segue cumprindo todas as determinações previstas em contrato.

Na quarta-feira (11), o governador Luiz Fernando Pezão inaugurou a barca Pão de Açúcar que faz o trajeto Rio-Niterói. Com capacidade para cerca de duas mil pessoas, o transporte teve investimento de R$ 32 milhões. A embarcação foi a primeira das sete novas que estarão circulando na Baía de Guanabara até o primeiro semestre de 2016.

O trajeto que antes era realizado em 22 minutos em média, pode ser feito em 10 minutos com o novo modelo de embarcação. Ao todo, R$ 220 milhões foram investidos para fazer a renovação da frota. O secretário estadual de transportes, Carlos Roberto Osório, afirmou que as barcas antigas serão aposentadas.

"Essa barca vai aposentar a geração dos anos 60. Dentro do nosso compromisso, até o fim do primeiro semestre do ano que vem, essa ligação Rio-Niterói será renovada. ", disse.

quinta-feira, 26 de março de 2015

CCR Barcas solicita novo reajuste de tarifas

26/03/2015 - O Fluminense

Marina Assumpção

Estudo será feito pela Agetransp que promete analisar e responder o pedido da administradora ainda esse ano. Último reajuste aconteceu em fevereiro

A CCR Barcas, concessionária responsável pelo serviço de transporte aquaviário no Estado, requisitou junto a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) novo reajuste nas tarifas das barcas. O último reajuste entrou em vigor no dia 12 de fevereiro, quando o valor da tarifa subiu de R$ 4,80 para R$ 5,00 no trajeto Praça XV-Praça Arariboia.

De acordo com a concessionária, a revisão tarifária é um processo normal que ocorre a cada cinco anos, independente do reajuste anual. Ainda segundo a CCR, a proposta do novo valor da passagem está em fase de avaliação pelo órgão regulador  e declarou também que segue cumprindo com as determinações previstas no contrato.

A Agetransp confirmou o pedido de revisão da concessionária e esclareceu que o procedimento é uma forma de apurar o equilíbrio financeiro do contrato. Ainda de acordo com o órgão, a Fundação Getúlio Vargas foi contratada para realizar um estudo referente ao pedido do sistema de transporte, e a previsão é que a resposta do processo seja divulgado ainda este ano. Já a Secretaria de Transporte do Estado do Rio de Janeiro, declarou que ainda não foi notificada sobre a solicitação de reajuste.

Segundo dados divulgados pela concessionária, cerca de 110 mil passageiros são transportados por dia nas embarcações em seis linhas ofertadas, totalizando a quantia de aproximadamente 29 milhões de passageiros por ano. O preço atual cobrado pela empresa é no valor de R$ 5 para a travessia da Praça Araribóia, no Centro de Niterói, para a Praça XV no Centro do Rio, e R$ 13,90 no trajeto Praça XV x Charitas.

Com prejuízo em mais de R$ 110 milhões nos últimos dois anos, divulgado em um balanço financeiro publicado no Diário Oficial do Estado do Rio, a concessionária pode requisitar um novo reajuste de tarifa para a travessia da Baía de Guanabara.

Barcas S/A – A antiga responsável pelo transporte, que pertencia ao grupo JCA, também passou por problemas enquanto administrava o serviço. Com dívidas de 89 milhões de reais, o grupo acabou repassando a concessão para a CCR, que assumiu também os prejuízos.

A empresa, ao tomar o controle da concessionária Barcas S/A em julho de 2012, adquiriu 80% das ações, e os outros 20% permaneceram com o grupo JCA, que também é responsável pela Auto Viação 1001. Após a aquisição das ações, a CCR realizou obras de manutenção e reforma da infraestrutura nas estações e atualmente conta com uma frota de 24 embarcações, composta por 15 catamarãs e nove barcas tradicionais.

O Fluminense

CCR ameaça abandonar Barcas por causa de prejuízo milionário

26/03/2015 - O Dia

Governo pode ter novamente a concessão do serviço. Além disso, novas barcas chinesas não cabem em estaleiro

DANIEL PEREIRA E NICOLA PAMPLONA

Rio - Uma bomba relógio que desde o início do ano passado repousava discreta nas gavetas do governador Luiz Fernando Pezão e do secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, foi acionada: a CCR Barcas ameaça entregar a concessão, pela qual pagou R$ 72 milhões.

O motivo está no balanço da empresa publicado no dia 25 de fevereiro, que mostra que nos últimos dois anos foram mais de R$ 110 milhões em prejuízos. A crise se agravou com a compra das barcas chinesas, que têm custo operacional 50% maior do que as atuais. Para equilibrar o negócio, o preço das tarifas saltaria dos atuais R$ 5,00 para R$ 7,70, isso somente para a operação do sistema. Consideradas as reformas nas plataformas e a manutenção das embarcações este valor ultrapassaria os R$ 10,00.

 
Sucessivos prejuízos faz com que CCR queira devolver serviço ao governo

Foto:  Alexandre Vieira / Arquivo Agência O Dia

Desde que assumiu a concessão, em junho de 2012, a CCR Barcas registra sucessivos prejuízos. Mesmo no primeiro ano, quando as tarifas foram majoradas acima da inflação, a prestação de serviços de transportes aquaviários no Rio teve um prejuízo de R$ 13,617 milhões. O ano poderia ter fechado no lucro, não fosse a grande provisão, de R$ 28 milhões, para possíveis ações judiciais — questionada pelos auditores do balanço, a Deloitte.

Pelo contrato de concessão, há uma revisão tarifária a cada cinco anos para garantir o equilíbrio econômico da operação. A Agetransp informou, em nota, que contratou a Fundação Getúlio Vargas para a realização de estudo sobre esta revisão.

O trabalho foi concluído e a previsão é de que seja apreciado ainda este ano, acrescentou a agência reguladora.

 
O governador Pezão participou da travessia inaugural da Pão de Açúcar

Foto:  Alexandre Vieira / Arquivo Agência O Dia

Especialista em Mobilidade Urbana da Uerj, Alexandre Rojas alerta que não existe caridade por parte dos investidores. Enfático, ele sinaliza que o Tribunal de Contas tem que entrar nesta história e explicar porque a CCR assumiu a concessão sabendo que ela dava prejuízo."O governo está com uma bomba de retardo na mão. Não estou falando só das barcas. A crise inclui os trens e vai chegar ao metrô. Agora, isso tem que ser investigado. É claro que não foi só falta de planejamento", disse, enfatizando que o caminho seria um novo edital e outra licitação.

"O governo está com uma bomba de retardo na mão. Não estou falando só das barcas. A crise inclui os trens e vai chegar ao metrô"Alexandre Rojas, especialista em mobilidade da Uerj
O especialista em Mobilidade Urbana da UFF Aurélio Lamare Soares Murta concorda. Mas, para ele, o principal problema é que a Agetransp não regula o serviço. "As regras não são transparentes. Ninguém sabe exatamente como se faz o preço ou como se calcula o reajuste. Até hoje isso funciona como se fosse uma autorização do governo", acredita.

O secretário estadual de Transporte Carlos Roberto Osório disse que ainda não recebeu nenhum posicionamento oficial da empresa.

O grupo CCR também emitiu nota: "Só poderemos nos posicionar após a apreciação e divulgação por parte do poder concedente. Enquanto isso, a operação da concessionária segue normalmente."

Embarcação não cabe no estaleiro

A chegada em dezembro da Pão de Açúcar - primeira das nove novas barcas que irão reforçar e renovar a frota em 2015 - é um exemplo da falta de planejamento e de diálogo entre a concessionária e o governo estadual. No negócio da China, as embarcações custaram aos cofres públicos investimentos da ordem de R$ 300 milhões.

A Pão de Açúcar entrou em operação no dia 11 de março, quase três meses depois de aportar no Rio. A explicação? Não tinha plataforma adequada, a tripulação não havia sido treinada e ainda precisava receber a documentação.

O governo esqueceu de combinar com o estaleiro sobre a manutenção da barca. Muito maior do que as antigas antigas embarcações, ela não cabe no pier para manutenção e reforma em Niterói. Isso se deu porque o projeto final ficou diferente do recomendado inicialmente.

Custos cada vez maiores

A concessionária alega que nos dois últimos anos, o prejuízo tem aumentado: R$ 55,4 milhões em 2013 e R$ 55,6 milhões em 2014. Em 2013, houve ainda grande aumento da receita (de 28%, para R$ 164,5 milhões), mas os custos têm crescido em maior velocidade.

A companhia não detalha, nas demonstrações de resultados, a razão para o aumento expressivo de custos (40% só entre 2012 e 2013), mas a principal variação é encontrada no item "custos com construção", que salta de R$ 619 mil para R$ 25,2 milhões.
 
A empresa apresentou prejuízo de R$ 110 milhões em dois anos

Foto:  Reprodução

O valor tem sido gasto na modernização das estações. No ano passado, com a conclusão das obras no Rio, o custo com construção caiu para R$ 17,7 milhões, mas aumentos de custos com serviços, depreciação e amortização e aluguel e condomínios compensaram a queda, levando a um prejuízo maior.

Em seu balanço de 2014, a CCR Barcas reforçou que as tarifas aquaviárias são exclusivamente definidas pela Agetransp. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

Nova barca de dois mil lugares começa a operar na travessia Rio-Niterói

Governador disse que expectativa é de que mais quatro embarcações possam estar circulando até o fim do ano

POR GUSTAVO SCHMITT

11/03/2015 - O Globo


Universitários que participavam de trote andam na nova barca Pão de Açúcar - Gustavo Stephan / Agência O Globo

RIO - O governador Luiz Fernando Pezão inaugurou, na manhã desta quarta-feira, a superbarca Pão de Açúcar, primeiro dos sete novos catamarãs que vão operar na travessia Rio-Niterói. Com capacidade para até duas mil pessoas, está programada para fazer seis viagens nos horários de rush, somando 12 por dia. A embarcação tem ar-condicionado, janelas panorâmicas, bicicletários e 100% de acessibilidade para deficientes e idosos.

Durante inauguração, Pezão ressaltou que a nova embarcação vai encurtar o tempo de viagem e oferecer travessias mais cômodas:

— Essa é a primeira barca que o estado compra depois de muito tempo. Ela tem mais conforto para o passageiro. Esperamos que até o fim deste ano possamos ter mais quatro novas barcas operando no sistema Rio-Niterói. Isso vai encurtar o tempo de viagem dos passageiros — disse o governador.


O governador Luiz Fernando Pezão inaugura a nova barca Pão de Açúcar - Gustavo Stephan / Agência O Globo
Com a chegada do catamarã, passageiros esperam que os frequentes problemas de falta de embarcações, atrasos e longas filas nas estações das barcas operadas pela CCR diminuam. Atualmente, as barcas tradicionais demoram em média 20 minutos na viagem, contemplando embarque, travessia da Baía de Guanabara e desembarque. A previsão da CCR Barcas é que o tempo médio da nova embarcação seja de 15 a 17 minutos.

A embarcação também possui dupla proa, o que permite a partida e a saída do atracadouro sem necessidade de manobra. A Pão de Açúcar faz parte de um lote de sete embarcações adquiridos de um estaleiro chinês, além de dois catamarãs nacionais, com 500 lugares. O custo total será de R$ 273 milhões para os cofres do governo estadual.

Outras seis embarcações do mesmo porte devem ser integradas à frota até de agosto. A barca Corcovado, que será a próxima a entrar em operação, saiu da China ontem e chegará ao Rio em junho. Juntas, as sete barcas vão possibilitar uma oferta de 24 mil lugares por hora no período de rush da linha entre Rio e Niterói. Já o tempo de travessia entre os dois municípios será reduzido de 18 para 10 minutos.

Montadas pelo estaleiro cearense Inace, os catamarãs menores vão atender aos trajetos entre a Ilha Grande e as estações de Mangaratiba e Angra dos Reis. Outras quatro barcas, também de 500 lugares, foram compradas para operarem nas linhas Paquetá e Cocotá. O vencedor da licitação, concluída em outubro, foi o estaleiro African Gulf.

OBRAS PARA ATRACAÇÃO DE NOVA BARCA

Para que a nova barca Pão de Açúcar possa operar no trecho Rio-Niterói, foram realizadas obras de adaptação nos píeres flutuantes das estações Araribóia e Praça Quinze. A altura e a extensão do novo catamarã são diferentes das medidas das embarcações que fazem parte da frota. Operários trabalharam na solda de vedação de novas estacas para a atracação. Uma rampa de estrutura metálica também foi montada para dar acesso a uma das portas laterais do barco.

Outra incompatibilidade foi a extensão do píer, que não alcançava a porta localizada na parte de trás da barca. Esta será destinada apenas à equipe de manutenção.

Atualmente, duas pontes são adaptadas às embarcações tradicionais e outras duas projetadas para dar acesso aos catamarãs. Uma das obras em curso visa à padronização das quatro pontes para poderem receber todos os tipos de embarcação. As obras são financiadas pela Secretaria estadual de Transportes.

Além das obras das estações, a concessionária CCR Barcas adaptou equipamentos da embarcação às normas brasileiras, como coletes e extintores. Funcionários também foram treinados para operar a nova embarcação.

Os novos veículos já seguem os moldes do catamarã social, com duas proas — o que descarta a necessidade de manobras na hora da atracagem. A previsão da CCR Barcas é que mais uma embarcação chegue da China em abril.

NOMES ESCOLHIDOS POR USUÁRIOS

A escolha dos nomes de pontos turísticos do estado para as embarcações foi feita por meio de uma campanha pela internet da CCR Barcas. Segundo a empresa, 80% dos 2.847 mil usuários votaram por meio do seu site e nos totens instalados nas estações Arariboia, em Niterói, e Praça Quinze.

Até junho, deverão atracar nas estações operadas pela CCR, as barcas "Corcovado", "Copacabana", "Parque da Cidade", "Forte de Santa Cruz", "Ilha Grande", "Angra dos Reis", "Itacoatiara" e "Arariboia", com capacidade para dois mil passageiros, cada uma.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/nova-barca-de-dois-mil-lugares-comeca-operar-na-travessia-rio-niteroi-15564040#ixzz3U772vmVZ 
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Mais rápido do que ônibus, catamarã é pouco procurado da Zona Sul ao Centro

11/03/2015 - Zero Hora - Porto Alegre

Ainda que seja um meio de transporte tão rápido quanto o carro e o que sofre menos impacto do trânsito nos horários de pico, o catamarã ainda é pouco utilizado por pessoas que se deslocam entre a zona sul e o centro de Porto Alegre.

O teste foi realizado simultaneamente por Zero Hora com os três meios de transporte, nestas segunda e terça-feira, dois meses após a inauguração da nova rota do catamarã. Três repórteres percorreram o trajeto, nos dois sentidos. Jaqueline Sordi foi de carro, Bruna Scirea pegou o ônibus, e Débora Ely fez a travessia hidroviária — e foi a única passageira a embarcar no píer do Cristal, nesta terça-feira, com direção ao Centro (os demais passageiros faziam o trajeto Guaíba-Centro).

Nesta manhã, o catamarã levou 14 minutos e 13 segundos desde a Zona Sul até o Centro. Foi 10 segundos mais rápido do que o carro e chegou cinco minutos antes do ônibus. O valor do trecho é de R$ 5, e a travessia oferece wi-fi e televisores aos "viajantes". Só que, ainda que seja o mais veloz dos três, o trajeto hidroviário não é o preferido pela população.

— Não completamos nem três meses da nova rota do catamarã. Então, podemos dizer que as pessoas ainda não tiveram tempo para ter o hábito, para fazer da embarcação um meio de transporte diário. Ela tem o mesmo custo de um lotação, é mais barata do que um táxi e não tem o problema do carro, que acaba ficando ainda mais caro em função do estacionamento — afirma Carlos Bernaud, diretor da Catsul, empresa responsável pelo serviço.

Segundo a empresa, o público que usa a nova rota do catamarã é formado essencialmente por turistas e clientes do BarraShoppingSul. A empresa não divulgou a média diária de passageiros — a justificativa é de que é necessário esperar fechar os primeiros 90 dias de serviço para se ter o número. Para o professor da UFRGS e doutor em Sistemas de Transportes e Logística João Fortini Albano, a baixa procura pelo catamarã deve-se à posição do píer da Zona Sul, que, afastado de outros pontos comerciais, beneficiaria somente clientes e funcionários do shopping.

Na segunda, quando foi feito o sentido contrário, o resultado foi semelhante: a embarcação levou 12 minutos e seis segundos do Centro à Zona Sul — chegando 7 segundos antes do carro e mais de 10 minutos à frente do ônibus. Quando tomou o catamarã no Centro, a repórter foi acompanhada de 25 passageiros — mas só ela desceu no píer da Zona Sul, os outros desembarcaram em Guaíba.

Ônibus demorados, mas mais baratos

Enquanto sobravam bancos na embarcação, passageiros se apinhavam nas linhas de ônibus que faziam o mesmo deslocamento. A repórter Bruna Scirea percorreu todos os cerca de oito quilômetros na linha 165 (Cohab), até a Avenida Borges de Medeiros, em pé. No trajeto contrário, no dia anterior, tomou a linha 188 (Assunção) na Rua Uruguai, no Centro, e só conseguiu um lugar para se sentar nos últimos cinco minutos antes do desembarque na Avenida Chuí — o deslocamento completo durou 20 minutos.

Em fevereiro, a passagem do transporte coletivo na Capital subiu para R$ 3,25 — o aumento no valor da tarifa e a qualidade dos ônibus foram motivos para protestos em Porto Alegre. Ainda assim, é o meio mais barato — e, também, o mais lento no deslocamento entre Centro e Zona Sul. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, alega que, entre moradores de capitais brasileiras, porto-alegrenses são os que gastam menos tempo dentro dos ônibus. Segundo pesquisa da ONG Proteste, divulgada em janeiro, os porto-alegrenses ficam, em média, 56 minutos por dia nos coletivos — enquanto a média nacional é de 80 minutos diários.

— E já existem casos em Porto Alegre em que o ônibus é mais rápido do que o carro. É o caso do corredor de ônibus das avenidas Cavalhada, Teresópolis e Nonoai. Antes dele, os coletivos levavam o dobro do tempo do carro. Hoje, naquele trecho, os ônibus chegam três minutos antes que os veículos — afirma Cappellari.

A repórter Jaqueline Sordi, que fez o percurso de carro, não encontrou lentidão no trânsito em nenhum dos sentidos. O custo médio com gasolina foi de R$ 2,50 em cada trecho. É preciso considerar, no entanto, que, caso quisesse estacionar o veículo no Centro, certamente perderia alguns minutos na busca por uma vaga na rua ou desembolsaria cerca de R$ 10 por uma hora em um estacionamento.

Segundo Albano, os dois fatores que mais pesam na escolha do meio de transporte usado diariamente são, em primeiro lugar, o cust, seguido do tempo necessário para se chegar ao destino final.

— O tempo é um dos maiores valores da vida moderna, mas é também preciso considerar o custo diário com o transporte. Neste sentido, ainda que levem mais tempo do que os outros meios (nos casos apresentados, uma média de oito minutos a mais), os coletivos são mais baratos e continuam sendo a opção do trabalhador que faz esse trajeto em Porto Alegre.

Como foi o teste:

Catamarã

CENTRO - ZONA SUL

Saída do Cais Mauá: 7h49min

Chegada na estação do BarraShoppingSul: 8h01min

Tempo de viagem: 12 minutos e seis segundos

Custo da passagem: R$ 5

Prós: rapidez, conforto, wi-fi, televisores, ar-condicionado, pontualidade, não sofre impacto do trânsito

Contras: preço, limitação de paradas, horários com intervalos espaçados, pontos de embarque afastados do fluxo de pessoas (Cais Mauá e píer do Cristal)

ZONA SUL - CENTRO

Saída do píer da Zona Sul: 8h43min

Chegada no Cais Mauá: 8h57min

Tempo de viagem: 14 minutos e 13 segundos

Custo da passagem: R$ 5

Carro

CENTRO - ZONA SUL

Saída da prefeitura: 7h48min

Chegada no píer da Zona Sul: 8h13s

Tempo de viagem: 12 minutos e 13 segundos

Custo de gasolina para o trajeto de 8,7 km: R$ 2,52 (0,72 litro do combustível)

Prós: comodidade, não precisar aguardar o veículo chegar, poder sair e voltar a hora que desejar, possibilidade de oferecer carona

Contras: dificuldade de estacionar no local de saída e de chegada, estacionamentos com valores elevados, possibilidade de pegar trânsito em horários de pico

ZONA SUL - CENTRO

Saída da Av. Chuí (ao lado do BarraShoppingSul): 8h39min

Chegada na prefeitura: 8h54min

Tempo de viagem: 14 minutos e 23 segundos

Custo: de gasolina para o trajeto de 8,7km: R$ 2,52 (0,72 litro do combustível)

Ônibus

CENTRO - ZONA SUL

Linha 188 (Assunção), STS, saída do Terminal Uruguai: 7h51min

Chegada à parada de ônibus na Av. Chuí (ao lado do BarraShoppingSul): 8h14min

Tempo de viagem: 22 minutos e 30 segundos

Custo da passagem: R$ 3,25

Prós: a passagem custa quase a metade do valor do catamarã, horários mais frequentes, acesso mais fácil, itinerário amplo

Contras: deslocamento mais lento por causa do arranca e para, lotação dos veículos, sofre o impacto do trânsito, possibilidade de entrar em veículos sem ar-condicionado

ZONA SUL - CENTRO

Linha 165 (Cohab), STS, saída da Av. Chuí: 8h39min

Chegada à parada na Av. Borges de Medeiros (próximo à Riachuelo): 8h59min

Tempo de viagem: 19 minutos e 30 segundos

Custo da passagem: R$ 3,25

quinta-feira, 5 de março de 2015

Crise nas finanças do estado leva a corte de subsídio em tarifas do metrô

Passageiros que usam apenas o transporte, sem integração, pagarão R$ 3,70 a partir de abril

POR LUIZ GUSTAVO SCHMITT

04/03/2015 - O Globo

RIO - A crise nas finanças do estado levou a administração do governador Luiz Fernando Pezão a cortar o subsídio na passagem do metrô para economizar R$ 22 milhões por ano. A medida de austeridade impactará os passageiros que utilizam somente o metrô com o cartão do bilhete único. O reajuste da tarifa será equivalente a 15,62%: saltará dos R$ 3,20 para R$ 3,70, a partir de 2 de abril. Mas para quem usa o cartão no sistema de integração com outros modais (trem, ônibus, barca ou van legalizada), o valor permanecerá o mesmo: R$ 5,90.

Com isso, valor da passagem passará a ser o mesmo para quem paga em dinheiro ou com o bilhete único. Atualmente, quem tem o cartão paga R$ 3,20 e o estado subsidia os R$ 0, 30 da "tarifa modal", que é cobrada de quem não tem o bilhete único e que custa R$ 3,50.

De acordo com o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, a medida impactaria menos da metade dos 223 mil usuários do metrô por dia (que usam bilhete único):

— Esse corte afeta os passageiros que usam somente o metrô, sem fazer integração com nenhum outro meio de transporte. Quem usa o bilhete único e faz integração com outro modal não será impactado. Esses passageiros representam 60% do total.

Na quinta-feira passada, a Agência Reguladora dos Transportes do estado (Agetransp) autorizou o reajuste da tarifa modal de R$ 3,50 para R$ 3,70. O aumento, de 5,71%, acompanha a variação da inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas.

Em dezembro, o governo estadual já havia reduzido o subsídio para passagens de ônibus intermunicipais, trens e barcas. A tarifa social dos trens já aumentou de R$ 2,90 para R$ 3,20. A tarifa de equilíbrio, autorizada pela Agência Reguladora do Transporte Público no Rio (Agetransp), saltou de R$ 3,20 para R$ 3,30. Ou seja, o subsídio a ser pago pelo governo por passageiro sofreu queda de R$ 0,30 para R$ 0,10.

Já no transporte feito por barcas, o preço para o passageiro aumentou de R$ 3,10 para R$ 3,50. Como a tarifa permitida pela agência subiu de R$ 4,80 para R$ 5, o governo passou a pagar à concessionária R$ 1,50 por passageiro, sendo que anteriormente o valor era R$ 1,70.

De acordo com Osorio, o subsídio ao metrô foi criado ainda na gestão de Sérgio Cabral. A intenção era manter os preços dos diversos modais para os usuários do bilhete único depois do reajuste de 2014.

O benefício contempla três milhões de passageiros por dia. No ano passado, os subsídios de todos os modais do bilhete único somaram R$ 543 milhões, sendo R$ 402 milhões com ônibus intermunicipais.

O governador Luiz Fernando Pezão defendeu, na tarde de ontem, a redução do subsídio ao metrô sob o argumento de que o estado está se ajustando ao cenário de crise econômica. O governador disse ainda que não serão feitos mais cortes no benefício:

— Não haverá mais cortes de subsídio. O estado está se adequando à crise. Perdemos R$ 5 bilhões da receita prevista em 2014. Isso não é trivial.

AUDITORIA NO BILHETE ÚNICO

Pezão ainda anunciou que o governo estadual contratou a empresa PricewaterhouseCoopers (PWC) para fazer uma auditoria no bilhete único e verificar se há fraude no sistema. O resultado deve ser divulgado em abril. O estado estuda ainda a instalação de pontos biométricos nos ônibus para evitar falsificações. Contudo, a proposta passa por análise da Casa Civil, já que a medida possivelmente demandaria a elaboração de um projeto de lei.

— O corte foi só de R$ 0,30 no metrô. O estado faz um esforço para ter um dos maiores programas de transferência (de renda), que é o bilhete único. Gastamos quase R$ 600 milhões com barcas, ônibus, trens e vans legalizadas. E não pode haver fraude. Estou tomando uma série de medidas para melhorar o gasto público — disse Pezão.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/crise-nas-financas-do-estado-leva-corte-de-subsidio-em-tarifas-do-metro-15506470#ixzz3TVc7Zg7O 
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quarta-feira, 4 de março de 2015

Ilhabela inicia teste com embarcação para transporte público marítimo

04/03/2015 - G1

A Prefeitura de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, está realizando testes com a primeira embarcação que vai integrar o transporte público marítimo na cidade. Ao todo, o sistema contará com três embarcações que devem começar a operar em junho.

Chamado de Aquabus, o veículo foi recebido na última quarta-feira (25) e passa por testes de atracação nos píeres do município. De acordo com a prefeitura, o objetivo é avaliar a necessidade de adaptações pontuais nos pontos de parada ou nas próprias embarcações. Os demais veículos devem chegar ao munícipio nos próximos meses.

Além dos sete píeres atuais, a prefeitura planeja a construção de outros cinco pontos até o fim de 2016 para ampliar a rota do sistema de transporte. "A rota do Aquabus será dentro do nosso canal e é uma alternativa ao transporte coletivo, principalmente em dias que a cidade está mais cheia. Deve ajudar bastante na temporada (de verão)", afirmou o prefeito Toninho Colucci (PPS). 

As embarcações contam com capacidade para 60 passageiros, sistema de ar condicionado e televisões. Segundo a administração municipal, o valor da tarifa ainda está sendo estudado, mas deve ficar próximo ao valor da passagem de ônibus na cidade, que varia entre R$ 3 e R$ 3,10. O sistema também deverá ser integrado ao transporte terrestre por meio do Bilhete Único.

"Como é uma alternativa diferente e moderna, provavelmente o governo deverá entrar com subsídios. Estamos estudando o valor e talvez deverá custar um pouco mais para quem vem de fora, para garantir o preço justo para quem é da cidade", disse Colucci. O investimento para compra das embarcações é de R$ 4,4 milhões.

Litoral Norte

Além de atender ao município, a prefeitura já estuda a realização de parcerias com outras cidades do litoral norte para estender a alternativa de transporte à região. "Ainda estamos no começo, mas seria uma alternativa boa para o litoral norte. Dependemos da avaliação e autorização do governo do Estado de São Paulo pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbano), que realiza o transporte intermunicipal", afirmou o prefeito.

Ilhabela (SP) testa embarcação para transporte público marítimo

03/03/2015 - Folha de S. Paulo

Três barcas farão o transporte de moradores e turistas entre as praias da Ilhabela. Sistema será integrado ao transporte terrestre e funcionará em forma de concessão

Ricardo Hiar 

Embarcação do sistema de transporte marítimo público da Ilha
Embarcação do sistema de transporte marítimo públi
créditos: Divulgação
 
Para tentar reduzir os congestionamentos na alta temporada, a cidade de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, começou a testar um sistema público de transporte marítimo. A primeira embarcação, construída sob medida, chegou na última quarta (25) à cidade, onde passará por testes e ajustes até junho. A partir de então, três barcos devem realizar o transporte de moradores e turistas entre as praias.
 
O sistema será integrado ao terrestre e funcionará em forma de concessão para o setor privado. Não foi decidido ainda se os barcos irão operar durante o ano todo ou somente na temporada. De acordo com o prefeito Antonio Colucci (PPS), o objetivo do Aquabus, como foi batizado o novo modal, é reduzir o número de veículos em circulação e evitar congestionamentos, em especial na alta temporada, quando a frota chega a triplicar.
 
As embarcações foram pagas pelo município com recursos provenientes dos royalties da exploração do petróleo –cada uma delas custou R$ 1,46 milhão.
 
Os barcos acomodam 60 pessoas sentadas e possuem acesso para deficientes, banheiro adaptado, ar condicionado, TV e som ambiente, além de local para acomodar seis bicicletas e até quatro pranchas de surf ou stand-up paddle por vez.
 
Na primeira fase, haverá ao menos oito pontos de parada, nas praias de Portinho, Feiticeira e Praia Grande (no sul); Barra Velha, Perequê, Engenho D'Água e Vila (centro); e Ponta Azeda (norte).
 
A prefeitura não informou se os barcos poderão ser utilizados por moradores no período de testes.
 
Até 2016, está prevista a entrega de outros três píeres na região sul, nas praias do Curral, Cabaraú e Porto do Frade, e quatro na região norte, em Viana, Pedra do Sino, Ilha de Búzios e Ilha de Vitória.
 
De acordo com o prefeito, a oferta contínua do serviço, ao longo do ano todo, depende da adesão de moradores.
 
"Não há nenhum outro sistema como esse no Brasil, por isso não sabemos como serão os resultados. Vamos ter que experimentar até que o modelo seja ajustado às reais necessidades. Isso inclui até mesmo o horário de funcionamento, que pode variar nos finais de semana", diz.
 
O custo da tarifa deve ser diferente para moradores e turistas. Os primeiros poderão pagar a passagem com o cartão integrado do transporte coletivo, pelo mesmo preço do ônibus, que hoje custa R$ 2,70.
 
Já os turistas terão de adquirir um cartão válido por um dia, que dá direito a vários embarques em 24 horas. O custo estimado é de R$ 30.
 
O projeto também prevê a implantação de estações de locação de bicicletas nos pontos de embarque e desembarque, para estimular formas alternativas de locomoção.