sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Aquabus pode ser alternativa de transporte entre trapiche da Beira-Mar e praia de Canasvieiras em Florianópolis

11/10/2013 - Diário Catarinense

Veículo tem capacidade para 45 passageiros

Leia: Ônibus com suportes para bicicletas vai funcionar em caráter experimental por 45 dias, em Florianópolis

Depois do ônibus que carrega bicicletas, Florianópolis pode ter mais um veículo rodando em caráter experimental. A novidade é o Aquabus, um barco com capacidade para 45 passageiros que pretende ser utilizado, inicialmente por 90 dias, para fazer o transporte entre o trapiche da Beira-Mar e a praia de Canasvieiras , no Norte da Ilha.

Ainda não há uma data para o serviço entrar em funcionamento, já que depende de um parecer da procuradoria municipal e de adaptações nos trapiches. No interior, o Aquabus lembra um ônibus, com um corredor no meio, duas fileiras de poltronas à direita e três à esquerda.

A diferença principal é que o veículo não será destinado ao uso cotidiano de pessoas que dependem do transporte coletivo. Segundo o idealizador do projeto e diretor da Flomar Linhas Marítimas, Aldo Maciel, o valor da passagem ainda está indefinido, mas deve ficar em torno de R$ 12.

Na avaliação do empresário, o objetivo é atrair pessoas que não querem ir de carro para o trabalho. Além disso, nos finais de semana, o transporte será utilizado principalmente para o lazer e turismo.

— Nada impede que aqueles que andam de ônibus juntem dinheiro e levem a família para um passeio no fim de semana — explica Aldo, que prefere definir o Aquabus como um meio de "transporte alternativo", e não "de massa".

Teste de viabilidade

Segundo o secretário municipal de transportes, Valmir Piacentini, a empresa terá um período de 90 dias (prorrogáveis pelo mesmo prazo) para fazer o teste de viabilidade. Esta operação de caráter experimental é prevista na lei municipal 34/1988, que trata do transporte público.

Neste período serão feitos estudos para definir o preço da passagem, levantar a demanda de passageiros, a forma de funcionamento da linha e o tempo de viagem. O barco atinge 50 km/h, mas não deve passar de 40km/h durante sua operação, já que velocidades altas comprometeriam o conforto da embarcação. A segurança do veículo é atestada pela Capitania dos Portos, que realizou testes e permitiu a utilização do Aquabus para transporte de passageiros.

Diferentemente dos ônibus, é possível que o barco não tenha horários fixos de partida. Por outro lado, como não pode carregar pessoas em pé, pode sair antes do horário caso já esteja lotado.

Falta regulamentação

Florianópolis não regulamentou o transporte marítimo de passageiros e ainda existem questões a serem resolvidas. Para Aldo, um sistema público e de grande escala passa pela construção e readequação dos trapiches, organização de rotas e dragagem de alguns pontos, sendo a própria empresa responsabilizada pelo custeio deste trabalho.

O secretário Piacentini diz que a expectativa é boa, mas ainda é necessário avaliar algumas questões legais para que um serviço do gênero possa operar na Capital. Piacentini ressalta que, para isso, é necessário fazer um processo licitatório similar aos realizados com as empresas de ônibus urbanos.

Exemplo que não deu certo

No ano de 1996, o então prefeito Sérgio Grando implantou uma linha de transporte marítimo entre Canasvieiras e o Centro que acabou fracassando. Durante 60 dias, a empresa Scuna Sul colocou um catamarã com capacidade para 150 passageiros operando o serviço.

Na época, era cobrado o mesmo preço da passagem de um ônibus comum. O dono da empresa, Ricardo Oscar Carabelli, conta que a demanda era muito baixa e citou a lentidão do barco como a principal dificuldade para a execução. Conforme Ricardo, a viagem era feita em uma hora e meia (tempo que o Aquabus leva entre os municípios de Florianópolis e Itajaí) enquanto a rodovia SC-401 ainda não sofria com os congestionamentos que atualmente prejudicam o fluxo dos veículos.

Além disso, o ramo hoteleiro do Norte da Ilha ainda era incipiente e a demanda não foi suficiente para manter o serviço.

— Foi um desastre econômico — relembra Carabelli.

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