sexta-feira, 8 de julho de 2022

São Paulo

Decreto da prefeitura prevê transformar área de 22 mil m² na Zona Sul de SP em terminal de transporte hidroviário

06/07/2022 - G1 SP

Por SP2

De acordo com a publicação do Diário Oficial desta quarta, ficam declarados de utilidade pública, para ser desapropriados judicialmente ou adquiridos mediante acordo, imóveis particulares necessários à implantação do terminal Atracadouro Pedreira. Não há data para início das obras.

Uma área de 22 mil m², na região da Pedreira, Zona Sul da capital paulista, foi declarada como de interesse público para a construção de um terminal de transporte público hidroviário. A informação foi publicada nesta quarta-feira (6) no Diário Oficial como parte do plano de implantação do sistema na Represa Billings.

Ainda não há uma data para o início das obras do Aquático SP, o primeiro modal de transporte coletivo por embarcações na cidade, segundo a prefeitura.

De acordo com a publicação do Diário Oficial desta quarta-feira (6), ficam declarados de utilidade pública, para ser desapropriados judicialmente ou adquiridos mediante acordo, os imóveis particulares necessários à implantação do terminal Atracadouro Pedreira, contidos na área de 21.825,53 m².

Planejamento para desenvolver transporte hidroviário em SP
Foto Reprodução/TV Globo


Um outro terminal seria construído do outro lado da represa, no Parque Cocaia. A ideia é atender parte da demanda de passageiros com barcos e, assim, desafogar os ônibus e, por consequência, as ruas e avenidas da região.

De acordo com um documento publicado em abril no site da Prefeitura de São Paulo, o Terminal Pedreira deverá ser instalado entre a Estrada do Alvarenga e a Rua do Mar Paulista. Na outra extremidade da represa, o terminal ficará perto da Estrada Canal de Cocaia.

A implantação do sistema de transporte público hidroviário está no plano de metas da prefeitura nesta gestão. A primeira fase do projeto prevê a instalação dos primeiros atracadouros integrados a terminais de ônibus. O objetivo, ainda de acordo com o plano, é reduzir o tempo de viagem para moradores do Grajaú e da Pedreira. Atualmente, o munícipe precisa contornar toda a represa entre as regiões.

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) Nabil Bonduki foi vereador e relator do Plano Diretor que incluiu este sistema como uma alternativa para o transporte público da cidade.

Ele explica que uma das vantagens é que não haverá o custo da implantação da via, que neste caso, é a água, mas diz que a prefeitura precisa apresentar um projeto mais bem detalhado para a operação.

“A sociedade precisa conhecer melhor esse projeto, precisa ser melhor apresentado para que a gente possa discutir inclusive o seu custo e o que ele vai trazer de benefício. Então esse custo benefício de quanto vai custar para sua implantação, quantos passageiros vai transportar, qual região vai ser atendida... Tudo isso precisa ser melhor avaliado e acho que é muito importante que a prefeitura possa abrir esse debate porque hoje não existe detalhamento do projeto que nos permita fazer uma avaliação precisa”, afirma.

O professor destaca ainda a importância de avaliar os impactos ambientais do sistema.

“Estamos em região de manancial e o transporte pode estimular uma ocupação que na verdade naquela região deveria ser limitada em função dos impactos ambientais que ela causa. Então a melhoria do transporte coletivo na região precisa ser acompanhada de maior fiscalização da prefeitura para evitar que a região se adense exageradamente, até porque isso vai prejudicar até a própria água.”

Em nota, a prefeitura afirmou que o novo modal será totalmente integrado aos já existentes na cidade, inclusive aceitando pagamento via Bilhete Único, e contará com atracadouros e terminais que serão construídos para acomodar os ônibus das linhas que circulam nos bairros próximos e permitir a integração dos passageiros entre os ônibus e as embarcações para a travessia aquática.

A primeira fase de implantação do Aquático está prevista no Plano de Metas 2021-2024. O projeto também está previsto no Plano Diretor Estratégico do Município.

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