segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Barca bate na Praça Quinze e deixa ao menos 50 feridos

28/11/2011 - O Globo

Força da colisão chegou a arrancar bancos da embarcação. Idosos caíram no chão

RENATA LEITE
FERNANDA BALDIOTI

RIO - Um catamarã social que realizava a travessia Niterói-Rio de Janeiro bateu ao chegar à Praça Quinze, no Centro do Rio, às 12h20m desta segunda-feira. A força da colisão chegou a arrancar bancos da embarcação, que ficou a cerca de 50 metros do cais. Idosos caíram no chão, e pessoas choravam assustadas. Alguns passageiros pegaram coletes salva-vidas, mas reclamaram da falta de informações. Os passageiros chegaram à estação quase uma hora depois do acidente. Pelo menos 10 pessoas deixaram a barca de maca e foram levadas para mais de cinco ambulâncias estacionadas ao redor da estação. Ao todo, há cerca de 50 feridos. De acordo com a Barcas S/A, empresa que administra o transporte, o catamarã Gávea 1, estava com cerca de 900 pessoas a bordo. A capacidade total é de 1.300 passageiros, sendo 900 sentados.
Segundo a dentista Daniele Lima, de 38 anos, não havia socorristas entre a tripulação da embarcação. Foi ela quem ajudou a socorrer alguns passageiros que se feriram.

- É impressionante, não tinha material de socorro algum na barca. Sequer luva tinha - disse ela, que prestou os primeiros socorros a uma mulher e ao passageiro Sebastião Franciscos, de 57 anos, que fraturou o ombro e teve um princípio de infarto após a colisão.
Outro homem, o engenheiro Robson Abraão Santos, de 57 anos, feriu-se na pálpebra esquerda. Ele estava sentado quando bateu com a cabeça numa das colunas da barca. O aposentado Ari Neves, de 76 anos, também se feriu na cabeça.

- Jamais esperaria que a barca pudesse perder o controle e bater - dizia ele, enquanto estancava o sangue de um ferimento no supercílio esquerdo.

Antes da batida, passageiros contaram que ouviram a locutora do sistema de rádio da embarcação falando a expressão "arreia o ferro". As pessoas não entenderam o que houve e ficaram assustadas, quando viram que a barca bateria. A passageira Debora Santos classifica a falta de aviso sobre o acidente como o pior erro do acidente:

- A locutora, em vez de pedir para que nós sentássemos pois haveria uma colisão, gritava “levanta o ferro, levanta o ferro, vai bater, vai bater”. As pessoas que já estavam na frente da embarcação esperando o desembarque saíram correndo para a parte de trás. Quando o catamarã bateu, essas pessoas caíram - conta Debora, que relata ainda que os monitores que exibem propagandas também foram ao chão com o impacto.

De acordo com Debora, houve duas colisões: logo após a primeira, os condutores não conseguiram desligar o motor, fizeram uma curva, e o catamarã social bateu de novo.

- Quando nos mandaram colocar o colete salva-vidas já tinha se passado 20 minutos depois da batida. Não tinha ninguém preparado para acudir quem estava passando mal. Depois, no desembarque, não recebemos nenhuma orientação, nem um pedido de desculpas - relata ela, que mora em São Gonçalo e diz que vai demorar um pouco até ter coragem de andar de barca novamente.

A Agetransp informou que abriu processo para investigar o motivo do incidente e deslocou equipes de fiscalização para o local. Ainda segundo a Agetransp, a embarcação colidiu com o atracadouro da empresa Transtur. Às 12h45m, foi feito o transbordo de passageiros para a embarcação Neves para que pudesse ocorrer o desembarque dos usuários. A Agetransp informou também que a Gávea l está fora de circulação.

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