segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Superporto do Açu deve trazer benefícios para Macaé e região

12/12/2010 - O Debate Online

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Serão 30 berços com capacidade para atracar os imensos navios FPSOsLetícia de Assis | leticia@odebateon.com.br
Créditos da foto: Tiago Lautert

O mega empreendimento que está sendo construído por Eike Batista, por meio de suas empresas e parceiros, deve se tornar um dos maiores facilitadores também para a economia macaense. 

A exemplo do que afirma o presidente do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social de Macaé (Fundec), Francisco de Assis Navega, e os membros da comissão da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Superporto do Açu é uma das obras que deve garantir a continuidade da prosperidade da cidade e de toda a região, firmando o local como oásis de desenvolvimento.

Açu, além de servir de base para o conglomerado EBX - que possui fortes investimentos da China e Coréia do Sul -, será polo de geração de energia; centro de armazenamento e transporte de minério; atracadouro de navios de grande porte (só inferiores ao Porto de Rotterdam, na Holanda); retroárea contígua para instalação de indústrias de diversas naturezas, entre elas a automobilística; área de preservação ambiental, com a presença de espécies em extinção; possui localização estratégica, no centro da Bacia de Campo; além de ser autossuficiente desde a energia e o concreto que consome, até o petróleo que servirá de combustível nas atividades afins.

São R$ 4,3 bilhões em investimentos, sendo R$ 1,9 bilhão pela LLX Minas-Rio (responsável pela implantação do terminal portuário dedicado ao minério de ferro) e R$ 2,4 bilhões pela LLX Açu (responsável pela operação das demais cargas como produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, escória, ferro gusa e cargas em geral). 

Esses valores garantem ao empreendimento as condições ideais e a estrutura adequada para atender as necessidades logísticas das atividades de exploração e produção de óleo e gás na Bacia de Campos, incluindo a instalação da unidade de tratamento de petróleo, com capacidade para 1,2 milhão de barris por dia e áreas para estocar e movimentar o ouro negro cru.

Graças à capacidade de receber navios FPSOs - devido aos 30 berços de movimentação de cargas, os 26 metros de profundidade expandida e a ponte de acesso de quase 3 km de extensão mar adentro, o Superporto do Açu - que também possui dutovia - desafogará as atividades locais, podendo movimentar 46,4 milhões de metros cúbicos de petróleo, 10,2 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, 12,6 milhões de toneladas de carvão, 5 milhões de toneladas de granéis sólidos e 60 milhões de toneladas de minério de ferro.

Os números são positivamente assustadores e oferecem à região perspectivas de crescimento consolidado, com logística de primeiro mundo, também pelo corredor logístico que já está sendo construído, composto de rodovia, ferrovia e canais de transporte de gás, energia, fibra ótica, minério e petróleo.

Além disso, a EBX está recuperando a Ferrovia Centro-Atlântica, importante via de escoamento de Macaé. Uma das empresas do grupo, a OSX, também já está com plataformas de exploração de petróleo, incluindo o pré-sal, em águas macaenses.

Semelhanças

Assim como aconteceu com Macaé na década de 1970, São João da Barra está vivendo uma explosão de crescimento, com seus pacatos 30 mil habitantes experimentando uma movimentação nunca vista. Os impactos da instalação do Superporto do Açu são positivos no sentido do desenvolvimento econômico, novas perspectivas socioculturais e modernização do entorno. 

Porém, sabe-se que há aspectos negativos e o que a equipe do jornal O DEBATE presenciou na visita que fez às obras do empreendimento foi uma preocupação real em amenizar os problemas ambientais e levar benefícios que tentam compensar a população da região, como programas de educação - já que a média de escolaridade local era muito baixa - aliados a projetos de erradicação do analfabetismo; políticas de inclusão profissional para os moradores, com o compromisso de utilizar 60% da mão-de-obra das cidades próximas; programas de benefícios aos pescadores e suas famílias, que contemplam desde a melhoria da infraestrutura da Colônia de Atafona, até as preocupações com saúde e escolaridade; instalação de uma área de proteção ambiental, com lagoa e berços de restinga, bem superior à determinada por lei; utilização de material reciclado e ecologicamente correto ou fruto de projetos sociais, como tijolos feitos pelos detentos de Bangu 1; entre outras ações.

Independente da justificativa que envolve o que move todas essas mudanças - o lucro -, muitos empreendimentos transformadores semelhantes foram impostos às populações de diversas áreas brasileiras sem nenhuma dessas preocupações sociais, econômicas, culturais e ambientais. 

Portanto, ainda que seja uma exigência do capital chinês, como muitos especulam, sabe-se que felizmente o grupo EBX é brasileiríssimo e possui autonomia para firmar parcerias com quem bem entender.

Portanto, trata-se de um conglomerado que tem tudo para contribuir e fortalecer a economia de toda a Bacia 
de Campos, levando progresso às comunidades que viviam no ostracismo e melhorias às que, a exemplo de Macaé, já experimentam uma realidade de desenvolvimento, porém com grandes problemas a serem solucionados. Por que não pela iniciativa privada ?


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