segunda-feira, 30 de maio de 2011

Portos: tendência é a união de operações

30/05/2011 - Webtranspo

Unidades do Cone Sul planejam parceria

Rio Grande viabiliza acordos com Argentina e Uruguai

A globalização acirrou a competitividade entre grupos dos mais variados segmentos da economia mundial. Importantes nesse cenário estão as empresas de operações portuárias, que na perspectiva de elevar a movimentação de cargas, passaram a investir em capacidade e acordos bilaterais.

Um exemplo dessa tendência está sendo dado pelo Porto do Rio Grande, que iniciou conversas com os portos de Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina) para desenvolver projetos visando complementar as operações, que podem dar um salto de 35% no volume de cargas movimentadas e, consequentemente, reduzir os custos de exportadores e importadores.

O Porto do Rio Grande registrou um aumento de 24,8% na movimentação de mercadorias no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2010. De acordos com os dados divulgados, o volume atingiu mais de 6,3 milhões de toneladas e há uma previsão que a soma alcance 35 milhões de toneladas neste ano.

No ano passado, o porto de Montevidéu teve uma movimentação de 9,2 milhões de toneladas, com crescimento de 20,8% na comparação com 2009. Já Buenos Aires ampliou o volume de fluxo em 18,6%, atingindo 11,7 milhões de toneladas em 2010.

Dirceu Lopes, superintendente do porto gaúcho, detalha o objetivo e diz que a sistemática pretendida é de que os navios que partem do Uruguai e Argentina com carga incompleta, possam realizar o preenchimento da mercadoria no Porto do Rio Grande, visto que este possui um canal de acesso mais profundo que a entrada do Rio da Prata.

De acordo com informações da assessoria do porto brasileiro, as conversas para formatação do plano foram iniciadas há dois meses e terão um novo capítulo em agosto, a partir de uma reunião que acontecerá em Montevidéu, no Uruguai, da qual participarão representantes dos três portos.

Para Wilem Manteli, presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários) se o acordo de integração for realmente firmado será uma medida inteligente e oportuna, pois poderá reduzir os custos de frete em até 30% com a concentração das cargas originárias ou destinadas ao cone sul em navios de maior porte.

Segundo ele, uma outra vantagem poderia ser a possibilidade de desenvolvimento de um sistema hidroviário para ligação entre os portos, comentou.

Adesão

Para obter o êxito desejado, Lopes afirmou que a integração necessita da adesão dos demais agentes do setor, como operadores portuários, armadores, importadores e exportadores, enquanto a gestão do transporte das mercadorias entre os portos pode ser compartilhada pelos sistemas informatizados sem maiores dificuldades.

Este plano ganhou força depois que a administração do porto concluiu, no ano passado, o prolongamento dos molhes e realizou a dragagem do acesso. Com a obra, a profundidade do canal interno foi ampliada de 14 metros para 16 metros, o que permitiu um aumento de até 12 mil toneladas de carga por navio.

Paraguai

No ano passado, o Paraguai já havia despertado interesse em escoar parte de sua produção de grãos pelo porto gaúcho. A operação utilizaria as instalações da Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns), que não estão sendo aproveitadas, para o armazenamento dos grãos.

O projeto incluía a criação de um corredor que utilizaria o modal ferroviário para trazer a carga – aproximadamente 1,2 milhão de toneladas da safra – do país vizinho para o Brasil e a partir daí serem transportadas para outros destinos

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