quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vale inicia operação com gigante do mar

25/05/2011 - Webtranspo

Mineraleiros podem receber 400 mil toneladas

Nova frota naval da Vale pode prejudicar mercado de frete

A Vale iniciou nesta terça-feira, 24, as operações de um gigante marítimo, com mais de 360 metros de comprimento, 65 metros de largura e capacidade de carga de 400 mil toneladas de minério de ferro, o Vale Brasil é o maior navio dedicado ao transporte do produto no mundo. A embarcação atracada no TPPM (Terminal Portuária de Ponta da Madeira), em São Luís, no Maranhão, terá como seu primeiro destino à Ásia.

A companhia iniciou a operação com apenas uma unidade das sete que serão entregues pelo estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co da Coréia do Sul, neste lote foram gasto aproximadamente US$ 748 milhões. Porém a ambição da empresa não se reteve às encomendas coreanas, outros 12 navios do mesmo porte foram adquiridos junto a um estaleiro na China, esta outra remessa deve custar U$ 1,6 bilhão aos cofres da mineradora.

Além de uma frota própria de 19 embarcações gigantescas, a empresa também manterá contrato de uso exclusivo com mais 16 navios também com capacidade de transportar 400 mil toneladas de minério de ferro. Estas embarcações serão as responsáveis pelo comércio com a Ásia. Os 35 navios devem estar disponíveis até 2013.

Com esta iniciativa, o Grupo pretende diminuir os custos com as viagens transoceânicas e consequentemente o valor de seus produtos no mercado externo. “Com a nossa frota de navios próprios e contratados conseguimos diminuir a volatilidade no mercado de frete. Esta instabilidade afeta não somente o preço de transporte, como também o preço do próprio minério. À medida que os novos navios começarem a operar, a estabilidade do frete e do nosso produto será ainda maior, favorecendo a Vale e seus clientes siderúrgicos”, explicou.

Embora tenham sido produzidos no exterior, os maiores navios mineraleiros do mundo foram concebidos desde o projeto básico até a engenharia no Brasil.

Outro lado da moeda

De acordo com um levantamento da Credit Suisse, publicado pela Agência Reuters, a estimativa é de que os novos navios da mineradora substituirão até 168 cargueiros capesize, aproximadamente 15% da atual frota. O segmento de transporte naval criticou a inciativa da mineradora, alegando que estas aquisições sufocarão o setor. “Este será o principal fator a afetar o mercado por pelo menos alguns anos", afirmou Rahul Sharan, analista sênior da Drewry Shipping Consultants.

Ainda de acordo com o artigo, Torben Skaanild, presidente-executivo da Bimco, maior grupo de navios do mundo, também fez críticas à nova frota da Vale. “Não precisamos destes navios. Temos um enorme fluxo de embarcações com capacidades para 150 mil a 180 mil toneladas no mercado. Se você começar a construir navios de 400 mil toneladas vai acabar tirando-os da concorrência”, afirmou.

No ano passado o transporte naval mundial de cargas secas cresceu 11%, porém continuou 80% abaixo do melhor momento, em 2008, antes da crise. De acordo com especialistas, esta recuperação pode demorar ainda mais com a entrada dos gigantes da Vale no mercado.

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